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Vitor Miziara é sócio da Performa Ideias, empresa de análise de mercado. Atua desde 2008 no mercado financeiro com experiência em gestoras, assessoria, análises e mais. Além de empreendedor, atua como investidor ativo em empresas e no ramo imobiliário, sempre em busca de valorização e renda passiva. Entusiasta do mercado, ele discorre sobre cenários e investimentos, sem evitar assuntos polêmicos e críticas abertas.

Escreve quinzenalmente, às terças-feiras.

Vitor Miziara

Com os juros altos, as operações de aumento de capital estão voltando?

Esse movimento deve começar a ser seguido por empresas que não dão resultado positivo e têm dívida alta

CVC anunciou na semana passada que está estudando uma oferta de ações. Foto: Roberto Tamer/CVC
  • Não é nenhum segredo que hoje o mercado está passando por um momento de alta volatilidade por conta da inflação mais alta no mundo todo
  • Sem dar muitos detalhes, a CVC anunciou na semana passada que está estudando uma oferta de ações
  • Você, investidor, deveria se perguntar: “a empresa na qual eu invisto tem retorno sobre o investimento maior do que o CDI?”. Se a resposta for não, já sabe o que fazer com sua posição

As empresas geralmente emitem novas ações e se capitalizam em dois momentos de mercado: quando estão caras, e assim vale vender um pouco e fazer caixa, ou em casos mais negativos, quando a dívida está alta e os juros podem acabar com o fluxo de caixa das empresas.

Não é nenhum segredo que o mercado está passando por um momento de alta volatilidade por conta da inflação mais alta no mundo todo, o que obriga os Bancos Centrais a aumentarem juros para tirar liquidez da economia e, talvez, reprimir a inflação.

O grande problema desse movimento é que, ao aumentar os juros, o impacto não se resume apenas à liquidez no mercado, mas também interfere no custo de dívida das empresas que passam a ter contratos e juros mais caros. Com o passar do tempo, a corda vai apertando.

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Nos últimos dias, algumas empresas começaram a procurar o mercado para sentir qual o apetite dos investidores em caso de um aumento de capital.

O resultado não foi dos mais positivos, já que com os títulos de renda fixa perto dos 15%, o apetite por risco não é dos melhores. Afinal, para que correr risco se é possível dobrar meu capital em 6 anos na Renda Fixa?

Sem dar muitos detalhes, a CVC anunciou na semana passada que está estudando uma oferta de ações. Enquanto no fato relevante a oferta é motivada pela “gradual recuperação do setor de turismo que vem sendo observada”, a verdade é que a companhia tem um valor alto de dívida . Com a possibilidade de a Selic chegar a 13,25% ao ano, esse valor corrigido começa a consumir caixa.

Antes o problema da CVC fosse apenas o custo da dívida: a inflação tira a procura por lazer, o que afeta diretamente o seu negócio.

Entre pegar dívida pagando CDI + um prêmio, o aumento de capital via emissão de ações parece ser o jeito mais barato de fazer caixa rápido sem estar atrelado ao juro alto do momento.

Esse movimento deve começar a ser seguido que não dão resultado positivo e ainda por cima têm dívida alta como a VIA (antiga Via Varejo), Gol, Oi e outras; É mais barato diluir acionistas do que pagar um prêmio acima do CDI que já esmaga a maior das empresas.

Você, investidor, deveria se perguntar: “a empresa na qual eu invisto tem retorno sobre o investimento maior do que o CDI?”. Se a resposta for não, já sabe o que fazer com sua posição.

Se tiver interesse em receber uma tabela pós-resultados trimestrais com esses e outros números, só mandar e-mail para vitor@criteriainvest.com.br!

Caixa e lucro recorrente nunca foi tão importante como agora.

Um abraço!