Investimento não é cassino

Fabrizio Gueratto tem quase 20 anos de experiência no mercado financeiro. É especialista em investimentos, professor de MBA em Finanças, autor do livro “De Endividado a Bilionário”, fundador da Gueratto Press e criador do Canal 1Bilhão, com quase 21 milhões de visualizações no YouTube

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Fabrizio Gueratto

Modalmais (MODL11) foi o banco que mais cresceu em 2021

Percentual de crescimento superou BTG, Itaú e XP Investimentos. Veja a entrevista com o CEO

IPO do banco digital Modalmais (FOTO:Divulgação)

A temporada de balanços trimestrais está a todo vapor e o que chamou a atenção foi o resultado do Modalmais (MODL11), cujo o crescimento percentual superou o BTG (BPAC11), Itaú (ITUB4) e XP Investimentos. Hoje, o banco digital para investidores se aproxima de 1,5 milhão de clientes.

No primeiro trimestre, o crescimento do lucro líquido foi de 660%. Agora, no segundo trimestre, o ganho bateu R$ 45,9 milhões, marca que superou em 137,4% os resultados obtidos no mesmo período do ano passado. Além disso, a empresa também conseguiu uma grande captação de ativos sob custódia, chegando a um total de R$ 26 bilhões, alta de 87,7% em comparação com 2020.

Levando em conta estes resultados surpreendentes, convidei o CEO do Modalmais, Cristiano Ayres, para contar o que está por trás deste crescimento acelerado e o que podemos esperar para o futuro.

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O que vocês fizeram para quase dobrar a captação de recursos?

O resultado é devido a uma combinação de ações, tanto no B2C quanto no B2B. Aceleramos os novos escritórios de agentes autônomos, mas a maior parte ainda está vindo do nosso B2C, principalmente na área comercial. Desde o início do ano, estamos trazendo mais assessores para o Modal e aperfeiçoamos nossas estratégias de marketing digital e iniciativas de educação financeira. Quando trazemos estes players para o banco, nós impulsionamos o crescimento deles com nossas estratégias de growth.

Além disso, lançamos a plataforma Modal Premium, que junta a nossa tecnologia com os produtos exclusivos do Credit Suisse. Então, houve praticamente uma conjunção de fatores. De um lado o reforço de assessores financeiros, e do outro a área de marketing, que vem atraindo mais clientes. É uma estratégia com várias frentes combinadas.

Como funciona o atendimento híbrido do Modalmais? Esse é diferencial do banco?

O Modalmais possui duas premissas muito importantes para acreditarmos na tese de financial deepening: ter uma assessoria personalizada e oferecer educação financeira. O uso de tecnologia ajuda muito a melhorar a experiência do cliente, mas ainda vemos importância em ter uma abordagem híbrida para determinadas pessoas. Ou seja, um atendimento tanto digital quanto humano. O cliente se sente mais seguro quando existe o suporte de um especialista e não apenas a conversa com um robô.

Além disso, a educação financeira dos clientes sempre foi um pilar importante para o Modal. Afinal, se a pessoa já entende um pouco mais sobre investimentos, o assessor pode auxiliá-la com maior facilidade. Portanto, essa combinação é a melhor que podemos oferecer e os números mostram que estamos no caminho certo.

Como vocês estão conseguindo acelerar o crescimento dos escritórios e aquisições?

Quando trazemos um escritório para o nosso ecossistema, estamos indo atrás do agente autônomo em si. O foco é ajudar os sócios desses negócios a continuar investindo e expandindo. Mas, isso só acontece porque o assessor vem junto. Ele abraça o nosso projeto e sente confiança que estamos acelerando rapidamente.

A questão de ter um incentivo financeiro naturalmente tem importância, mas este não é o único elemento de tração. Dinheiro é uma super commodity, ainda mais em mercado aquecido como o atual. Porém, o que colocamos na mesa são questões um pouco mais intangíveis. Assim, podemos entregar um ecossistema completo, ajudando os parceiros a contratar e treinar mais assessores.

