Educação Financeira

Evaristo Costa: “Independência financeira é ter o direito de escolha”

Ao E-Investidor, o jornalista detalhou a sua trajetória para conquistar a independência financeira

Evaristo Costa: “Independência financeira é ter o direito de escolha”
Para o jornalista, o primeiro passo para investir é saber poupar (Foto: Mauricio Kessler/Toro Investimentos)
  • Aos 40 anos, Evaristo Costa deixou a televisão para morar na Europa com a família. A mudança só foi possível após o ex-apresentador conquistar a sua tão sonhada independência financeira
  • A trajetória não foi fácil. Por mais de 20 anos, o jornalista destinou parte do seu salário para os investimentos
  • Mesmo com mais conhecimento sobre finanças, Costa ainda se considera um investidor "conservador"

Foram mais de 20 anos de dedicação para alcançar a tão sonhada independência financeira. Aos 40 anos de idade, o jornalista Evaristo Costa deixou a televisão para dar uma reviravolta na sua vida pessoal e profissional. Mas o planejamento veio muito antes de ser conhecido nacionalmente. Desde o primeiro emprego ainda na adolescência, o ex-apresentador já tinha o hábito de economizar.

“Eu só tinha a ideia de juntar dinheiro. Eu não tinha objetivo”, conta Costa em entrevista ao E-Investidor. Graças a esse esforço feito desde cedo, o jornalista conta que hoje tem o privilégio de alinhar as demandas do trabalho com a rotina da família sem precisar estar “preso” a uma carga horária semanal. “Eu tenho mais reuniões e tenho mais entregas para fazer na minha rotina, mas tudo é no meu tempo sem prejudicar a minha vida e a da minha família”, ressalta.

Para ele, a liberdade de escolha sobre como, quando e para quem trabalhar é o verdadeiro significado de independência financeira. Mas para alcançar essa condição estável, a trajetória foi árdua. Sem muita informação sobre finanças, o ex-apresentador destinou os seus recursos apenas para um tipo de investimento: a aposentadoria privada. “Eu não tive ajuda de ninguém. Fiz tudo sozinho”, relata.

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Agora com mais conhecimento sobre finanças, Costa fez parceria com a Toro Investimentos neste mês de maio para ajudar a simplificar a trajetória das pessoas que buscam o mesmo status financeiro. O jornalista vai produzir conteúdos sobre educação financeira.

Ao E-Investidor, Costa detalhou a sua trajetória financeira e a sua relação com o mundo dos investimentos. Confira abaixo os principais trechos da entrevista!

E-investidor: O que lhe motivou a ter um planejamento financeiro desde os 13 anos? A vontade de ter independência financeira surgiu desde lá?

Evaristo Costa: Na minha casa, eu não tinha ninguém que tivesse esse conhecimento financeiro até sobre as finanças de casa, sabe? Colocar no papel o quanto você gasta, o quanto você tem e o quanto você pode gastar. Nunca tive isso na minha casa.

Quando eu comecei a trabalhar aos 13 e 14 anos de idade, passei a juntar dinheiro. Colocava em um “porquinho” ou deixava na carteira. Quando eu entrei na faculdade, tive a oportunidade de abrir uma conta bancária. Peguei meu dinheiro e coloquei na poupança. Eu só tinha a ideia de juntar dinheiro. Eu não tinha objetivo.

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Quando entrei na TV, eu tinha 18 anos de idade. O meu padrão de salário mudou do que ganhava antes. Então, passei a guardar de 10 a 20% do meu salário. Foi aí que eu tive a ideia: “se eu continuar guardando, eu posso parar de trabalhar mais cedo”. A partir daí, eu não tive ajuda de ninguém. Fiz tudo sozinho. Todo o dinheiro foi alocado em um único lugar. Pensei só na minha aposentadoria, ou seja, fiz um plano de previdência privada.

Eu tive várias tentações de como eu poderia ter usado esse dinheiro, mas não fiz. Chegar aos 40 anos de idade e ter conquistado a minha independência financeira foi um alívio para mim.

