- O atual cenário de juros torna o momento oportuno para pensar nos ativos de renda fixa
- Todos os perfis de investidor, do conservador ao arrojado, contam com uma parcela de renda fixa em sua composição
- O desafio consiste em fazer com que a carteira de investimentos cresça em velocidade acima do movimento dos indicadores de inflação
No texto desse mês, gostaria de começar nossa conversa de um jeito diferente. Trouxe dados que são de suma importância e que certamente despertarão sua curiosidade ou, quem sabe, poderão te fazer pensar de uma forma diferente. Mas vamos lá! Falando especificamente em 2022, até o dia 31 de julho, temos:
- Bolsa: o Ibovespa aos 103 mil pontos e queda acumulada de -1,6% em 2022. Mais atrás o SP500, índice com as 500 maiores empresas dos Estados Unidos, com uma queda ainda mais expressiva de 22% no ano;
- Moeda: no mesmo período o dólar fechou cotado a R$5,25, com uma queda de 6,13%;
- Inflação: os índices de preços nos últimos 12 meses, como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referência para os investimentos em renda fixa, apresentou alta de 11,89% e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), o famoso índice dos contratos de aluguel, acumula elevação de 10,70%.
Além das referências acima, podemos citar o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que apresenta alta acumulada de 6,49% no ano e de 9,41% nos últimos 12 meses, lembrando que a Selic, a taxa básica de juros da economia, até o final de julho estava em 13,25% ao ano.
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O atual cenário de juros torna o momento oportuno para pensar nos ativos que possam compor a parcela de renda fixa do seu portfólio. Aqui, o maior desafio do investidor consiste em fazer com que sua carteira de investimentos cresça em velocidade acima do movimento dos indicadores, especialmente aqueles atrelados à inflação, já que os preços de produtos e serviços estão sendo reajustados constantemente.
Repare que independente do índice citado as evoluções são diferentes entre si e a instabilidade nos mercados só reforça a necessidade da diversificação de seus investimentos, com o objetivo de diminuir o risco e maximizar os ganhos. Para isso, tomemos como base a Teoria Moderna do Portfólio, que concentra os esforços em analisar a volatilidade (risco) total de uma carteira ao invés de analisar a volatilidade individual de cada ativo.
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Quando combinamos ativos que possuem correlação baixa entre si ou negativa, há uma redução na volatilidade total, sem necessariamente reduzir o potencial de retorno. Em outras palavras, existe uma alocação ótima (ideal) para cada nível de risco, em que o retorno esperado é maximizado.
No cenário atual, de volatilidade na bolsa, incertezas em relação ao contexto internacional e taxa de juros brasileira em patamar bastante elevado, a renda fixa tem se mostrado uma excelente alternativa para compor a parcela mais conservadora do portfólio.
Todos os perfis de investidor, do conservador ao arrojado, contam com uma parcela de renda fixa em sua composição. Dentro dessa “fatia”, considera-se os três indexadores: CDI, prefixado e inflação. A participação deles, ou seja, quanto proporcionalmente cada um ocupa na carteira, varia de perfil para perfil, mas pode ser facilmente consultada na recomendação da sua corretora ou banco.
Para a composição da parcela de CDI é considerada a necessidade de liquidez, além de fazer com que esse recurso acompanhe a variação da taxa Selic. São vários tipos de ativos, com diferentes prazos de investimento e alguns deles, com remuneração superior a 100% CDI. Vejamos alguns exemplos de ativos que possam compor essa parcela:
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- CDB DI: são centenas de opções de títulos emitidos por bancos, com diferentes vencimentos e porcentuais de remuneração;
- LCI ou LCA: assim como os CDBs, as Letras de Crédito Imobiliário e as Letras de Crédito do Agronegócio oferecem muitas opções e todas elas isentas de Imposto de Renda para o investidor pessoa física. Para este investimento é importante considerar o prazo mínimo de resgate;
- CRI ou CRA: Certificados de Recebíveis Imobiliários e Certificados de Recebíveis Agrícolas são alternativas, assim como LCI e LCA, isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas. As atenções vão para o investimento mínimo e a liquidez;
- Tesouro Selic: velho conhecido dos investidores, emitido pelo Governo Federal, o Tesouro Selic também pode ser usado para compor essa parcela;
- Fundos DI: são muitas opções de fundos que acompanham a variação da Selic. Atenção aqui para a taxa de administração.
