- Quando se trata de progresso financeiro, a primeira coisa a ser feita antes de começar a investir é deixar as finanças organizadas
- Adotar hábitos financeiros saudáveis é um processo contínuo que exige disciplina, autoconhecimento e, acima de tudo, paciência
- Se você repetir a si mesmo que não consegue guardar dinheiro, este pensamento sabotador dispara o gatilho para o consumismo e endividamento
Sejam bem-vindos a esta coluna! Será um prazer compartilhar algumas reflexões que me trouxeram até aqui, nestes mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro e de investimentos. Ao longo dessa trajetória, tive a oportunidade de acompanhar de perto as mudanças e inovações desse setor tão importante para o desenvolvimento do País.
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Para começar, quero dividir alguns insights que me ocorreram há alguns anos ao ler o livro “Hábitos Atômicos”, de James Clear. Identifiquei, em alguns conceitos da obra, coisas que são perfeitamente aplicáveis nos investimentos. Aqui estão alguns deles:
Em tempos de promessas de retorno rápido, escolha a melhoria contínua
A principal premissa do livro é a melhoria contínua em pequenas coisas: evoluir 1% a cada dia vai nos levar, naturalmente, a grandes resultados no médio e longo prazo. Em investimentos, esse conceito se alinha ao de juros compostos.
Para visualizar estes conceitos tenho este exemplo: se você economizar apenas R$ 500,00 por mês e direcionar este valor para um investimento que ofereça uma taxa de juros líquida média de 10% ao ano, o seu saldo após 10 anos será de cerca de R$ 112 mil, o que é um bom valor. Porém se você for além e estender para 20 anos ele salta para R$ 460 mil, e em 30 anos você acumularia mais de R$ 1 milhão.
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É como costumo dizer: o essencial não é investir muito de uma vez, mas sim, investir sempre.
Identidade e mentalidade: quem é você na hora de investir?
Outro conceito defendido na publicação é que hábitos de sucesso estão atrelados diretamente à identidade que você assume. Em investimentos, não é diferente. Se você repetir a si mesmo que não consegue guardar dinheiro, este pensamento sabotador dispara o gatilho para o consumismo e endividamento e isso não vai dar certo. Portanto, assuma a postura de investidor, faça seu primeiro investimento em seu banco ou corretora, mesmo que muito pequeno, leia publicações relacionadas ao tema, e descubra por meio do preenchimento da análise de perfil de risco, que tipo de investidor você é.
Assim, você começará a perceber mais sobre você, qual o seu nível de conhecimento, o quanto de risco você está disposto a tolerar e, também, ter clareza do horizonte de tempo para o objetivo que você está investindo: se será para curto, médio ou longo prazo.
Sistemas x objetivos
Ao invés de focar apenas no resultado, crie um sistema consistente para chegar até ele. Essa é outra prática defendida pelo autor que também se faz presente no mundo financeiro.
Após ter consciência dos seus objetivos coloque seu foco em um sistema que garanta a execução. Uma forma para isso é adotar o hábito de sempre que algum dinheiro entrar em sua conta, invista imediatamente um percentual fixo dele, em uma alternativa que seja simples e que você já tenha familiaridade. Uma outra opção é programar no seu banco ou corretora investimentos automatizados sempre para um mesmo dia do mês. O mais importante é que este hábito não seja uma decisão a ser tomada a cada investimento, e sim apenas algo simples, natural e incorporado à sua rotina.
Crie um ambiente que propicie as mudanças que deseja
Nos estudos modernos de psicologia ambiental, defende-se que o ambiente afeta o nosso comportamento, assim como o nosso comportamento também afeta o ambiente. O autor também parte de princípio parecido quando diz que precisamos moldar nosso ambiente para facilitar a adoção de bons hábitos.
Quando se trata de progresso financeiro, a primeira coisa a ser feita antes de começar a investir é deixar as finanças organizadas. Assim, inclua uma linha de “investimentos” no seu orçamento. A partir de então, incorpore à sua rotina e ambientes, elementos que estejam ligados ao mundo dos investimentos, como por exemplo, nos trajetos diários, passe a acompanhar podcasts de analistas e economistas dos bancos e corretoras, cadastre-se para receber relatórios de mercado por e-mail ou aplicativos de mensagens, participe de eventos sobre investimentos e tenha ao seu redor pessoas que também estão buscando avançar nesta disciplina. Desta forma, você conseguirá aprimorar o seu hábito de investir com consistência. Independentemente do valor, apenas comece!
Feedback e rebalanceamento
Por fim, uma última ideia do livro é sobre a importância de sempre monitorar o progresso dos seus pequenos hábitos. Revisitar a performance da sua carteira, avaliar se as alocações estão em linha com suas metas e, se possível, consultar um especialista para verificar se sua posição está bem diversificada, são atitudes que também remetem a essa cultura de feedback e monitoramento de hábitos.
Lembre-se que adotar hábitos financeiros saudáveis é um processo contínuo que exige disciplina, autoconhecimento e, acima de tudo, paciência. E você pode sempre contar com uma assessoria de investimentos para esta missão.
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Se você já leu o livro, ou se interessou pelo assunto, deixe seu comentário no meu LinkedIn: Ricardo Barbieri.
Até a próxima coluna!