Um dos nossos principais cases foi a compra da RJ Investimentos, um antigo escritório super tradicional da XP Investimentos, que está há mais de 10 anos no mercado e possuía  pouco mais de R$ 1,3 bilhão sob custódia. Um mês depois do distrato definitivo, já tínhamos migrado mais de 35% de todos os recursos do escritório.

Vocês estão conseguindo crescer e dar lucro. Qual a principal diferença do modelo de negócio do banco?

A empresa sempre foi preocupada não só em crescer em questão de tamanho, mas de qualidade também. Desta forma, estamos focando em dobrar a base de clientes, que teve um crescimento de 36,5% neste trimestre. Mesmo assim, conseguimos um ganho de escala muito grande.

Nós tivemos um lucro de quase R$ 46 milhões, com margem líquida de 25,8%, algo bastante expressivo. Essa conjugação de reunir linhas de negócio que crescem em uma velocidade muito forte, mas acima de tudo, um modelo de negócio que permite um nível de alavancagem operacional maior, é essencial.

Nossa preocupação sempre foi montar um bom modelo de negócio e ter um posicionamento estratégico que permitisse gerar relevância para os clientes. Com isso, trazemos diferenciais que realmente importam para o cliente, mas com uma fórmula de lucro positiva também. Assim, conseguimos um crescimento forte, batendo quase  1,5 milhão de contas. Crescemos de forma consistente a nossa base, mas o lucro também. Esse é o nosso modelo de negócio.

O ticket médio do cliente Modalmais (MODL11) praticamente quintuplicou no último ano. Por que isso ocorreu?

Os agentes autônomos e o segmento premium interno, nosso B2C, possuem uma grande importância nesse quesito. Naturalmente, eles cobrem clientes de maior porte que passamos a focar, em especial após o anúncio da parceria com o Credit Suisse.

A partir do momento que estes clientes têm um assessor, as probabilidades de investirem mais também aumentam. Ou seja, damos confiança para que o cliente fique confortável, assim ele tende a investir melhor e, portanto, cada vez mais.

Por que o investidor deve olhar para o papel do Modalmais?

Sempre tivemos preocupação em gerar resultados e montar um ecossistema forte, que de fato fizesse diferença para o investidornossos clientes. Com isso, estamos facilitando, simplificando e tornando cada vez mais completa a experiência dentro da plataforma.

Estamos só começando, e este é um mercado que tem muito para ser explorado. O setor ainda está concentrado na mão dos 5 maiores bancos de varejo, que tem uma experiência muito mais limitada que a nossa plataforma. Porém, temos tecnologia, marca, capacidade de execução e eu vejo em um mercado enorme pela frente.

As aquisições irão continuar? O que esperar do futuro do Modalmais?

O Modalmais está ativamente olhando e cuidando do seu ecossistema, que não para de evoluir e fazemos isso de forma acelerada. Desta forma, olhamos aquisições que possam ajudar a melhorar a experiência dos nossos clientes. Além disso, as oportunidades do open finance e open banking ainda serão muito exploradas por nós.

A possibilidade de ter mais dados dos clientes para tornar a experiência deles personalizada será de grande ajuda. O primeiro benefício do open finance é diminuir a assimetria de informações que existem no mercado. Assim, o dado passa a ser do cliente, não mais do banco. A partir do momento que as pessoas começarem a escolher como os seus dados serão compartilhados, o ambiente passará a ser mais competitivo. Então, a experiência, além do serviço, será fundamental.

Vamos acompanhar, completar o ecossistema e aumentar melhorar a experiência do cliente para chegar nessa hiper personalização. Acredite, se as pessoas estão surpresas com o nosso crescimento agora, imagine nos próximos anos com todas as oportunidades que ainda estão sendo abertas.

Leia mais sobre os resultados do 2º trimestre do Modalmais (MODL11).

Assista ao vídeo exclusivo sobre as 3 ações para agosto segundo Leandro Martins, Sócio e Analista do Modalmais: