Investimento não é cassino

Fabrizio Gueratto tem quase 20 anos de experiência no mercado financeiro. É especialista em investimentos, professor de MBA em Finanças, autor do livro “De Endividado a Bilionário”, fundador da Gueratto Press e criador do Canal 1Bilhão, com quase 21 milhões de visualizações no YouTube

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Fabrizio Gueratto

Por que João Doria e Sérgio Moro ajudam Bolsonaro nas eleições?

O investidor precisa entender que deve se preparar para a polarização extrema no cenário político

O presidente Jair Bolsonaro. Foto: Marcos Corrêa/PR
  • A carteira de investimentos já deve ser pensada visando a altíssima volatilidade que está por vir
  • Os votos que Sérgio Moro e Doria poderiam conseguir, seriam dos eleitores indecisos de centro direita e parte do eleitorado do Bolsonaro que votou nele na eleição passada
  • Apesar de a bolsa apresentar grandes barganhas, com ações muito descontadas, ainda assim o investidor precisa aumentar um pouco sua posição em renda fixa, principalmente em um momento que alguns títulos estão pagando quase 18% ao ano. Teremos turbulências políticas

O investidor precisa entender que deve se preparar para a polarização extrema no cenário político daqui a dois meses. A carteira de investimentos já deve ser pensada visando a altíssima volatilidade que está por vir.

João Doria desistiu de concorrer à Presidência da República. Além da divisão dentro do PSDB, com alguns membros do partido apoiando Eduardo Leite, Doria enfrentava o problema da alta rejeição.

Além dele, a terceira via com maior possibilidade de chegar ao segundo turno, Sergio Moro, também foi deixado de lado e deve ser candidato ao Senado.

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Deixando as paixões de lado, se olharmos friamente, para um terceiro candidato chegar de fato ao segundo turno das eleições precisaria tirar votos tanto de Jair Bolsonaro quanto de Lula. O problema é que ambos os eleitorados são fiéis ao atual presidente e seu antecessor.

Goste ou não, do ponto de vista de popularidade, ambos lideram o ranking de engajamento desde a redemocratização do país.

Com a desistência de ambos, Bolsonaro é o grande vencedor

Os votos que Moro e Doria poderiam conseguir seriam dos eleitores indecisos de centro direita e parte do eleitorado do Bolsonaro que votou nele na eleição passada, mas se desiludiu nos últimos anos. Muito dificilmente um eleitor de Lula migraria para algum deles. Com a desistência de ambos, Bolsonaro é o grande vencedor, mesmo antes das eleições acontecerem e isso deve aparecer nas próximas pesquisas.

O fato é que, com altíssima rejeição no final de 2021, com crise entre os poderes e afetando a economia, Bolsonaro, agora em 2022, volta para o jogo com chances reais de vencer. Não será fácil, mas agora é cada vez mais possível.

O que esperar de Lula ou Bolsonaro na presidência?

É provável que Lula venha com o discurso cada vez mais populista, de estatização, distribuição de dinheiro para a população e sem limite para gastar o dinheiro público para agradar a população. Mas a grande pergunta se todos fazem é: se Bolsonaro vencer conseguirá fazer o que prometeu na eleição passada e não conseguiu, como a privatização dos Correios, por exemplo?

E se Lula vencer, realmente fará um populismo desenfreado, desorganizando as contas públicas?
Não tenho bola de cristal, mas não acredito em nenhum dos dois lados. Se Bolsonaro vencer, não conseguirá fazer tudo o que gostaria, pois o jogo político em Brasília é complexo, assim como acredito que Lula entende que para governar é preciso ter o apoio dos empresários e, para isso, não pode simplesmente fazer o que quer em nome do populismo.

Apesar de a bolsa apresentar grandes barganhas, com ações muito descontadas, ainda assim o investidor precisa aumentar um pouco sua posição em renda fixa, principalmente em um momento que alguns títulos estão pagando quase 18% ao ano. Teremos turbulências políticas. É melhor se proteger.

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