E-Investidor – Quais foram as tentações?

Costa: Quando era mais novo, a tentação era ter um carro. Depois, foi a tentação de comprar uma casa. Em alguns momentos, pensei: pego esse dinheiro e compro uma casa à vista ou mantenho esse dinheiro e faço um parcelamento. Para mim, foi muito ruim não ter o conhecimento (de investimento) e não ter as pessoas especializadas para me indicar o que eu deveria fazer naquele momento. Posso ter perdido muito dinheiro ao longo do caminho. Com a visão de hoje, poderia ter diversificado no lugar de investir em um só lugar, como a aposentadoria privada.

Se você iniciasse a sua trajetória hoje com a disponibilidade de informações sobre finanças, o que você teria feito de diferente? Como seria a sua diversificação?

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Costa: Eu não sou um especialista em investimentos, mas eu comecei na poupança. Hoje, eu sei que a poupança não é um investimento adequado para nenhum tipo de aporte. Então, já não faria mais. Eu fiz todas as minhas alocações em aposentadoria privada por muitos anos.

Mas é importante dizer que sou um investidor muito conservador. Eu mantenho meus “pés no chão”. Tenho medo de perder muito dinheiro. Então, prefiro ter rendimentos mais baixos e correr menos risco. Então, a minha principal mudança seria não investir mais em poupança e diversificar. A minha carteira estaria como está hoje com um “leque” de opções. Se eu perder de um lado, ganho de outro.

A sua carteira hoje é diversificada, mas você se considera conservador nos investimentos. Isso quer dizer que seus recursos estão mais alocados em renda fixa?

Costa: O meu “leque” de opções é mais aberto para investimentos moderados e conservadores e é mais fechado para aplicações arriscadas, como as ações, por exemplo. Eu preciso ter pessoas especializadas que estejam atentas ao que está acontecendo no mercado para me indicar onde e quando devo alocar. Eu não consigo ficar o dia todo acompanhando o sobe e desce do mercado. Isso para mim é muito difícil porque não tenho tempo nem “coração” para isso. Então, nos investimentos que são de maiores riscos, eu tenho menos alocação.

Como você define o conceito de “independência financeira”? É a ideia de nunca mais precisar trabalhar?

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Costa: Nos meus últimos 20 anos, eu tive um trabalho que me consumiu bastante. Entrar todos os dias ao vivo foi algo que me deixou extremamente com o sangue “duro” porque exige de você atenção e outros fatores para você estar ali ao vivo todos os dias. Era o que eu queria, mas não era fácil.

Então, na hora que eu falo conquistar a independência financeira, é o momento em chegar para o meu chefe e dizer: “obrigado pela oportunidade. Foi maravilhoso, mas vou buscar outros caminhos para mim. Eu tenho a possibilidade de fazer outras coisas com mais calma e com menos rotina. É no meu tempo junto com a minha família.

Eu vejo que o conceito de independência financeira é ter o poder de escolher o que eu quero fazer hoje. Eu estou trabalhando muito mais do que trabalhava antes para muito mais empresas e mais pessoas. Eu tenho mais reuniões e tenho mais entregas para fazer, mas tudo é no meu tempo sem prejudicar a minha vida e a da minha família.

Quais são as principais dicas financeiras que todo brasileiro deveria seguir?

Costa: A gente pensa que as pessoas já estão dois a três passados na frente achando que elas estão preparadas para investir, mas na verdade estão dois a três passos para trás. Então, precisamos recuar um pouco e voltar a ensinar desde o início. Precisamos ensinar educação financeira para as pessoas e mostrar o que elas têm para gastar e o quanto pode sobrar. A partir daí, a gente pode incentivar as pessoas a investir.

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Sem isso, não tem como fazer qualquer investimento. Depois, identificar o quanto você pode investir por mês. Não adianta você investir um mês e passar 11 meses sem investir. O dinheiro não vai “crescer” o quanto você gostaria. É preciso ter uma regularidade.

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