O que este conteúdo fez por você?
- Por muito tempo, foi mais rentável alocar recursos em renda fixa e fundos atrelados à Selic
- Agora, investidores têm voltado para as ações, já que é unânime que logo veremos queda nos juros
- O risco ainda é alto, mas só tem retorno alto aquele investidor que está sujeito a correr riscos
Estamos próximos de completar dois anos do ponto máximo da Bolsa de Valores brasileira de 131 mil pontos em junho de 2021. São praticamente dois anos com ações em queda, saques de fundos de ações e prejuízo na carteira dos investidores.
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O que gerou esse movimento, também iniciado no começo de 2021, foi o ciclo de alta da taxa Selic. Saímos de 2% para 13,75% ao ano, um dos maiores ciclos de alta de juros da história brasileira.
Os juros prejudicam as ações por diversos motivos. As empresas começam a gastar mais com seus empréstimos, reduzindo o lucro. Os investidores trocam suas ações por títulos de renda fixa, que agora ficam mais atrativos. O valor presente das empresas cai, pois as taxas de desconto passam a ser maiores. Tudo isso prejudica a Bolsa.
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Mas o cenário está aos poucos mudando. Os dados de inflação mostraram uma desaceleração importante e já estamos com o acumulado em 12 meses próximo a 4%. Os dados de atividade também mostram alta do desemprego e desaceleração da demanda. Tudo isso corrobora um cenário de desaquecimento da economia e trajetória de preços rumo a meta de inflação.
O próprio Comitê de política monetária já mostrou em suas projeções que se a taxa Selic permanecer em 13,75% ao longo dos meses, teríamos uma inflação abaixo da meta. Ou seja, temos espaço para um ciclo de queda nas taxas.
O tamanho do espaço e quando seria seu inicio ainda são pautas de debates calorosos entre os economistas. Mas a direção é praticamente unânime: para baixo.
As ações foram muito prejudicadas pelo juro alto. Estamos em múltiplos baixíssimos para o nosso padrão histórico. Além disso, ficamos muito tempo neste patamar deprimido e nunca demoramos tanto para nos recuperar de uma crise.
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Os investidores de Bolsa estão com medo e foram afugentados de ativos de risco, correndo para a renda fixa de taxa alta. Mas agora precisamos reconhecer o inicio de mudança do cenário e voltar a alocar em ações.
O próprio mercado já está começando a considerar a mudança de trajetória dos juros e a bolsa já vem tendo altas expressivas nas últimas semanas. Claro que estamos no início do movimento.
E é importante pontuar também que a bolsa não é tendencial como a renda fixa. Os movimentos acontecem rápidos e de forma não linear. Por isso, não adianta ficar tentando acertar o melhor momento de entrar.
Ou você aceitar correr o risco e entra. Ou quando subir você não participará da alta.
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Temos empresas que caíram cerca de 80% durante o ciclo de alta. Para que essas empresas retornem ao mesmo patamar anterior elas teriam que subir 400%. Imagina só entrar em uma ação e ter ganhos de quatro vezes o valor colocado?
Claro que não é toda empresa que caiu 80% que vai se recuperar. Mas temos casos de empresas sólidas, com retornos crescentes, que certamente têm um enorme potencial.
Estamos naqueles raros momentos onde os preços estão deprimidos e a perspectiva é de melhora. Aqueles momentos onde, daqui a alguns anos vamos olhar para trás e pensar: eu queria ter entrado na bolsa nesses patamares de preços.
Claro que entrar na bolsa a preços baixos sempre é difícil. Envolve consciência dos riscos, paciência com o mercado, e aceitar correr o risco que ninguém quer correr.
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A consequência é obter uma rentabilidade que ninguém vai obter. É para poucos.
Enquanto está todo mundo fugindo de risco e indo para a renda fixa no finalzinho de um ciclo de alta, você está indo para onde?
Fuja da manada!