O que este conteúdo fez por você?
- 27% das pessoas com menos de 30 anos mantém a mesma conta bancária principal por mais de 3 anos. Já com o público acima de 50 anos, o número é de 67%
- 62% preferem o banco digital, mas seguem com contas nos bancos tradicionais para contribuir com o histórico financeiro
- Os dados fazem parte da pesquisa da Quanto, plataforma pioneira em open banking no País, em parceria com a Constellation Asset Management, tradicional gestora de investimentos em empresas no Brasil
A relação da população com os bancos não é mais a mesma. Um levantamento que apresenta o diagnóstico do usuário de instituições financeiras mostra que 25% dos brasileiros abriram uma nova conta no ano passado, a maioria delas digitais.
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Os dados fazem parte da pesquisa da Quanto, plataforma pioneira em open banking no País, em parceria com a Constellation Asset Management, tradicional gestora de investimentos em empresas no Brasil. Ao todo, duas mil pessoas responderam uma pesquisa on-line, realizada em dezembro do ano passado.
Três em cada quatro afirmam ter conta em mais de um banco e 70% possui conta em uma fintech. No total, 62% preferem o banco digital, mas seguem com contas nos bancos tradicionais para contribuir com o histórico financeiro. A expectativa do setor é que a digitalização de todas as instituições financeiras seja completa até o final do ano, pela iniciativa Open Banking, do Banco Central (BC).
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A fidelidade geracional também é diferente. Entre as pessoas com menos de 30 anos, 27% mantiveram a mesma conta bancária principal por mais de três anos, enquanto a porcentagem do público com mais de 50 anos na mesma situação é de 67%.
O levantamento apontou que, mesmo com a abertura de novas contas, metade dos entrevistados nunca fechou uma conta visando momentos de procura por crédito e financiamento. A possibilidade da abertura de contas digitais democratiza o acesso ao crédito. “Uma parcela significativa da população não tem limite de crédito no cartão razoável e as que têm estão pagando taxas altas, com a diversificação de provedores de serviços financeiros e conexão por meio do open banking. Isso deve mudar”, é o que afirma o sócio da Constellation, Eduardo Dumans.
Para Dumans, a preocupação em manter uma conta tradicional está além da preocupação com o crédito. “Embora o brasileiro goste de testar novidades e aprove as vantagens do digital, o fato de ter um ponto físico dá mais segurança”, afirma. “Somado a isso, justamente pela concorrência das fintechs, os grandes bancos estão cobrando taxas menores.”
Ele reforça que a variedade de instituições e o desenvolvimento do open banking serão decisivos para o cenário dos investimentos. “O mundo financeiro está sofisticado. Há tantos fundos, tantas ações e possibilidades para investir que o consumidor vai escolher a empresa que é capaz de dar um melhor atendimento para ajudar na jornada financeira e tirar dúvidas”, diz Dumans.
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Segundo o CEO e fundador da Quanto, Ricardo Taveira, o desenvolvimento do open banking amplia o empoderamento do usuário. Para Taveira, a pesquisa estampa a característica do brasileiro de gostar de testar novos produtos e possibilidades, além de ser receptivo à propostas que gerem benefícios.
“Quando eu encerro minha conta com um banco que eu tive por dez anos para testar um banco digital, não vejo mais necessidade de ter esse relacionamento com a instituição interior”, diz Taveira. “O problema é que ao encerrar o relacionamento, esse banco prévio não tem mais obrigação de compartilhar os meus dados. Você acaba perdendo o seu histórico. O open banking faz com que o usuário não perca essa história.”
A pesquisa também indicou o Nubank como top of mind entre os digitais, sendo lembrado por 47% dos entrevistados e apontado como banco principal por 22% entre os entrevistados, seguido pelo Inter, com 21%. Ao todo, 16 instituições foram mencionadas.
A discussão está tão em alta que até o economista e ex-BBB, Gilberto Nogueira (Gil do Vigor) virou garoto-propaganda do assunto para um dos maiores bancos do País.
Regulamentação do Open Banking
Open banking, ou o Sistema Financeiro Aberto, é a possibilidade de comunicação digital entre diferentes instituições financeiras. Dessa forma, consumidores podem compartilhar informação, respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados e, com isso, realizar movimentação de produtos como financiamentos, seguros, investimentos, cartão de crédito e extratos de contas de forma mais prática.
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Para isso, as redes se conectam por meio do API, ou application programming interface, que permite o acesso de terceiros a informações financeiras necessárias para desenvolver novos aplicativos e serviços, fornecendo aos titulares de contas maiores opções de transparência financeira.
O BC segue um cronograma com quatro fases para implementação do Open Banking Brasil: 1° de fevereiro, 15 de maio, 30 de agosto e 15 de dezembro. O processo é feito com diversas instituições financeiras e demais organizações autorizadas a funcionar pelo BC, sendo algumas voluntárias e outras obrigatórias, como os maiores bancos. O objetivo é realizar a conexão entre as diferentes instituições em uma mesma plataforma de modo seguro e respeitando o compartilhamento de dados dos usuários.
A fase inicial, em vigor, nomeada de Open Data, busca promover o compartilhamento de informações públicas sobre canais de atendimento, produtos e serviços. As instituições participantes devem registrar-se como “instituição transmissora e receptora de dados” e deverão realizar a publicação das suas APIs no diretório de participantes, segundo o BC.