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Investimento não é cassino

Fabrizio Gueratto tem quase 20 anos de experiência no mercado financeiro. É especialista em investimentos, professor de MBA em Finanças, autor do livro “De Endividado a Bilionário”, fundador da Gueratto Press e criador do Canal 1Bilhão, com quase 21 milhões de visualizações no YouTube

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Fabrizio Gueratto

Por que o crédito privado é a bola da vez em 2025?

Com a Selic nas alturas, a renda fixa está ganhando cada vez mais espaço no radar dos investidores

Por que o crédito privado é a bola da vez em 2025?
(Foto: Envato Elements)
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  • Os FIDCs estão assumindo protagonismo absoluto, conquistando cada vez mais investidores e atraindo a atenção do mercado
  • Mais do que um movimento numérico, o crédito privado tem mostrado sua capacidade de criar soluções ágeis e inovadoras para o mercado
  • Mudanças nas regras implementadas pela CVM em novembro de 2024, foram um divisor de águas para o mercado de FIDCs

Com a Selic nas alturas e perspectivas de poder passar de 15% em 2025, a renda fixa, especialmente o crédito privado, está ganhando cada vez mais espaço no radar dos investidores. Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) estão assumindo protagonismo absoluto, conquistando cada vez mais investidores e atraindo a atenção do mercado.

Acredito que o motivo é simples: o setor tem mostrado um crescimento acelerado e consistente. Ao final de 2024, os FIDCs alcançaram R$ 589 bilhões em patrimônio líquido, superando pela primeira vez os fundos de ações. Esse aumento de 32,6% em relação a dezembro de 2023, quando o setor somava R$ 444 bilhões, reforça a tendência de migração de capital para o crédito privado.

Mais do que um movimento numérico, o crédito privado tem mostrado sua capacidade de criar soluções ágeis e inovadoras para o mercado. Um ótimo exemplo é o iFood, que utiliza FIDCs para financiar seus parceiros de forma ágil e eficiente. Enquanto um banco tradicional pode levar até dois anos para ser constituído, um FIDC pode ser estruturado em apenas uma semana. Essa velocidade permite que empresas ofereçam crédito de maneira descomplicada, fortalecendo suas redes de parceiros e impulsionando o crescimento de suas operações.

Além disso, as mudanças nas regras implementadas pela CVM em novembro de 2024 foram um divisor de águas para o mercado de FIDCs. Entre as principais alterações, está a possibilidade de os fundos adquirirem cotas de outros FIDCs, ampliando sua flexibilidade e capacidade de diversificação dos investimentos. A isenção do come-cotas também contribuiu para sua diferenciação frente a outros fundos, como os multimercados e de renda fixa, que são tributados semestralmente com alíquotas de 15% a 20% – ou seja, o atrativo não está na isenção, mas no fato de que o montante do come-cotas continua rendendo até o momento do resgate. Em um cenário de juros elevados, isso faz toda a diferença para quem pensa no longo prazo.

Outro ponto importante é que os FIDCs conseguem atender diferentes perfis de risco e liquidez, e essa flexibilidade é o que permite que setores como industrial, agropecuário e construção civil se beneficiem diretamente desse modelo de financiamento. Com um mercado que alia regulação favorável, rentabilidade atrativa e versatilidade operacional, os FIDCs consolidam-se como a “bola da vez” em 2025. Para investidores que buscam diversificação e maior previsibilidade, o crédito privado desponta como uma alternativa eficiente, capaz de competir diretamente com opções tradicionais do mercado financeiro.

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