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- Ana Stier, empresária e especialista em passagens aéreas, diz que a antecedência precisa ser no planejamento
- Stier afirmou que uma passagem aérea costuma representar de 30 a 50% do orçamento total de uma viagem. Por isso, saber encontrar boas promoções é crucial para viajar
“É mito que comprar passagem aérea ou reservar hotel com muita antecedência é mais barato”, afirma Ana Stier, empresária e especialista em passagens aéreas. Para economizar, a antecedência precisa ser no planejamento.
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Nesta quarta-feira (23), Stier participou da live do E-Investidor com a editora-chefe Valéria Bretas. Durante a conversa, elas falaram sobre técnicas para economizar em viagens, especialmente na passagem e hospedagem.
“A diferença de quem paga barato para quem paga caro é estar dedicado a procurar promoções, ficar com o destino no radar, pesquisar frequentemente seguindo algumas técnicas”, disse Stier. Veja a live completa no fim da reportagem
Passagem aérea mais barata
Stier afirmou que uma passagem aérea representa cerca de 30% a 50% do orçamento total de uma viagem. Por isso, saber encontrar boas promoções é crucial para viajar. “As companhias aéreas disponibilizam o voo um ano antes. Da data em que abrem as vendas até a data do voo, o valor oscila em torno de 200 vezes. Às vezes a passagem chega a oscilar três vezes em um só dia”, explicou.
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Por isso, reservar o assento o quanto antes não é a melhor estratégia, é preciso monitorar os preços o quanto antes e com frequência. “Assim como no mercado financeiro, estando no radar, você vai ver a média de preço da passagem ao longo do tempo, e quando ver que caiu, será uma boa oportunidade”, esclareceu a especialista.
Ela ressalta que muitas pessoas pagam mais por comprar a passagem ao perceber que o valor aumentou, com receio de que encareça ainda mais. “Não se desespere, o desespero vai fazer com que você pague mais caro”, disse, explicando que, nessas situações, caso o voo não esteja próximo, o ideal é esperar, porque provavelmente haverá uma nova queda. “Para um voo internacional, até 5 ou 6 semanas antes ainda não se é de se desesperar”.
Stier compartilhou algumas das estratégias que utiliza:
Dias e horários não comerciais costumam ter melhores promoções
“Na minha experiência, feriados e finais de semana, especialmente domingo de manhã, tendem a ter mais promoções. Durante a semana, terça-feira de madrugada também notei melhores preços”, afirmou.
Em relação a horários, ela recomenda olhar bem cedinho ou de madrugada.
Use a aba anônima do seu navegador
Ela conta que já fez um teste na prática, procurando um voo no mesmo em dois dispositivos diferentes – um sem usar a janela anônima e onde já havia procurado por aquele trecho outras vezes, e outro de forma anônima em um dispositivo em que nunca havia pesquisado pelo trecho. A diferença era de 300 reais em um voo nacional.
Não use aplicativos, prefira o site
Não é possível utilizar os aplicativos de forma anônima, então Stier recomenda a busca através do site da companhia aérea ou plataforma para evitar que as buscas fiquem registradas e os valores apareçam mais caros.
Ative alertas
Alguns sites como o Google Flights, por exemplo, possuem a opção de receber um alerta em seu e-mail quando algum trecho ficar mais barato que o valor do momento da busca. Essa é uma ótima opção para não perder a chance de um voo barato, que pode esgotar rapidamente.
Tenha flexibilidade
É possível pesquisar nas plataformas de busca de passagens aéreas datas flexíveis, de alguns dias antes ou depois daquela prevista. Segundo a especialista, é possível encontrar um voo bem mais barato com poucos dias de diferença.
2 destinos com o preço de 1
Stop over é uma estratégia utilizada por viajantes que desejam conhecer mais de um lugar com um mesmo ticket. Quando um voo tem conexões, é possível entrar em contato com a companhia aérea para verificar a possibilidade de realizar o stop over, transformando uma espera de 5 horas no aeroporto, por exemplo, em uma estadia de 2 dias para visitar uma nova cidade antes de chegar no seu destino final. Algumas vezes é cobrada uma taxa, outras, não.
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Outra opção é escolher um voo com conexão longa para ter tempo de conhecer a cidade. Dessa forma, não é preciso nem entrar em contato com a companhia aérea. “As pessoas acham ruim uma conexão de 12 ou 24 horas, mas é uma oportunidade de conhecer um lugar novo, e geralmente essas passagens são mais baratas”, afirma Stier.
