- As pessoas enriquecem trabalhando e empreendendo, e a carteira de investimentos pode ajudar no processo
- Lucas Pitmoney, influenciador do mercado financeiro, explica formas de investir e como ele conquistou sua fortuna
- "Vejo hoje meus investimentos muito mais como um complemento dos meus negócios em termos de diversificação", diz Pitmoney
Talvez, um dos maiores erros que o investidor comete é achar que ficará rico somente investindo. A chance disso acontecer é mínima. As pessoas enriquecem trabalhando e empreendendo e a sua carteira de investimento apenas potencializa o dinheiro que ganhamos.
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Na minha coluna de hoje entrevisto o meu amigo e um dos mais autênticos influenciadores do mercado financeiro, Lucas Pitmoney. O seu humor ácido, e sua super dose de sinceridade, fizeram ele explodir nas redes sociais. Vejam como ele investe e conquistou sua fortuna.
Segue abaixo a entrevista com Lucas Pitmoney:
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Quais são os maiores erros que o investidor comete?
Acredito que a falta de consistência nos aportes é o maior vilão da vida de um investidor. Inúmeros estudos apontam que fazer aportes todos os meses, mesmo que a Bolsa pareça estar cara, gera um patrimônio maior do que um investidor “perfeito” que conseguisse acertar o timing de compra nos preços mais baixos.
Sendo assim, para ter essa consistência desejável sem parecer o “mão de vaca” que economiza com tudo, o ideal é que você invista uma porcentagem da sua renda antes de gastar. Dessa forma, é possível ter a sensação de dever cumprido e você gasta com um senso de merecimento maior, já que você já fez o mais importante – investir – antes.
E quais foram seus maiores erros na sua vida financeira?
Sempre fui um entusiasta de ser sócio de grandes empresas através da Bolsa de Valores em detrimento de emprestar dinheiro para o governo ou para o banco e receber uma Renda Fixa. Portanto, fui displicente ao constituir minha Reserva de Emergência. Ter pelo menos 5 meses de custo mensal em Tesouro Direto seria o mais prudente quando eu descobri que seria pai. Isso me forçou a vender uma parte do que eu tinha em Bolsa para arcar com os custos extraordinários.
A maior parte do seu patrimônio você conquistou investindo ou empreendendo?
Empreendendo. Empresas listadas em Bolsa normalmente já atingiram um grau de maturidade maior, e, portanto, têm menos espaço para crescer. Sou sócio-fundador da Inside Levante e da Gopliance, mas também invisto em empresas listadas em Bolsa, justamente para diversificar os negócios. Hoje meus investimentos são mais um complemento dos meus negócios em termos de diversificação, principalmente geográfica. O investimento em Bolsa enriquece no longo prazo, enquanto o empreendedorismo, quando bem-sucedido, enriquece no curto prazo.
Como está sua carteira de investimentos? Quais os tipos de ativos que possui e qual o percentual alocado em cada um deles?
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Hoje minha carteira está posicionada em acões, fundos imobiliários, stocks (ações americanas), REITs e Tesouro Direto. Tenho aproximadamente 20% em cada classe de ativo.
No último ano, aproveitei algumas oportunidades que apareceram na Bolsas, como Americanas, para dolarizar ao máximo meu patrimônio e mitigar o risco-Brasil. Afinal, há uma crescente insegurança institucional brasileira como um fator preocupante, além de ter aproveitado o dólar abaixo de R$ 5 para me expor em moeda forte e receber dividendos em dólar via REITs.
Que tipo de empresa da B3 você jamais investiria?
Eu invisto em empresas com diferenciais competitivos claros e jamais faria aportes em dois setores:
I) Varejo puro e com muitas lojas físicas, principalmente aquelas que competem apenas por preço, como Casas Bahia (BHIA3) e Magalu (MGLU3). Isso reflete em margens de lucro em bons momentos da economia, mas em prejuízos exorbitantes quando o oposto acontece.
II) Companhias aéreas; além de competirem simplesmente por preços, ainda há um outro fator agravante: o gasto com combustíveis. Este item não está sob seu controle e representa em média 41% de seus custos, o que eu vejo como um risco desnecessário.
Quanto você investe por mês?
Invisto 25% assim que o dinheiro “pinga” na minha conta, independentemente de qual fonte seja. Os outros 75% eu gasto com o maior prazer. A ideia de “guardar” dinheiro me passa uma sensação de escassez e de que eu estaria perdendo dinheiro para inflação.
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Se você ganhasse seus primeiros R$ 100 mil hoje, como você investiria?
Eu investiria R$ 50 mil para tentar montar algum negócio escalável e que soluciona o problema de muita gente. IOs outros R$ 50 mil eu montaria uma reserva de emergência, seguida por fundos imobiliários, ações americanas, REITs e ações brasileiras, exatamente nesta ordem.