- A maioria das empresas mostra uma preocupação maior com a economia macro nacional do que com os juros altos
- O mercado subiu e estamos a poucos pontos da máxima histórica
- Esse movimento recente é apoiado na expectativa do mercado que as taxas de juros aqui no Brasil continuarão caindo ao longo do próximo ano
O mercado é basicamente um consolidado do “ponto de vista” de todos os players que fazem parte dele. Às vezes certo, às vezes errado… só saberemos no futuro.
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Enquanto nos Estados Unidos os resultados todo terceiro trimestre de 2023 está superando as expectativas, por aqui somente 40% dos resultados divulgados vieram acima das projeções do mercado.
Eu poderia justificar que aqui subimos os juros antes e o impacto no resultado financeiro das empresas é muito alto e ainda é sentido, mesmo com a queda de juros das máximas de 13,75% para os atuais 12,25%. Mas a verdade é que a maioria das empresas mostra uma preocupação maior com a economia macro nacional do que com os juros altos.
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Seria normal pensar que com 40% dos resultados abaixo do esperado o mercado deveria cair, certo? Sim! E chegou a cair apoiado em resultados piores e também em preocupações com fiscal aqui e lá fora, além de uma preocupação com recessão global e aumento de juros lá nos EUA.
Apesar disso, o mercado subiu e estamos a poucos pontos da máxima histórica. Esse movimento recente é apoiado na expectativa do mercado que as taxas de juros aqui no Brasil continuarão caindo ao longo do próximo ano, mesmo com uma mudança na meta fiscal e mesmo com juros altos nos EUA.
Essa expectativa ancora o mercado em três motivos para sustentar a alta:
- Fluxo – Juros caindo e expectativa de juros mais baixos fazem com que grande parte dos investidores (leia-se fundos de investimentos) precisem ajustar a carteira para entregar resultado, então é normal ver uma realocação de títulos de renda fixa para mercado de renda variável, aumentando a procura por ações;
- Resultado financeiro – Com a queda de juros as empresas passam a pagar mens juros sobre as suas dívidas e pouco a pouco o resultado consolidado vai melhorando. Vale olhar sob a ótica também do resultado financeiro da população que com juros menores tem menores dívidas, menores parcelas e, consequentemente, mais dinheiro para gastar. Aqui podemos citar exemplos como o mercado de varejo e o mercado imobiliário que andam de forma inversa ao movimento de juros;
- Empresas estão baratas – É inegável que as empresas no Brasil estão baratas. Há inúmeros jeitos de modelar o valor justo de uma empresa e em todas elas, o Brasil parece ser um País barato, com ações valendo muito abaixo da média histórica na relação de Preço/Lucro e também quando comparamos nossas empresas à outras latinas ou de países emergentes.
Há inúmeros motivos para manter a Bolsa lá em cima, mas ao mesmo tempo e como diz um dos gestores de maior renome no mercado, Henrique Bredda – “cotação segue lucro”.
Não é porque há um consenso que ele está certo. Sobre este cenário recente, só o tempo dirá. Vamos aguardar os próximos resultados.
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