Marco Saravalle é analista CNPI-P e sócio-fundador da BM&C e da MSX Invest. Foi estrategista de Investimentos do Banco Safra, estrategista de Investimentos da XP Investimentos, analista e co-gestor de fundos de investimentos na Fator Administração de Recursos e GrandPrix e analista de ações na Coinvalores e Socopa. Formado em Ciências Econômicas pela PUC-SP, Pós-graduado em Mercado de Capitais pela USP e Mestrando em Economia e Finanças pela FGV/EESP. Iniciou sua carreira no programa de Trainee do Citibank. Atualmente é Diretor Administrativo/Financeiro da Apimec Nacional, membro do comitê de
educação da CVM e presidente do Conselho da ONG de educação financeira,
Multiplicando Sonhos.

Escreve quinzenalmente, às segundas-feiras

Marco Saravalle

Toda blue chip já foi um dia small caps

Entenda como estas pequenas-grandes empresas podem valer tanto quanto as queridinhas do mercado

Foto: Mike Segar/Reuters
  • Imagine que um dia, grandes companhias como Apple, Microsoft e Amazon já foram Small Caps
  • Quem conseguiu ver o desempenho destas gigantes, conseguiram enriquecer junto com elas

As Small Caps, termo em inglês conhecido para empresas de menor capitalização de mercado, são ações que, geralmente, possuem menor liquidez na bolsa de valores. Ou seja, seu volume de negociação é menor do que as ditas blue chips (Big Cap), companhias que possuem capital superior, como: Alphabet (GOOGL), Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4).

No entanto, tem que se ter em mente que não é uma regra. Há empresas com alta capitalização e baixo volume de negociação, isto é, uma baixa liquidez em suas ações. O mesmo vale para o inverso.

Conceitua-se, portanto:

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Small Cap: valor de mercado de US$300 milhões a US$2 bilhões;
Mid Cap: valor de mercado de US$2 bilhões a US$10 bilhões;
Big Cap: US$10 bilhões ou mais.

Ações inéditas e ganhos exponenciais

Há quem prefira as ações tradicionais, ditas “confiáveis”, já que as empresas Small Caps possuem um maior endividamento para alavancar seu crescimento e uma menor liquidez, isto é, menor facilidade de negociação. Entretanto, essas companhias ignoradas pelo grande público possuem muito espaço para expandir, ao contrário das Blue Chips que, muitas vezes, já alcançaram o seu máximo.

Muitos questionam o porquê escolher empresas de menor capitalização se os grandes players do mercado são as Blue Chips. Uma única resposta: a maioria dos analistas estão sempre analisando as tradicionais da bolsa.

Empresas menores, geralmente, não estão no radar das pessoas. Sendo assim, ao analisar essas companhias, é muito provável que o preço dos papéis não estejam distorcidos como acontece nos demais casos. É muito mais “fácil” encontrar empresas cuja ação está descontada quando não se tem “holofotes”.

Blue Chips já foram um dia Small Caps

Existe uma linha tênue entre escolher uma grande empresa com bom lucro e dividendos. O risco é de ficar estacionada em um patamar de preço por anos, para uma empresa com grande potencial de valorização e maior volatilidade. Algumas Small Caps já apresentaram mais de 50% de valorização em um único dia. Exemplo claro foi com a companhia Boa Safra (SOJA3), que depois de dois dias de sua Oferta Pública Inicial (IPO), já tinha se valorizado mais de 70%.

Além disso, imagine que um dia, grandes companhias como Apple, Microsoft e Amazon já foram Small Caps. Quem conseguiu ver o desempenho destas gigantes, conseguiram enriquecer junto com elas.

É possível observar que o tal do “RISCO vs RETORNO” está muito presente nas empresas de pequena capitalização, uma vez que se olharmos para um período de tempo maior e uma comparação com o Índice Bovespa (IBOV), o índice que replica as Small Caps (SMLL) na B3 está quase sempre com uma valorização superior.

Basta pensar que quanto mais risco o acionista aceita correr com relação à liquidez do ativo, maior pode ser o seu retorno financeiro (seu prêmio). Quando colocamos em números, conseguimos perceber mais rapidamente a diferença: enquanto o índice IBOV – que bateu sua máxima histórica novamente neste ano, aos 122.385 pontos – se valorizou 80,5% durante os últimos 5 anos, já a valorização do índice SMLL foi de 110,85% (de 2017 a 2021).