O que este conteúdo fez por você?
- Se os últimos quatro anos foram marcados por taxas de crescimento melhores que as esperadas no início de cada respectivo ano, já o 2025 deve marcar um padrão inverso
- A posse de Donald Trump nos Estados Unidos trará mudanças potenciais de política econômica no que tange a tarifas
- No âmbito da renda fixa, uma pequena parcela da carteira em posição pré-fixada faz sentido dadas as altas taxas oferecidas nas corretoras
É redundante, a essa altura, dizer quão desafiador é o cenário para a economia brasileira e para os investimentos em 2025, diante de tantas incertezas (fiscais, externas, etc.). Porém, para os investidores, mais produtivo é se concentrar em outro aspecto: é justamente nesse ambiente desafiador e complexo que ótimas oportunidades de investimento aparecem. Não tenho dúvidas da existência de tais oportunidades, sobretudo no universo da renda fixa local em 2025.
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De forma resumida, faço aqui um paralelo entre o atual cenário macroeconômico e as suas consequências para a alocação de investimentos. Mas já convido você a ler o relatório “Onde Investir em 2025”, disponibilizado pela Ágora Investimentos, que contém detalhes de cada estratégia e alocação que menciono aqui.
Economia em 2025: inflação pressionada, juros mais altos e menor crescimento
A inflação pressionada com o IPCA terminando o ano de 2024 em 4,8%, diante de uma meta de 3% e a desvalorização de 27,9% do Real no ano, praticamente determinarão juros mais altos em 2025. O Copom deve continuar seu processo de elevar a Selic para patamares ao redor de 15% em meados do ano. Com isso, veremos: (a) juros básicos que não eram vistos nesse patamar desde 2005, (b) inflação em 5% em 2025, níveis inéditos em uma década (com a exceção do período pandêmico), e (c) inflexão na taxa de crescimento, com uma estimativa do Focus-Bacen em 2,0%, reduzindo de 3,5% em 2024.
A queda no crescimento esperado para o ano de 2025 não é somente ocasionada pelos juros mais altos. A busca por satisfazer as regras do novo arcabouço fiscal, definida em 2023, somada à necessidade do cumprimento das metas de superávit primário para 2025, tornam muito difíceis novos estímulos fiscais daqui para a frente. Pelo contrário, na visão do mercado, eram necessários cortes de gastos. Eis o motivo pelo qual o pacote fiscal de novembro de 2024 não animou o mercado. Pesou aqui o simultâneo anúncio da alteração da tabela do IR, o que poderia implicar em perdas potenciais de arrecadação da ordem de R$ 40 bilhões.
Se os últimos quatro anos foram marcados por taxas de crescimento melhores que as esperadas no início de cada respectivo ano, 2025 deve marcar um padrão inverso: crescimento menor que o esperado no início do ano pelo consenso.
Novo governo nos EUA: um complicador adicional para os emergentes
A posse de Donald Trump nos Estados Unidos trará mudanças potenciais de política econômica no que tange a tarifas, a corte de impostos, a corte de gastos e à desregulamentação. Em que medida cada conjunto de ações vai se desenrolar é desconhecido, mas é razoável supor que haverá ações em cada um desses pontos. Muitas delas sugerem pressões inflacionárias adicionais e, consequentemente, juros mais altos nos EUA. É muito importante os investidores não se precipitarem, pois muito do que foi proposto em campanha pode acabar não sendo implementado.
Estratégias de investimento para 2025
A implicação do cenário macroeconômico aqui é muito direta: menor crescimento e juros mais altos “punem”, em um primeiro momento, os ativos de renda variável (bolsa) e servem de incentivo adicional aos ativos de renda fixa. Será muito difícil escapar da centralidade na alocação de recursos em ativos de renda fixa neste ano.
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No relatório “Onde Investir em 2025” – desenvolvido pela Ágora Investimentos – você poderá perceber a indicação de um peso importante na exposição a ativos atrelados ao CDI e aos indexados à inflação, dada a expectativa de juros altos por um período mais prolongado. Cada exposição tem função distinta: os papéis indexados ao IPCA protegem contra uma aceleração da inflação ao mesmo tempo que, nos níveis atuais (NTN-B com vencimento em 2035 a IPCA+7,60% ao ano, por exemplo), também podem proporcionar substanciais ganhos de capital com a redução das taxas no futuro. Já os atrelados ao CDI, nos níveis de juros elevados e com a perspectiva de ficarem altos por algum tempo (todo ano de 2025), propiciam máxima segurança com retornos muito atrativos.
Os investidores que desejam ir além do óbvio e tomar algum risco alongando suas respectivas carteiras (maior duration, com vencimento por exemplo em 2040 ou até mesmo 2065) o momento é também muito auspicioso. Falei sobre essa estratégia em detalhes no meu artigo anterior, não deixe de conferir. Aqui fica a dica de procurar produtos de boa qualidade de crédito e com isenção fiscal, para assegurar que eventuais acelerações da inflação não sejam demasiadamente tributadas.
Por último, ainda no âmbito da renda fixa, uma pequena parcela da carteira em posição pré-fixada faz sentido dadas as altas taxas oferecidas nas corretoras, onde alguns CDBs chegam a pagar taxas acima de 16,50% ao ano. Nesse caso, vencimentos de 2 a 4 anos equilibram bem o risco-retorno.
No cenário de renda variável, o relatório aponta para valuations extraordinariamente atrativos. Muitas boas empresas estão sendo negociadas na Bolsa a preços muito convidativos. Aqui, o foco devem ser ações de empresas que apresentaram bons resultados recentes, que não estejam em nível de alavancagem elevado e, preferencialmente, paguem bons dividendos. Confira a lista das carteiras recomentadas no site da Ágora Investimentos.
Transformando grandes desafios em grandes oportunidades
A desaceleração econômica e os juros elevados serão a realidade econômica de 2025. Com isso firmemente na cabeça, os investidores devem perseverar em aproveitar as oportunidades, com a primazia da renda fixa em mente.
Com planejamento, visão de longo prazo e uma abordagem consciente aos riscos, é possível transformar grandes desafios em grandes oportunidades de investimento. Não deixe de acessar o relatório “Onde Investir em 2025”, gratuitamente, para acompanhar em detalhes as alocações recomendadas para cada perfil de investidor.
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