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Comportamento

Cliente questiona taxa de programa de fidelidade da Azul (AZUL4) na Justiça

Companhia aérea diz que conduta está prevista em lei e nas regras do Azul Fidelidade

Cliente questiona taxa de programa de fidelidade da Azul (AZUL4) na Justiça
As milhas aéreas estão entre as recompensas mais comuns nos programas de pontos dos cartões de crédito. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

A Azul (AZUL4) tem provocado protestos de clientes que usam o programa de fidelidade da companhia na compra de passagens aéreas por conta da cobrança de uma “taxa de resgate” dos pontos acumulados pelos usuários. Recentemente, um dos clientes levou a questão ao 21º Juizado Especial Cível da Comarca da Capital do Rio de Janeiro. A Azul informou que a conduta adotada pela companhia está prevista em lei e nas regras do Azul Fidelidade e se coloca à disposição dos clientes para esclarecer as dúvidas.

O advogado Gabriel Britto, cliente da categoria Topázio, notou o aumento no valor da passagem mesmo sendo membro do programa. No final de maio, o cliente da Azul adquiriu uma passagem do Rio de Janeiro à Recife. No momento da compra do voo de ida, o valor era de R$ 518,00 + 5.236 pontos. No entanto, ao abrir a tela para pagamento, Britto notou um reajuste no preço: R$ 588,66 + 5.236 pontos. A alta se devia a “taxas e impostos” no valor de R$ 30,76 e “taxa de resgate” de R$ 39,90.

Em relação ao trecho de volta, o voo custava R$ 336,00 + 11.640 pontos. Porém, ao seguir para outra aba, o advogado percebeu que o valor em reais aumentou para R$ 432,12 + 11.640 pontos. Ao E-Investidor, Gabriel Britto comentou que, embora a cobrança permanecesse, chegou a finalizar a compra. “Fui obrigado a finalizar a compra para poder viajar, considerando que sem pagar a taxa não seria possível avançar com o procedimento de compra das passagens”, explicou.

O advogado, no entanto, entrou com um processo contra a companhia. A petição ajuizada por Gabriel Britto trata a cobrança como uma “clara pegadinha, com evidente indução do consumidor a erro”. O autor da ação exige como condenação da empresa a restituição do valor de R$ 79,80 (R$ 39,90 + R$ 39,90), na forma dobrada. Além do ressarcimento, ele também exige o pagamento de danos morais.

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Outro caso semelhante ao de Britto, foi o do advogado e professor de direito Vinicius Pales Quaresma, que buscava uma passagem de Florianópolis para o Mato Grosso, mas se deparou com a taxa de resgate no momento da compra. “Foi  uma surpresa quando descobri que eles estavam cobrando uma taxa dos pontos que são meus. A empresa utiliza esse tipo de produto para te fazer mergulhar de cabeça no programa e depois ganha novamente cobrando para utilizar os pontos que são seus, não são da empresa”, disse Quaresma.

O especialista em direito do consumidor, Flavio Espírito Santo, avalia que a empresa pode cobrar pelos serviços, mas sem colocar o cliente numa situação de desvantagem. “A cobrança de taxas não é ilegal, mas precisa ser avisada com antecedência. O ilegal em uma conduta do tipo é estabelecer uma cobrança sem aviso prévio e sem contraprestação. Quando se cobra uma taxa de resgate, a empresas está repassando ao consumidor uma cobrança abusiva, que desequilibra a relação entre as partes”, explicou Santo.

O que diz a Azul

No programa Azul Fidelidade, passageiros que aderem ao clube acumulam pontos em voos da companhia, recebem promoções na compra de passagem, embarque prioritário, acesso ao espaço Azul e bagagens grátis, entre outros benefícios.

Em nota enviada ao E-Investidor, a companhia aérea informou que a taxa está prevista em lei. “A cobrança está de acordo com a legislação brasileira e é realizada em emissões com antecedência menor que 90 dias para voos domésticos e 120 dias para voos internacionais.” A empresa também acrescentou que “a cobrança de taxa de emissão de bilhetes resgatados com pontos está prevista nos Termos e Condições da companhia, disponíveis publicamente na página principal do site da Azul”.

Por fim, a Azul informou que apenas clientes do programa de fidelidade da categoria Diamante estão isentos da tarifa de resgate. Em caso de dúvidas, conforme a empresa, os usuários podem entrar em contato com os canais de atendimento.