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Comportamento

Por que o grupo de CEOs negros diminuiu nos Estados Unidos

No total, há somente cinco CEOs negros nas empresas do S&P 500

Por que o grupo de CEOs negros diminuiu nos Estados Unidos
Ken Frazier, da Merck & Co. (Foto: Reuters/Brendan McDermid)
  • Com a aposentadoria de Ken Frazier, diretor executivo da Merck & Co, o número de CEOs negros nas empresas que compõem o índice S&P 500 será reduzido
  • Depois que o assassinato de George Floyd pela polícia em maio de 2020 desencadeou protestos em todo o país, as empresas começaram a ser pressionadas para aumentarem a diversidade

(Jeff Green/WP Bloomberg) – A aposentadoria de Ken Frazier, diretor executivo da Merck & Co aponta para uma precariedade em termos de ganhos no que diz respeito a executivos sênior negros em grandes companhias dos Estados Unidos, que prometeram aumentar a representação das minorias em cargos de alto escalão.

O número de CEOs negros nas empresas que compõem o índice S&P 500 aumentará para seis quando Roz Brewer assumir cargo no alto escalão da Walgreens Boots Alliance em 15 de março, mas vai cair de novo para cinco, se nada mais acontecer, quando Ken Franz se retirar depois de uma década no cargo.

Frazier, que será substituído por um executivo branco, se tornará chairman executivo da farmacêutica, o que deixa Arnold Donald, na empresa Carnival Corporation, como o mais antigo CEO negro atuando entre as companhias integrantes do S&P 500 em quase oito anos. Craig Arnold, da Eaton Corporation, Rene Jones do M&T Bank Corporation e Marvin Ellison, da Lowes Cos, completam a lista. Brewer será a única mulher.

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“O remédio para isto é um apoio maior às pessoas prontas para o cargo de CEO que são negras”, disse Michael Hyter, executivo na empresa de consultoria Korn Ferry, que em março se tornou CEO do Executive Leadership Council, grupo que atua em defesa de executivos negros em funções de liderança.

Depois que o assassinato de George Floyd pela polícia em maio de 2020 desencadeou protestos em todo o país, as empresas começaram a ser novamente pressionadas por investidores, funcionários e ativistas para aumentarem a diversidade da sua mão de obra e darem mais oportunidades a minorias. Mas os ganhos nesse sentido têm sido lentos e o número de CEOs negros na verdade caiu desde 2015.

Leia também: As empresas que se posicionam e apoiam o ‘Black Lives Matter

Em parte, o declínio é resultado de atritos envolvendo CEOs negros. Ken Chenault se demitiu em 2018 da American Express Co, ao passo que Jide Zeitlin, CEO da Tapestry Incorporated, empresa controladora da Coach e da Kate Spade, deixou a companhia no ano passado em meio a acusações de má conduta.

Em outro sinal de baixa diversidade, Roz Brewer será a primeira CEO negra numa empresa listada na S&P 500 desde que Ursula Burns deixou a Xerox Holdings em 2016.

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Durante o anúncio, Ken Frazier não se referiu à diversidade quando se dirigiu aos investidores comunicando a decisão de se aposentar. No passado, ele se manifestou explicitamente sobre a necessidade de atacar o problema da desigualdade enfrentado pela comunidade negra, descrevendo a morte de George Floyd nas mãos da polícia como um fato “menos que humano”. Sua equipe de liderança inclui duas mulheres, dois negros e dois asiáticos. O diretor comercial da Merck, Frank Clyburn, que é negro, é um dos candidatos à sua vaga.

Frazier continua co-chairman da OneTen Initiative, junto com a ex-presidente executiva da IBM, Ginni Rometty. O grupo é formado por companhias que prometeram contratar um milhão de empregados negros sem grau universitário durante a próxima década, em cargos que pagam em média US$ 50 mil por ano.

A trajetória de Roz Brewer até chegar a um cargo de alto comando na Walgreens deveria ser exemplo para líderes futuros, disse Hyter, CEO do Executive Leadership Council. Brewer assumiu cargos chave no Walmart e Starbucks, responsável pela área de lucros e perdas, o que a colocou na via tradicional para se tornar CEO de uma grande companhia, disse ele.

“Alguém apostou em Roz e ela teve muito sucesso, de modo que não há dúvida quanto à sua credibilidade e capacidade”, disse Hyter. “Quero ver isto ocorrer 10 a 20 vezes mais frequentemente no caso de pessoas como ela do que observamos hoje. Precisamos chegar ao ponto em que uma notícia como a que diz respeito a Roz Brewer supere aquela sobre Ken Frazier. /( TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO)

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