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- A CVM desenvolveu ferramentas para detectar "insider trading" realizado por parentes de executivos
- Os filtros da CVM já identificavam "insiders primários" e agora vai identificar os "insiders secundários", em parceria com o TCU
- Mensalmente, são analisadas até 500 mil correspondências que podem sugerir insider trading.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desenvolveu ferramentas para detectar “insider trading” – prática que se refere ao uso de informações privilegiadas para obter lucros e vantagens no mercado –realizado por parentes de executivos e para identificar variações atípicas em cotas de fundos de investimento.
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Os filtros da CVM já identificavam “insiders primários”, como diretores ou administradores de empresas. A novidade amplia o alcance da rede, pois a ferramenta vai identificar parentes, os “insiders secundários”. Isso acontece graças a um acordo fechado entre a CVM e o Tribunal de Contas da União (TCU).
“Integramos o programa com o LABContas, sistema de armazenamento de dados da administração pública, para identificar quando o parente de primeiro grau de determinado insider está envolvido em alguma operação próxima a fato relevante ou divulgação de resultados”, explicou Guilherme Tadiello, servidor da Gerência de Inteligência em Supervisão de Riscos Estratégicos (Grid), da Superintendência de Supervisão de Riscos Estratégicos (SSR), que desenvolveu o projeto em parceria com a Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI).
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Um filtro de detecção verifica quando um parente de um “insider” está envolvido em operação próxima a fato relevante ou divulgação de resultados, conta Tadiello. A partir daí, o caso passa por triagem e investigação. “Mensalmente, são analisadas até 500 mil correspondências que podem sugerir insider trading”, contou.
Além de comunicados ao mercado e fatos relevantes, o sistema abrange variações nas cotações do ativo e métricas de negociação do investidor em períodos determinados.
Para Marco Antônio Papera, gerente de acompanhamento de mercado da CVM, a detecção de operações suspeitas tem sido produtiva. “Temos atingido resultados importantes quanto à qualidade das análises iniciais e isso tem contribuído para o aprimoramento da supervisão de mercado desenvolvida pela área. A avaliação é feita de forma mais completa”, destacou.
Por sua vez, a supervisão dos fundos de investimento tem um projeto batizado de Outliers, que faz a coleta de dados históricos e a classificação do rendimento das cotas. A ferramenta substitui planilhas Excel e análises manuais por técnicas de busca, armazenamento e processamentos de dados, bem como dashboards (painéis) em Power BI (ferramenta de análise de dados).
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“A Superintendência de Relação com Investidores Institucionais não possuía meio automatizado para detectar valores anômalos nos reportes recebidos dos regulados e que pudesse caracterizar erro informacional, desenquadramento ou outra anomalia. Com a ferramenta, uma vez identificados valores discrepantes nas rentabilidades em determinada amostra de fundos, os mesmos são classificados como outliers, ou seja, dados drasticamente diferentes de todos os outros, os chamados pontos fora da curva”, explicou Jorge Casara, gerente de Inteligência em Supervisão de Riscos Estratégicos.