O que este conteúdo fez por você?
- Uma pesquisa mostra que startups brasileiras precisariam de US$ 6,1 bilhão em 2023, mas o montante disponível é notavelmente menor
- Em um cenário com crédito limitado, muitas startups vão quebrar, e outras serão vendidas ou passar por processos de fusão
- As boas startups, grandes e com modelos sustentáveis, vão ficar com o crédito restante
Já tenho falado há algum tempo sobre a dificuldade das startups em captar dinheiro. O vento sopra forte e a previsão é de dias difíceis. O déficit de capital deve ficar na casa dos US$ 2,4 bilhões, conforme previsão da gestora Kamaroopin.
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Isso significa que:
- Boas startups terão direito ao dinheiro que restou. Porém, para que isso aconteça, terão que aceitar reduções importantes nos seus valuations, além de provar que podem ser sustentáveis.
- Haverá uma onda de fusões e aquisições. Com as startups “na promoção”, muitas se juntarão para somarem receita e ganharem eficiência operacional, enquanto outras serão adquiridas.
- 2023 talvez seja o “Ano do CVC”, o Corporate Venture Capital. Grandes companhias poderão acelerar seus processos de inovação comprando startups a valuations menores, num negócio bom para os dois lados.
- Muitas startups não conseguirão encontrar um caminho e falharão. A tese do crescimento exponencial sem lucro mostrou-se agressiva demais para a imensa das empresas e, infelizmente, a conta chegou.
A Kamaroopin estima que as startups brasileiras precisariam de US$ 6,1 bilhão em 2023, mas o volume disponível, como disse antes, é bem menor. Neste caso, a matemática dá a resposta sobre o que vem pela frente.
O exemplo do Credit Suisse
Nesse cenário de tempos difíceis, a crise do Credit Suisse serviu para validar a hipótese: não existe empresa imune à disrupção. Muitas companhias gigantes do passado já nos mostraram isso: Yahoo, Kodak, Nokia… todas gigantes, bilionárias, com milhões de consumidores.
As ações do Credit Suisse atingiram seu topo em 2007, chegando a valer US$ 75,01. No dia da sua venda para o UBS, o valor das ações estava em US$ 0,94. Uma perda de 98% frente ao seu valor máximo.
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Estabilidade, de fato, não existe. E a reinvenção constante é o único antídoto contra a irrelevância. Por mais sucesso que uma empresa tenha conquistado no passado, seu futuro não estará garantido.
Tudo muda muito rápido e essa velocidade será cada vez maior. Isso nos força, obviamente, a desenvolver uma enorme capacidade de adaptação. Essa é a chave.