Comportamento

Piora nas viagens aéreas leva diretor executivo da Airbus a alertar para demissões

Encerradas as férias de verão na Europa, as empresas aéreas estão em uma situação mais difícil do que o esperado

Piora nas viagens aéreas leva diretor executivo da Airbus a alertar para demissões
(Foto: Christinne Muschi/Reuters)
  • Enfrentando um colapso sem precedentes nas viagens aéreas por causa do coronavírus, a rival europeia da Boeing Co. já tenta convencer os funcionários a aceitarem a demissão voluntária para evitar medidas mais rigorosas
  • A redução de 40% na produção da Airbus está se mantendo

(Tara Patel/WP Bloomberg) – O diretor executivo da Airbus, Guillaume Faury, reforçou o alerta para a necessidade de demissões forçadas na fabricante europeia de aviões com um declínio mais agudo do que o esperado nas viagens levou as empresas aéreas a atrasar a entrega de novos jatos.

“A situação piorou” na esteira da alta temporada de verão, disse ele em entrevista à rádio RTL, da França. “Encerradas as férias, as empresas aéreas estão em uma situação mais difícil do que o esperado.”

Ele acrescentou que a gigante industrial, cujos planos de corte de custos pedem a eliminação de 15.000 empregos, terá que se “adaptar ao novo ambiente”, particularmente no que diz respeito aos empregos. As ações tiveram queda de até 2,7%.

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“Será muito difícil contar apenas com as demissões voluntárias”, disse Faury, reiterando que a empresa “pode estar em risco” se não adorar as medidas corretas. Ele apontou para um declínio de 40% na produção e na entrega de jatos.

Enfrentando um colapso sem precedentes nas viagens aéreas por causa do coronavírus, a rival europeia da Boeing Co. já tenta convencer os funcionários a aceitarem a demissão voluntária para evitar medidas mais rigorosas. A França deve absorver um terço desses cortes, e Faury disse que as negociações com os sindicatos têm como objetivo usar ferramentas como emprego em meio período e apoio estatal para pesquisa e desenvolvimento para evitar que pessoas deixem a empresa.

“As empresas aéreas não estão cancelando as encomendas, mas não estão recebendo as novas aeronaves”, disse Faury. “O atraso nas entregas é muito grande” porque as empresas aéreas não têm como assumir os aviões diante da escassez de passageiros e receita.

A redução de 40% na produção da Airbus está se mantendo, mas “Sou muito cauteloso em relação ao desenvolvimento dessa crise e às próximas etapas da covid-19″, disse ele.

As ações da Airbus estão em queda de 52% no ano, até 23 de setembro. Se Faury já avisou que medidas voluntárias dificilmente serão suficientes para alcançar a meta de redução de empregos da Airbus, ele tem aprofundado os alertas nas semanas mais recentes.

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“Ninguém pode garantir que não haverá demissões forçadas”, disse ele na terça feira. “Temos muito trabalho pela frente, e faremos de tudo para evitar que as coisas cheguem a esse ponto.”

O sombrio panorama da indústria ficou claro na segunda feira quando a Deutsche Lufthansa AG acelerou cortes na frota e no quadro de funcionários em meio à crescente preocupação com a gravidade do declínio.

A maior empresa aérea da Europa vai cortar 150 aviões até a metade da década, 50 a mais do que no plano anterior, levando a mais cortes do que os 22.000 já destinados a partir. Ben Smith, diretor executivo da Air France-KLM, também opinou, alertando em entrevista ao L’Opinion que mais cortes podem ser necessários depois que a demanda por viagens aéreas voltou a cair no fim do verão.

(Tradução de Augusto Calil)<

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