Os brasileiros de baixa renda não têm reservas financeiras para a aposentadoria, diante da dificuldade crônica em poupar que essa faixa da população experimenta. Ao todo, 78% desse grupo não tem reserva para quando se aposentarem, o que significa que dependerão da renda que conseguirem obter.
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Os dados são de pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em parceria com o Grupo Bradesco Seguros. A pesquisa foi uma das bases para a criação de um índice para medir a relação dos brasileiros com a longevidade, e cujos resultados até aqui apontam um patamar de informações que pode aumentar. Quase a metade da população (49%) não considera que suas atitudes financeiras contribuem para a própria longevidade.
A pesquisa mostrou que a população jovem tem menores cuidados com a própria saúde, por exemplo. “Além disso, elas [pessoas jovens] estão menos preparadas financeiramente para a longevidade“, disse o diretor de pesquisas quânticas do Locomotiva, João Paulo de Resende, em evento com jornalistas.
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A pesquisa também mostra que o brasileiro está pouco satisfeito com o próprio acesso a cuidados de saúde, sentimento que se acentua na base da pirâmide e entre os indivíduos mais jovens. Apenas 40% dos brasileiros se declararam satisfeitos com o acesso à saúde.
A discrepância de cuidados e conhecimentos sobre a longevidade entre jovens e pessoas mais velhas se repete em outras dimensões, como a de relações sociais. Segundo Resende, os resultados contrariam a percepção do brasileiro, também capturada pela pesquisa, de que os mais velhos estão em desvantagem nestes pontos.
O índice criado a partir da pesquisa e de outros insumos vai de zero a 100 pontos, levando em consideração seis fatores, de saúde física e mental ao cuidado com as finanças. O índice foi testado com 1.058 pessoas. Na média, o índice do brasileiro foi de 64, o que mostra um conhecimento sobre longevidade um pouco acima do regular e com potencial de crescimento. É possível responder ao questionário pela internet.
O gerontólogo e presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-Br), Alexandre Kalache, afirmou que o País precisa pensar sobre a longevidade diante do envelhecimento da população, mais acelerado que o visto em outras economias que passaram pela transição demográfica. “Nós vamos ser um grande Japão daqui a 25, 30 anos”, afirmou.
De acordo com ele, o processo passa inclusive pela formação de profissionais de saúde. Kalache afirmou que 10% das escolas de medicina do País têm a disciplina de geriatria, o que não apenas gera um déficit de geriatras, os médicos especializados em pessoas da terceira idade, mas também falta de formação nos tratamentos da saúde de pessoas mais velhas em todas as especialidades.
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Todos esses pontos contribuem para a dificuldade do acesso à aposentadoria para brasileiros de baixa renda.
* Com informações do Broadcast