- Enquanto os dados da Anac vão até fevereiro, os tabulados pela startup Onfly, focados apenas nas rotas corporativas, vão até abril de 2022. Eles mostram que, naquele mês, o preço dos bilhetes custava três vezes mais do que no mesmo período do ano passado
- As viagens de São Paulo ao Rio de Janeiro e de São Paulo a Belo Horizonte - as duas rotas comerciais mais importantes do País - apresentaram as variações mais elevadas
- Guerra na Ucrânia é um dos motivos para o aumento de preço dos bilhetes
Os preços das passagens aéreas no Brasil dispararam nos primeiros meses de 2022. Até fevereiro deste ano, as tarifas subiram 15% de acordo com dados disponibilizados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e incluídos em pesquisa da Onfly, startup especializada em gestão de viagens e despesas para empresas.
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A alta já se aproxima do acumulado registrado em 2021, quando viajar de avião ficou 19,3% mais caro.
Enquanto os dados da Anac vão até fevereiro, os tabulados pela própria Onfly, focados apenas nas rotas corporativas, vão até abril de 2022. Eles mostram que, naquele mês, o preço dos bilhetes chegou a ser 300% maior do que no mesmo período do ano passado.
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As viagens de São Paulo ao Rio de Janeiro e de São Paulo a Belo Horizonte – as duas rotas comerciais mais importantes do País – apresentaram as variações mais elevadas.
Confira a comparação entre os valores das passagens em abril de 2021 e abril 2022 de algumas rotas nacionais:
Trecho (ida e volta) | Preço médio em abril de 2021 | Preço médio em abril de 2022 | Variação |
Recife x São Paulo | R$ 1.346 | R$ 1.553 | 15% |
Vitória x São Paulo | R$ 693 | R$ 1.600 | 231% |
São Paulo x Belo Horizonte | R$ 340 | R$ 1.024 | 301% |
Rio de Janeiro x São Paulo | R$ 601 | R$ 1.904 | 317% |
*Tabela realizada com a base de dados da Onfly. Em São Paulo, foram considerados voos saindo dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos e, no Rio de Janeiro, do Galeão e do Santos Dumont.
“A alta aconteceu como um todo na maioria dos trechos, mas especificamente nos trechos do corporativo. O aumento foi maior por causa da demanda. Isso está claro nos relatórios dos investidores das companhias aéreas Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4), publicadas no primeiro trimestre deste ano”, diz Marcelo Linhares, CEO da Onfly.
Segundo ele, em abril de 2021, o ticket médio de compras de passagens pela startup era de R$ 1,052 com ADVP (tempo de antecedência de compra) de 8 dias. Atualmente, ele está em R$ 2,155 com ADVP de 14 dias, um aumento de 104% em um ano, mesmo com o cliente planejando a compra com maior antecedência.
O CEO da Onfly sugere que os viajantes comprem os bilhetes com antecedência para ampliar a chance de encontrar valores mais baixos. “Uma passagem de Belo Horizonte para São Paulo com 16 dias de antecedência pode ser encontrada por R$ 300. Este mesmo trecho, comprado com um dia de antecedência, pode custar até cinco vezes mais”, diz Linhares.
O que fez os preços subirem?
Segundo a startup, o reajuste que as companhias aéreas realizaram no período de retomada das viagens após o fim das medidas restritivas por causa da pandemia foi alto porque, durante o período mais crítico da pandemia, as empresas seguraram os valores dos bilhetes com preços promocionais, na tentativa de driblar a baixa demanda.
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A guerra na Ucrânia também é citada pelo levantamento como causa da alta dos valores das passagens. O conflito desorganizou o mercado mundial energético e de combustíveis, fazendo o preço do petróleo atingir valores recordes e influenciando expressivamente o preço médio do querosene de aviação (QAV).
Além disso, o aumento na cotação do dólar, diante do momento de aversão ao risco, também está pressionando o setor da aviação, com efeitos diretos nas passagens aéreas nacionais e internacionais.