Meu primeiro R$ 1 milhão: a história de Fabrizio Gueratto

Fabrizio Gueratto, empresário, criador do Canal 1Bilhão Educação Financeira e colunista do E-Investidor, cresceu em um apartamento de 50 metros quadrados em São Paulo, onde moravam cinco pessoas. Ainda na adolescência, percebeu que o caminho para conseguir ganhar uma renda maior seria o empreendedorismo.

“Via meus pais com muitas dívidas e percebi que a situação não era fácil e precisava me virar”, diz. “ Tive a percepção que empreender talvez fosse o caminho, não digo mais fácil, mas talvez mais eficaz do ponto de vista de remuneração.”

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Assim que entrou na faculdade de publicidade, aos 17 anos, criou uma assessoria de imprensa – a Gueratto Press. Em paralelo a um segundo trabalho em uma empresa de pesquisa de mercado, Gueratto assessorava uma ex-BBB. Depois, passou a atender jogadores de futebol, mas logo migrou para a área corporativa.

“As empresas têm uma geração de receita recorrente, entendi que ali seria a sustentação do meu negócio”, afirma Gueratto. “A nossa agência foi praticamente uma das pioneiras a ser especializada em mercado financeiro. Na época, praticamente não tinha.”

O empresário decidiu se especializar nesse filão de mercado. Ou seja, tinha como seus clientes, corretoras, analistas e demais agentes financeiros que buscavam aumentar a presença na mídia. A assessoria foi ganhando envergadura e crescendo, conforme Gueratto fazia contatos na imprensa.

Ele chegou ao primeiro R$ 1 milhão por volta dos 27 anos. Depois, diversificou suas fontes de renda e abriu uma Wealth Management, onde estruturou toda a parte de comunicação da gestora. Logo depois, criou o Canal 1Bilhão Educação Financeiro, atualmente com 356 mil inscritos, e adquiriu participação em outras companhias.

Os dois grandes “segredos”

Os dois grandes segredos para conquistar o primeiro R$ 1 milhão, segundo Gueratto, são: trabalho e empreendedorismo, além de manter o custo de vida mais baixo do que a renda.

“O que eu sempre fiz foi não subir o meu padrão de vida na mesma proporção da minha renda”, afirma. “Quando conquistava novos clientes e passava a ganhar o dobro, por exemplo, eu não subia na mesma proporção o meu padrão de vida. Essa é uma das grandes sacadas.”

A primeira coisa que Gueratto fazia quando recebia os pagamentos mensais de todos os clientes da assessoria era separar a fatia direcionada às reservas. Conforme a renda dele foi crescendo, o pedaço direcionado a investimentos também aumentava.

“Eu nunca deixei de curtir a vida, mas sempre tive em mente que precisava guardar dinheiro porque ninguém sabe como será o dia de amanhã”, afirma o empresário. “Já conheci muitos países, pelo menos uns 30. Consegui ter o carro dos meus sonhos, um conversível, que foi uma coisa que o dinheiro proporcionou, mas nunca extrapolei.”

Investimentos

O primeiro investimento feito por Gueratto foi há 20 anos e direto na Bolsa de Valores, por intermédio de Thiago Nigro, conhecido como o “Primo Rico”. “Ele trabalhava na corretora que eu assessorava e ficamos amigos. Ele montou um time de assessores para cuidar do dinheiro de algumas pessoas, e eu estava entre elas. Investi cerca de R$ 20 mil nas ações da Petrobras”, afirma o empresário.

Hoje especialista em finanças, Gueratto reconhece que não foi um começo muito prudente, mas que há quase 20 anos fez isso por um misto de vaidade e ignorância – vaidade porque, na época, investir na Bolsa de Valores não era acessível e simples como é agora. E ignorância porque ele não conhecia totalmente os riscos da renda variável.

“Não faz o menor sentido começar assim. Primeiro é importante montar uma reserva de emergência”, afirma. Entretanto, ele garante que “investir bem” não foi o que o deixou milionário, mas o fato de ter poupado dinheiro e mantido um padrão de vida sempre menor que a renda. “Mesmo que eu deixasse o dinheiro embaixo do colchão, que seria obviamente um erro, ou na poupança, que é um péssimo investimento, mesmo assim eu chegaria no primeiro R$ 1 milhão. Só que talvez um pouco mais tarde.”

Gueratto diz nunca ter pensado em se aposentar, mesmo com condições para isso. “Se Deus permitir, quero trabalhar até o último dia da minha vida”, ressalta.

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