Agora que já vimos como preencher a parcela atrelada ao CDI, vamos conhecer alternativas para o porcentual de prefixado, dando previsibilidade de retorno a essa “fatia” de investimento:
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- CDB Pré: existem opções no mercado, com diferentes taxas e prazos de vencimento. Atenção à alíquota de IR;
- Letra Imobiliária Garantida (LIG) na modalidade prefixada: com rendimentos isentos para investidores pessoa física, é um título emitido por bancos, com diferentes taxas e prazos de investimento;
- LCI ou LCA: também disponíveis na modalidade pré, são isentas de IR para investidores pessoa física;
- Tesouro Prefixado: com baixo investimento inicial, o tesouro pode ser uma alternativa interessante. Importante ter atenção com a alíquota de IR e também com o prazo de vencimento do título.
Já para a parcela de inflação, existem várias alternativas no mercado que pagam “juros reais”. Ou seja, rendimentos acima da inflação. Dentre as opções encontramos títulos bancários, tesouro direto e até mesmo títulos privados. Confira os principais:
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- LIG na modalidade IPCA: isenta do imposto de renda para pessoas físicas, sua remuneração é composta por uma taxa fixa mais IPCA durante o prazo de vigência do título;
- Debêntures: existem as debêntures tradicionais e debêntures isentas de imposto de renda. São muitas opções com diferentes taxas e prazos de vencimento, não esqueça de considerar o rating do emissor;
- Tesouro IPCA+: o tesouro IPCA também se mostra como uma alternativa para compor a parcela de inflação, garantindo o pagamento de uma taxa pré acordada mais variação do IPCA no período. Conta com a opção de pagamento semestral ou, ainda, principal mais juros no vencimento.
Você pode estar se perguntando: “Entendi a teoria, mas como eu aplico isso na prática?”.
Você pode procurar casas de investimentos, bancos e corretoras que possuem alternativas em todas as classes de investimentos acima apresentadas, inclusive nesse momento, com taxas muito atrativas e superiores ao CDI. Grande parte dessas instituições possuem uma espécie de “cardápio de investimentos” que se chama Carteira Recomendada para o mês (atualizada mensalmente considerando as perspectivas do cenário econômico).
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Tais carteiras já contam com o porcentual de alocação sugerido e com os ativos que as compõem, considerando diversos fatores, entre eles cenário econômico, perspectivas corporativas, risco dos emissores e correlação desses ativos. Por isso é importante procurar um especialista de investimento e uma casa que poderá lhe oferecer segurança e solidez na recomendação de carteiras.
Obviamente que cada instituição pode ter visões diferentes considerando o pano de fundo do cenário, mas de forma geral, se utilizam da mesma bagagem teórica para a seleção dos ativos. É importante a escolha de uma casa que ofereça amplas oportunidades e opções de investimentos, pois existem centenas no mercado, e uma que possa te apoiar por meio da carteira recomendada. Trata-se de um importante material elaborado por profissionais (especialistas e analistas de mercado) que consideram diversos fatores para formalizarem a recomendação.
Informação é sua maior aliada para uma gestão eficiente do seu portfólio de investimentos e no mercado, felizmente, você encontra de forma aberta relatórios, carteiras recomendadas, análises, pode participar de Lives e acessar podcasts que tratam do assunto para, assim, entender o momento de mercado para tomar a melhor decisão na hora de investir!
Um abraço!