- A média das projeções para o Ibovespa por 21 grandes instituições é de 126 mil pontos para o fim de 2023
- Se calcularmos o percentual em cima dos atuais 113 mil pontos, temos uma alta projetada, ou melhor, esperada, de 11,50%, caso o mercado acerte suas projeções
- O cenário para 2023, porém, é incerto e pode abalar este retorno
Enquanto escrevo, o Ibovespa acumula alta de quase 3% neste ano, depois de bater os 97 mil pontos nesse mês. A volatilidade neste começo do ano já era esperada por conta da posse do novo presidente. Agora, ela está contratada pela expectativa de anúncios de ministros, planos de reforma tributária e até mesmo pelo plano de uma moeda comum de transações comerciais entre Brasil e Argentina.
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Não sou o cara que sai fazendo conta de quanto deveria valer uma ação. O que importa pra mim é sempre o consenso, seja para apostar contra ou a favor. Eu acredito que o mercado está sempre certo e o preço de hoje é o que o mercado acredita, com base no que sabemos e parte de prêmio/risco em relação ao que não sabemos.
Entendendo que o mercado está sempre certo, a ideia é que ele sempre precifica tudo com base nas expectativas futuras. E aí que está o pulo do gato na hora de avaliar se tomo ou não uma posição long (comprada) em Ibovespa.
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A média das projeções para o Ibovespa por 21 grandes instituições é de 126 mil pontos para o fim de 2023. Se calcularmos o percentual em cima da faixa de 113 mil pontos (no momento em que esse texto foi escrito), temos uma alta projetada, ou melhor, esperada, de 11,50%, caso o mercado acerte suas projeções. Esse é um “se” muito grande.
A primeira pergunta que faço é: será que vale para o investidor deixar de lado uma rentabilidade próxima a 12,5% na renda fixa para correr o risco de ganhar 11,5% em ações? Aliás, será que o mercado vai subir mesmo? Sobre essas projeções e outros gráficos que embasam meus comentou postar todos no meu instagram @vmiziara – me segue lá!
Alguns batem na tecla de que o gringo não para de entrar no nosso mercado, comprando tudo o que está barato. Eu concordo que há muita ação barata e também sei que o gringo está entrando, mas o volume em porcentagem do total de alocação deles é muito baixo.
Temos que nos perguntar se o consenso está sempre errado, se vale apostar na direção ou contra ele e ai que estão as melhores ou piores oportunidades.
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A XP Investimentos divulgou na semana passada um relatório comentando sobre os consensos e explicou bem sobre a decisão de apostar contra ou a favor deles: “O consenso geralmente está certo e é doloroso apostar contra ele, especialmente quando as tendências são duradouras. Por exemplo, o setor de Tecnologia foi um consenso entre os investidores por muitos anos e apresentou uma performance significativamente melhor que o mercado na última década. O investidor que tentou ir contra o consenso acabou perdendo muito dinheiro nesse caso, até pouco tempo atrás”.
Se o consenso está geralmente certo e já precificado, resta que as oportunidades estão em ir contra o consenso.
O consenso do ano é que os mercados estão baratos em termos de múltiplos e que a inflação, assim como a taxa de juros no mundo todo, deve cair. Me parece um cenário improvável ou muito simplista para o ano de 2023, já que há riscos em relação à reabertura da China, por exemplo.
Quando falamos em relação ao investidor local, vale correr o risco de ir a favor do consenso e comprar o Ibovespa esperando um retorno de 11,5% contra um retorno em Renda Fixa de pouco mais de 12% no ano de 2023?
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Eu sou do time dos cautelosos e gosto de dormir tranquilo. A conclusão eu deixo com você.