Comportamento

De onde vem a alta dos preços dos alimentos? Saiba como economizar

A inflação acelerou em junho, chegando a 0,67%, o maior valor para o mês desde 2018

De onde vem a alta dos preços dos alimentos? Saiba como economizar
Preço do alimentos liderou alta da inflação em junho, segundo indicador. Foto: Envato Elements
  • É importante pesquisar preços para pegar promoções. Hoje há vários aplicativos de compras de mercado e até apps e sites que comparam os valores de um estabelecimento para outro. Além disso, há mercados que fazem queimas de estoque em dias específicos da semana
  • Um remédio amargo é optar por substituições ou reduções. Trocar as marcas também pode ser uma opção

(Enzo Kfouri, especial para o E-Investidor) – “Parece que o aumento dos alimentos vai passando por períodos, cada hora é um. Já foi arroz, tomate, feijão e parece que agora o que aperta é o leite”, conta a profissional autônoma Tabata Alves. Relatos como esse são cada vez mais frequentes entre uma gôndola e outra no mercado. De acordo com dados divulgados do IPCA divulgados pelo IBGE, a inflação acelerou em junho, chegando a 0,67%, o maior valor para o mês desde 2018.

A taxa foi puxada pela alta dos alimentos e bebidas, que ficou em 0,80% no mês e representou o maior impacto na vida dos brasileiros.

Os vilões do mês foram o leite longa vida (10,72%) e o feijão carioca (9,74%). Biscoito (2,12%), queijo (1,84%), frango em pedaços (1,71%) e pão francês (1,66%) também entraram na lista. Por outro lado, alimentos que já impactaram muito o orçamento dos brasileiros nos últimos meses, recuaram. É o caso da cebola (-7,06%) e do tomate (-2,70%).

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“A surpresa negativa em junho foi a aceleração da inflação fora do domicílio para 1,26%, refletindo os insumos mais caros observados no último mês”, afirma Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter. Entre os destaques do consumo na rua estão o lanche (2,21%) e a refeição (0,95%).

A alta geral vem depois do registro de um aumento de 0,47% em maio. No ano, a inflação acumulada já é de 5,49%. Já em relação aos últimos 12 meses, o índice acelerou para 11,89%.

De onde vem a inflação de alimentos?

A escalada dos preços começou com o gargalo da pandemia e os problemas nas cadeias globais de suprimentos.

Em 2020, a inflação oficial fechou a índices considerados normais por especialistas, chegando a 4,52%, mas em 2021 foi possível sentir os efeitos da covid-19 na economia, com a inflação encerrando o ano em alta de 10,06%, o maior índice desde 2015.

No âmbito nacional, a estiagem no sul gerou perdas em lavouras de soja e milho, elevando os preços dos grãos utilizados para ração de animais.

O efeito disso foi o aumento dos preços do frango, arroz, feijão e pecuária de leite.

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A guerra na Ucrânia, também foi um fator decisivo para a alta de alimentos. Por conta da redução das exportações dos países envolvidos, os preços das commodities agrícolas, como milho, soja e trigo, se elevaram, impactando vários produtos industrializados.

Como economizar?

A primeira recomendação é se preparar para ir ao mercado. Faça uma lista do que você precisa: não vá para o mercado para buscar qualquer coisa, porque você vai comprar o que não precisa. “Essa dica vale não só para alimentos, mas para gastos de um modo geral. Assim você descobre no final do mês para onde está escoando seu dinheiro”, explica a economista e planejadora financeira Jessyka Rodrigues.

Em seguida, é importante pesquisar preços para pegar promoções. Hoje há vários aplicativos de compras de mercado e até apps e sites que comparam os valores de um estabelecimento para outro. Além disso, há mercados que fazem queimas de estoque em dias específicos da semana.

Um remédio amargo é optar por substituições ou reduções, como explica o educador financeiro Thiago Martello. “É importante tentar encontrar substitutos para alimentos que estão mais caros e procurar receitas novas com esses alimentos substitutos. Onde a substituição não for uma opção, a ideia é reduzir, na medida do possível, o consumo”.

Trocar as marcas também pode ser uma opção. Você pode substituir a marca que você quer por uma tão boa quanto, mas vendida por um preço menor. “A gente sabe que pode ser difícil desapegar da marca, mas no final do mês faz a diferença”, recomenda Rodrigues.

Consegui guardar dinheiro. E agora?

Feito o planejamento financeiro a partir das recomendações anteriores, o ideal é montar uma reserva de emergência. “Ter uma reserva vai garantir, no momento que você ver as coisas não estão tão tranquilas de organizar, que você tenha liberdade e segurança para lidar com as adversidades”, alerta Rodrigues.

Em um cenário inflacionário, mais do que guardar o dinheiro, também é bom saber onde guardá-lo. Quem deixa dinheiro parado no banco perde para a inflação.

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A dica é  colocar uma reserva em dia em produtos aplicados à inflação, como CDB, LCI e LCA. “Dessa forma, você consegue poupar e seu dinheiro acompanha o IPCA, fazendo toda a diferença no final do mês”, explica a planejadora financeira.

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