O que este conteúdo fez por você?
- O que veremos nesta reunião não deve representar uma grande surpresa em termos de magnitude da alta da Selic
- Essas reuniões do Copom acontecem a cada 45 dias, aproximadamente, e são acompanhadas de perto por todos os participantes do mercado. Vale a pena o investidor acompanhar junto e criar uma sensibilidade do impacto delas nos preços de seus títulos
- Entender como funciona o mercado te torna um melhor cotista do seu fundo, evitando padrões errados de comportamento
Semana que vem teremos reunião do Copom, com a alteração do patamar atual da taxa Selic. No último comunicado, o Banco Central avisou que caso não houvesse nenhuma grande mudança no cenário, teríamos mais um aumento de 75 pontos base. “Para a próxima reunião, a menos de uma mudança significativa nas projeções de inflação ou no balanço de riscos, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude.”
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O comunicado foi publicado no dia 17 de março e de lá para cá as taxas de juros do mercado futuro permaneceram relativamente estáveis, o real se apreciou cerca de 3% e a bolsa subiu cerca de 4%.
Pelo lado fiscal, não tivemos nenhuma mudança estrutural do cenário, apenas a confusão do orçamento, com posterior veto parcial e redução das emendas parlamentares. Os dados de inflação de março ficaram em 0,93%, enquanto o mercado esperava uma alta de 1,03%, também auxiliando um quadro levemente mais benigno de alta nos preços.
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Com todos esses indicadores em sentido positivo, ficaria muito difícil o Copom justificar qualquer alta que não os 0,75% já sinalizados. O mercado precifica atualmente uma alta de 80 pontos, que significa uma alta probabilidade de 75 pontos, e uma probabilidade baixa de 100 pontos. Ou seja, a alta de 75 também já estaria bem precificada.
O que veremos nesta reunião não deve representar uma grande surpresa em termos de magnitude da alta da Selic. O que o mercado deve olhar com cuidado é o conteúdo do comunicado divulgado após a reunião. O BC deve indicar os próximos passos do processo de alta da Selic, com altas de 75 pontos ou possibilidade de alguma redução na magnitude dos passos.
O mercado precifica atualmente uma maior probabilidade de redução do passo para 50 pontos. Caso seja indicada uma manutenção, teríamos uma surpresa que resultaria em aumento dos juros de curtíssimo prazo, com possível redução nos juros mais longos.
O mercado entende que se a autoridade monetária antecipa o ciclo de juros, aumenta a probabilidade de controle da inflação, reduzindo a necessidade de juros mais altos lá na frente. Por isso há aumento das taxas de juros curtas e redução das taxas longas.
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Quando o contrário acontece, ou seja, o Banco Central prolonga o ciclo monetário sendo menos austero no controle da inflação, o mercado entende que há mais riscos na missão de trazer a inflação para o centro da meta, e, portanto, aumenta o prêmio de risco nas taxas de longo prazo.
Se você estiver investido em um título IPCA+ ou prefixado longo, é extremamente importante acompanhar essa dinâmica. Aumentos da estimativa do mercado a respeito das taxas de juros futuras podem trazer prejuízo ao investidor detentor destes títulos, caso eles decidam vender antes do vencimento. Por outro lado, reduções nas taxas podem trazer lucros de marcação a mercado e retornos bem maiores do que a taxa inicialmente acordada.
Essas reuniões do Copom acontecem a cada 45 dias, aproximadamente, e são acompanhadas de perto por todos os participantes do mercado. Vale a pena o investidor acompanhar junto e criar uma sensibilidade do impacto delas nos preços de seus títulos. Mesmo se você investe em renda fixa via fundos, ainda assim é importante acompanhar e se informar a respeito dessas reuniões. Saber o que está acontecendo no mercado vai te ajudar a ser um investidor de fundos mais consciente.
Muitas pessoas sacam dos fundos que estão indo mal no curto prazo sem saber o motivo por trás dessas oscilações. Quando o motivo é temporário ou causa uma reação desproporcional nos preços, estes tendem a retornar ao fundamento no médio prazo. Assim, sacar depois de uma perda dessas pode ser a pior coisa a se fazer, tornando uma perda temporária em permanente.
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Ou seja, entender como funciona o mercado te torna um melhor cotista do seu fundo, evitando padrões errados de comportamento.
Em maio de 2017, por exemplo, no dia que ficou conhecido como “Joesley Day”, as taxas de juros longas subiram 200 pontos percentuais. Quem não entendeu o que estava acontecendo vendeu seus investimentos e resgatou suas cotas de fundos de renda fixa em grande prejuízo.
Porém, 1 mês e meio depois as taxas não só voltaram ao patamar anterior, como caíram ainda mais, beneficiando os detentores de renda fixa prefixada e IPCA+ com marcação a mercado positiva.
Conhecimento, ainda mais financeiro, é algo em que sempre se vale a pena investir. Você nunca irá se arrepender de ter compreendido o que está acontecendo com seus investimentos. Você apenas pode se arrepender do contrário.
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Então vamos juntos acompanhando tudo por aqui! Até semana que vem. Te vejo na reunião do Copom.
Um abraço e bons negócios.