Procure trechos separados
Vale a pena considerar comprar os trechos de uma viagem com escalas de forma independente ou reservar ida e volta separadas, pois dessa forma o valor total pode sair mais barato, alerta a especialista em passagens.
Viaje só com a passagem de ida
Em algumas ocasiões, especialmente quando o tempo da viagem é longo, compensa comprar a volta no próprio destino, monitorando para encontrar um preço melhor mais próximo da data de volta.
Como alguns países não permitem passar na imigração sem uma passagem de volta, uma estratégia usada por Stier é a de comprar a volta e assim que chegar na acomodação, cancelar através de alguns sites que disponibilizam cancelamento por uma taxa acessível e bem inferior àquela cobrada pelas companhias aéreas.
Skiplagging
Skiplagging é a estratégia de comprar um trecho com conexões e desembarcar em uma das paradas, em vez de ficar até o destino final. Isso pode ser vantajoso quando passagem para outro destino, mas conexão na cidade onde você deseja visitar está mais barata do que um voo direto.
Stier alerta, contudo, que nesses casos é preciso comprar ida e volta separadas e deve-se viajar só com bagagem de mão. Não é possível despachar bagagem, pois ela seria direcionado ao destino final.
Estude sobre milhas
Milhas são pontos acumulados por meio do cartão de crédito ou de compras em sites que tenham parceria com as companhias aéreas. “Eu pago tudo no crédito”, conta a especialista, que aconselha focar o acúmulo em um único programa de fidelidade e esperar para transferir os pontos do cartão para o programa quando houver uma boa promoção de bonificação para transferência.
Também é importante transferir apenas quando já se sabe o destino e data da viagem, para garantir que as milhas, que costumam ter duração de 2 anos, não expirem.
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Outro ponto a se atentar é o cartão de crédito, já que nem todos pontuam. Aqueles com melhores conversões de pontuação costumam ter anuidades mais caras, mas é sempre possível negociar. “Muitos dos cartões que têm bons acúmulos de milhas, têm seguro viagem incluso também. Muitas pessoas tem isso e não sabem, não usam e deixam de economizar quase mil reais, que é quanto pode custar um seguro viagem”, explica.
Hospedagem mais barata
O monitoramento também serve para a hospedagem, afirma Stier, que explica que algumas estratégias envolvendo estadia em Airbnb. “Atualmente vejo descontos muito grandes para “Airbnb last minute” [reservar em cima da hora]. Eu mesma economizei reservando uma hospedagem no dia, porque quatro dias antes estava R$ 2.500 mais caro”, conta. Outra opção para estadias longas é reservar um período inicial e negociar uma extensão diretamente com o host, que pode cobrar mais barato pelo tempo mais longo e por não pagar as taxas da plataforma.
Existem também programas de fidelidade, como o do Hoteis.com, onde a cada 10 estadias, 1 sai grátis, revela a especialista. Já no All Points o cliente recebe 20% de cashback, podendo transferir o valor para outros hotéis inclusos no programa.
Planejamento financeiro
A estratégia de Stier para economizar em viagens internacionais é monitorar o câmbio e ir comprando a moeda estrangeira aos poucos. “Toda vez que abaixa, eu compro uma quantia”, conta.
Outra dica financeira é abrir uma conta internacional, como a do C6 Bank, Nomad ou Avenue Securities. O uso é simples: basta fazer um Pix da sua conta brasileira para a conta internacional, e o valor automaticamente é convertido para dólar, e de dólar para a outra moeda, como euro ou peso, por exemplo.
Essa forma tem taxas como IOF e câmbio (pois utiliza-se o câmbio comercial) mais baratas do que levar papel-moeda ou utilizar um cartão pré-pago de casa de câmbio.
Slow travel
Para Stier, com a pandemia, as pessoas estão ressignificando a forma de viajar. “Antes, o ritmo era muito acelerado, agora as pessoas estão se planejando melhor, fazendo viagens com mais propósito e mais calma”, afirma.
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Para ela, o conceito de slow travel, que consiste no movimento de fazer menos destinos, mas conhece-los com mais profundidade, faz muito sentido. Dessa forma, é possível inclusive negociar melhor o preço da estadia, por conta de um período prolongado.
Veja a live completa: