Entender a volatilidade da renda variável é básico para o investidor

Faz mais de 15 anos que estou no mercado e é incrível o número de pessoas, inclusive profissionais, que justificam o nome renda variável pelo sobe e desce das ações.

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Quanto mais cedo a gente quebrar esse “conceito”, mais rápido nos tornaremos investidores em vez de especuladores e vamos dormir mais tranquilos, deixando totalmente de lado a preocupação com o sobe e desce do mercado.

Se ao final desse artigo você ainda se sentir inseguro ao investir em ações, bom…então a Bolsa não é para você.

Começando do básico: renda!

Segundo o dicionário de Oxford, renda é a soma do total das importâncias recebidas periodicamente, por pessoa física ou jurídica, como remuneração de trabalho ou de prestação de serviços, de aluguel de imóveis, de aplicação de capital etc.

Ou seja, é aquele dinheiro que você recebe em troca de algo, seja trabalho, investimentos ou até mesmo tendo um Instagram com muitos seguidores!

Quando falamos em renda fixa, temos a impressão de que nosso investimento sempre vai subir e sempre vamos sair ganhando, mas isso não é verdade.

Renda fixa quer dizer que o retorno que você negociou será sempre o mesmo, todo mês ou todo ano ou no vencimento, sem nunca mudar (a menos que esteja atrelado a algum índice).

Isso não quer dizer que o título de renda fixa pelo qual se pagou “x” nunca vai sair do lugar. Pode ser que em eventual necessidade de capital seja preciso vendê-lo mais barato no mercado e isso traria uma oscilação de preço, mas não na renda que seria paga conforme foi acordado ao contratar o título.

Até mesmo no Tesouro os títulos pré-fixados, aqueles em que você já sabe quanto receberá de renda, oscilam. É que todo dia tem alguém comprando e vendendo, negociando taxas e o preço por cada um deles.

Vamos imaginar uma empresa negociada em bolsa, que mantenha seu lucro estável anualmente e distribua dividendos para seus acionistas. Você concorda que essa companhia, apesar do sobe e desce da ação, seria uma renda fixa? Afinal, você compra algo e tem o mesmo retorno.

O termo renda variável vem do fato de investirmos em empresas que têm o seu resultado financeiro variável. Não sabemos quanto essa empresa dará de lucro no trimestre e quanto disso será atribuído aos acionistas.

Como o resultado financeiro da empresa oscila, e consequentemente o lucro, a renda que eu sendo investidor terei sempre será variável, dependendo do resultado da empresa.

Mesmo que uma ação mantivesse o mesmo preço e pagasse lucros diferentes ao longo do tempo, ela seria considerada renda variável para quem é acionista.

Esse ponto é muito importante: quando nos damos conta de que devemos usar a B3 como uma plataforma digital, com a possibilidade de virar sócio das maiores empresas do país e participar do resultado financeiro que elas dão, o sobe e desce das ações só me importa para novos aportes ou saída de uma companhia que se valorizou muito.

O Brasil é um dos únicos países do mundo que ainda tem cartório. Sabe quanto tempo demora uma alteração de Contrato Social? Em São Paulo, pelo menos 40 dias corridos.

Por meio da B3, eu posso em questão de minutos me tornar sócio do Itaú, do Pão de Açúcar e até de empresas internacionais que têm suas ações listadas aqui.

Se você é investidor, não especulador, e está olhando o longo prazo, se preocupe com os lucros das empresas e não com o sobe e desce das ações. Afinal, isso não é o que define ser renda variável ou não.

Como incentivo para se tornar ou se manter investidor nesse momento de alta volatilidade, quase 70% dos resultados divulgados das empresas vieram melhores do que mercado estava esperando, ou seja, o caminho está traçado.

Compre na baixa, venda na alta! Mas quais ações comprar? Quais estão dando lucro? Me segue lá no Instagram @vmiziara que todo dia coloco algo relacionado ao mercado.

Até a próxima!

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