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Vitor Miziara é sócio da Performa Ideias, empresa de análise de mercado. Atua desde 2008 no mercado financeiro com experiência em gestoras, assessoria, análises e mais. Além de empreendedor, atua como investidor ativo em empresas e no ramo imobiliário, sempre em busca de valorização e renda passiva. Entusiasta do mercado, ele discorre sobre cenários e investimentos, sem evitar assuntos polêmicos e críticas abertas.

Escreve quinzenalmente, às terças-feiras.

Vitor Miziara

A eliminação de Cristiano Ronaldo e o impacto nos seus investimentos

Se até ele pode não dar nenhum chute a gol e o Tesouro Pré-Fixado ter rendimento negativo, o que fazer?

Essa foi a terceira vez na história que Cristiano Ronaldo não chutou a gol em jogos pela Liga dos Campões. Foto: Craig Brough/Reuters

Em 15 de março, o Manchester United foi eliminado da Liga dos Campeões. Mas o grande destaque foi a atuação do Cristiano Ronaldo.

Esse não é um artigo sobre futebol, mas sobre as surpresas, riscos e apostas que podem colocar tudo a perder no mundo dos investimentos e que faz um paralelo com a atuação e eliminação do Cristiano Ronaldo.

Perder ou ganhar está sempre nas apostas, mas o que veio como surpresa e quebrou todas as expectativas foi o fato de que o Cristiano Ronaldo deixou o jogo sem nenhuma finalização, nenhum chute a gol, nenhum passe decisivo sequer.

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Assim como no mercado, o histórico de economia e situações nos ajudam nas decisões dos investimentos mas há sempre aquele “e se…” que pode ocorrer, o tão conhecido “cisne negro”, conceito criado pelo filósofo Nassim Taleb, que pode ser considerado como um momento de crise ou evento raro.

Essa foi a terceira vez na história que o atacante não chutou a gol em jogos pela Liga dos Campões. As últimas duas vezes que isso aconteceu foi em 2011 e 2003. A derrota e eliminação do time era algo que estava no risco, mesmo com menores chances. Mas a “aposta” de que não haveria um chute pelo atacante, isso sim pode ser considerado um cisne negro.

Nos investimentos, a avaliação de todo e qualquer cenário deveria ser feita sempre, considerando mesmo o menor e improvável risco. Quando falamos em Brasil então…a probabilidade de algo que não está no radar aparecer é sempre maior.

Você lembra do áudio divulgado em 2017 do ex-presidente Michel Temer conversando com o Joesley da JBS? Lembra da troca surpresa que Jair Bolsonaro fez do presidente da Petrobras? Até o Fantástico as vezes aparece com algumas matérias que deixam muitos investidores sem dormir até segunda feira.

Nunca vamos evitar os eventos que ninguém espera. E quando falamos em investimentos, esses são os que mais doem nos bolsos dos investidores, já que o mercado não havia precificado nada e na hora do desespero, do susto e do stress, ninguém faz conta. São quedas de 20%, 30% ou até mais…

Até mesmo quem investe em Renda Fixa pode sofrer já que os títulos sofrem marcação a mercado e qualquer stress na curva de juros pode jogar o preço unitário do título lá pra baixo. Em 2021, diversos títulos do Tesouro (pré fixados) tiveram desempenho negativo, trazendo uma novidade e pânico para investidores conservadores e/ou iniciantes.

A questão é: se até o Cristiano Ronaldo pode não dar nenhum chute ao gol e o Tesouro Pré-Fixado ter rendimento negativo, o que fazer?

Há diversas formas de se proteger contra um aumento da volatilidade, contra quedas bruscas e até mesmo contra eventos improváveis. Tudo tem um preço, assim como o seguro de um carro em que pagamos torcendo para nunca ter que usar, mesmo achando que seria bom ter um retorno da seguradora.

O ideal é ter sempre parte da carteira “hedgeada” (protegida) contra o mercado como um todo ou contra o dólar, juros, inflação, algum setor especifico que tenha na sua carteira.

No fim das contas você vai gastar para se proteger, mas vai dormir mais tranquilo, principalmente aqui no Brasil, eu garanto.