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Colunista

Por que investir em educação é mais do que investir no futuro

O potencial do ecossistema só aumenta e o mercado deve passar por mudanças significativas

Sala de aula. Foto: Alex Silva/Estadão
Sala de aula. Foto: Alex Silva/Estadão

Segundo a empresa de inteligência de mercado HolonIQ, o mercado de educação mundial deve receber mais de US$ 7 trilhões em investimentos de governos, empresas e consumidores até 2025 e atingir o patamar de US$ 10 trilhões em 2030. Esses números expressivos reforçam as oportunidades em um mercado fragmentado, subdigitalizado e com potencial de inovação em escala global.

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Os investidores globais, de olho de nesse segmento, deixaram claro as suas intenções. Em 2020, os fundos de Venture Capital investiram mais de US$ 16 bilhões em EdTechs. Foram mais de US$ 20 bilhões em negócios de fusões e aquisições em uma onda de capital de crescimento e oportunidades.

Outro fator que chama a atenção são as projeções que apontam para mais 2 bilhões de graduados em escolas, universidades e cursos alternativos no mundo em 2050 do que atualmente, impulsionados por um maior interesse e participação dos estudantes e pelo crescimento populacional.

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No Brasil, o potencial do ecossistema de educação vem aumentando ano após ano e o mercado deve passar por mudanças significativas no ambiente de negócios nos próximos anos.

O Governo Brasileiro investe cerca de 6% do PIB em educação, mas em contrapartida o país encontra-se na posição número 57 no último ranking mundial divulgado do PISA. São mais de 48 milhões de estudantes e várias oportunidades de melhoria que passam por aumentar o volume de investimentos, melhorar a qualidade do aprendizado, erradicar o número de analfabetos, diminuir a taxa de abandono escolar, aumentar a taxa de escolarização, entre outras.

No mercado de educação superior, o crescimento se mostra significativo nos últimos anos. São aproximadamente 6,5 milhões de alunos e 2.400 entidades de ensino superior privadas, que apresentaram um faturamento de R$ 170 bilhões em 2019. Em 2007, o setor teve o primeiro IPO e de 2008 até o primeiro semestre de 2019 foram 294 transações de fusões e aquisições segundo dados da Consultoria KPMG.

E não podia faltar o mercado das EdTechs, que atuam para resolver os problemas atuais do setor, conectados com as tendências no segmento.

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De acordo com o EdTech Report 2020 da Distrito, são 559 Edtechs mapeadas em um mercado que teve investimentos de US$ 3 milhões em 2011 e totalizou US$ 173 milhões em 2020, sendo o quinto maior em quantidade de negócios.

A pergunta que se faz necessária é: Como os modelos atuais de educação proporcionarão acesso em escala, qualidade e velocidade exigidas pelo mercado?

Essa resposta exige a conexão entre vários fatores que vão desde a regulação dos mercados, a atuação dos Governos, da iniciativa privada, do surgimento de modelos de negócio inovadores e com tecnologia, mas que começa com uma reflexão importante, que é como aprendemos e evoluímos como seres humanos.

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Sir Ken Robinson, como era chamado o inglês que foi autor, palestrante e consultor sobre inovação na educação, mostrou, em uma conversa engraçada e instigante em um dos seus TEDs, os três princípios cruciais para que a mente humana floresça e também como sair do “vale da morte educacional” para nutrir a mente das diversas gerações sobre as possibilidades no futuro. Fica a dica para os que pretendem investir no ecossistema de educação!

O primeiro princípio é que as pessoas são naturalmente diferentes e diversas. A educação do futuro deve levar isso em consideração. As jornadas de aprendizagem devem ser individualizadas e conectadas com as experiências que cada um possui durante a sua vida.

O segundo princípio é a curiosidade. Ela é o motor da conquista que permite acender a chama do aprendizado. Se não há aprendizado acontecendo, não há educação. O principal objetivo da educação é fazer as pessoas aprenderem.

E o terceiro princípio é que a vida humana é fundamentalmente criativa.  Nós criamos nossas vidas e podemos recriá-las à medida que vivenciamos as coisas, imaginando alternativas e possibilidades. Um dos papéis da educação é despertar e desenvolver esses poderes de criatividade.

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Com todo esse cenário, espera-se um crescimento significativo na tecnologia educacional, uma mudança nos segmentos de ensino como o crescimento de iniciativas na primeira infância, ensino fundamental e capacitação da força de trabalho e ao mesmo tempo uma remodelação gradual do ensino superior. Novos modelos, novo capital e novos atores entrarão no mercado de educação e os mercados emergentes se posicionam para adotar abordagens inovadoras no segmento. Abordagens que levarão em conta as tendências como:

  • Implementação de Nanolearning com aprendizagem em períodos curtos e com menos conteúdo
  • Intensificação do Aprendizado Baseado em Projetos (PBL) em aulas presenciais e online
  • Experience Learning como prática para aumentar o interesse do aluno através de exercícios colaborativos, Gamificação etc.
  • Lifelong Learning: onde cada um é protagonista de seu aprendizado e deve entender quais são os formatos e prazos que lhes cabe melhor
  • Modelo híbrido de ensino (presencial + online)

Aqueles que desejam investir devem aproveitar não somente as janelas de oportunidades de negócio e investimentos, mas também contribuir para melhorar a qualidade da educação no País, promover uma educação infantil que permita as crianças explorarem o seu lado criativo, desenvolver novas competências nos jovens líderes e fazer do aprendizado uma fonte de inspiração para uma vida melhor.

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