Prédio do Congresso Nacional em Brasília 13/03/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Vai custar caro reparar os danos causados pelos ataques golpistas promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no domingo (08). A Câmara dos Deputados afirma que a quantia necessária já supera R$ 3 milhões, segundo relatório preliminar divulgado nesta terça-feira (10). O Senado estima um gasto de R$ 4 milhões.
Ou seja: pelo menos R$ 7 milhões serão gastos para os reparos.
O tapete do Salão Verde precisará passar por uma reposição de aproximadamente 100 m², com custo aproximado de R$ 20 mil em material, após ter várias áreas queimadas e afetadas pelo uso de hidrantes pelos golpistas. Duas viaturas da Polícia Legislativa também foram danificadas, o que irá gerar um gasto de R$ 500 mil, enquanto o custo com os vidros quebrados pelos invasores soma R$ 100 mil.
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Danos foram causados a diferentes equipamentos, como dois monitores do painel de vídeo wall, cadeiras e uma mesa de telefone. Lideranças partidárias tiveram ao menos três TVs afetadas e cadeiras operacionais do PSDB e do PT foram queimadas pelos invasores. No total, os custos com esses objetos alcançam R$ 26,1 mil.
A maior quantia será gasta para substituir os 400 computadores destruídos no ataque. Cerca de 40 impressoras também foram danificadas, com prejuízo de R$ 150 mil, assim como aparelhos de rede de dados, no valor de R$ 75 mil.
No Senado, vidraças e portas do Salão Negro foram quebradas e pichadas, sendo que os invasores molharam os carpetes após usarem mangueiras de combate a incêndio. Equipamentos de segurança que realizam raio X também não escaparam da ação dos vândalos.
Outros danos à Casa incluem cadeiras, poltronas e móveis. Ainda foi depredada a exposição de presentes dados por chefes de Estado, assim como o painel de Athos Bulcão e uma tapeçaria de Burle Marx, que foi atingida por urina.
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O Senado indicou que os valores serão pagos com o orçamento da Casa, que é composto por verba gerada com impostos e repassada pelo Tesouro Nacional. “Infelizmente, só uma tinta de restauro daquele painel [de Athos Bulcão], um tubo de 20ml, custa quase mil reais. Então o desrespeito com a história brasileira, desrespeito mesmo com o bolso de cada cidadão que vai financiar todas essas atitudes de restauro, é lamentável”, afirmou Ismail Carvalho, profissional do Laboratório de Conservação do Senado, em nota divulgada pela Agência Senado na segunda-feira.
Obras de Arte
A Câmara ainda não estimou o prejuízo resultante da destruição de obras de arte, nem calculou o valor que será gasto para recuperá-las. Na avaliação preliminar, foram detectados os seguintes danos:
6 presentes protocolares expostos no Salão Verde estão desaparecidos ou irrecuperáveis. Outros foram encontrados com danos pontuais que poderão ser restaurados
Muro Escultórico, de Athos Bulcão, 1976, com perfuração na base
Bailarina, de Victor Brecheret, com base descolada
Escultura Maria, Maria, de Sônia Ebling, 1980, com marcas de paulada
No Senado, entre as obras de arte atacadas, estão os cinco quadros pintados em tinta óleo que compunham a exposição de ex-presidentes da Casa, além da tela do artista gaúcho Guido Mondim e de um tinteiro de bronze da época do Império.