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- Após passar por crise devido à covid-19, à medida que o mundo sai da pior parte da pandemia, o setor da aviação enfrenta ainda mais problemas
- Políticas governamentais, como vacinas obrigatórias para pilotos em treinamento e restrições de viagens, também mantiveram longe um novo grupo de aviadores em potencial
- As carreiras no setor não parecem mais tão seguras quanto antes
(Anurag Kotoky e Cecilia Yap, Washington Post Bloomberg) – Após passar por crise devido à covid-19, à medida que o mundo sai da pior parte da pandemia, o setor da aviação enfrenta ainda mais problemas ao descobrir que atualmente é possível haver uma escassez de pilotos depois de centenas terem sido demitidos ou optado pela aposentadoria.
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Políticas governamentais, como vacinas obrigatórias para pilotos em treinamento e restrições de viagens, também mantiveram longe um novo grupo de aviadores em potencial, de acordo com Bhanu Choudhrie, CEO do Alpha Aviation Group, que administra escolas de aviação nos Emirados Árabes Unidos e o maior centro de treinamento do sudeste asiático, nas Filipinas. Eles treinaram mais de 2.500 pilotos para companhias aéreas, entre elas a Philippine Airlines, AirAsia Group, Cebu Pacific e Air Arabia.
Aeronaves modernas com fuselagem estreita para longas distâncias como os jatos Airbus’A321 XLR – esperados para ser entregues em 2023 – exigirão mais pilotos do que os modelos anteriores, agravando a escassez, Choudhrie disse em uma entrevista de Londres.
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“As companhias aéreas vão continuar a comprar, modernizar suas frotas e, conforme fazem isso, vão precisar de pilotos”, afirmou. “O mercado está ficando interessante outra vez e estamos começando a ver essa tendência de alta, estamos começando a ver as companhias aéreas virem até nós e dizerem – ‘olha, esse é o meu cronograma de entrega, vocês conseguem ter pilotos prontos para mim em dois anos?’ ”
Muitas companhias aéreas estão tentando agressivamente recontratar pilotos, assim como tripulação de cabine e profissionais para a equipe em terra, mas esse não tem sido um processo simples e alguns postos ainda não foram preenchidos. As carreiras no setor não parecem mais tão seguras quanto antes.
Leva de 18 a 24 meses para treinar um piloto, de acordo com Choudhrie, o que significa que as companhias devem trabalhar para prepará-los bem antes da entrega de novas aeronaves, entre elas os jatos de fuselagem estreita, como o A321 XLR, que podem voar por mais tempo. As companhias aéreas normalmente encomendam aeronaves com anos de antecedência, dada a capacidade de produção limitada dos fabricantes de aviões.
A proporção da tripulação – ou número de pilotos atribuídos para um avião – pode ser tão alta quanto 18 para o A321 XLR, enquanto os modelos mais antigos da mesma família pediam de 10 a 12, disse Choudhrie, que também chefia uma empresa de private equity com sede no Reino Unido, o C&C Alpha Group, e foi um dos primeiros investidores da Air Deccan, uma pioneira no boom de voos de baixo custo da Índia.
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A Boeing calcula que o mundo precisará de mais de 600 mil novos pilotos nas próximas duas décadas, durante as quais as companhias aéreas receberão 43.600 novas aeronaves. A demanda por novos aviões disparará em mercados onde as companhias estão de olho na substituição da frota antiga e em países como a Índia, casa da IndiGo, o maior cliente dos jatos de fuselagem estreita mais vendidos da Airbus.
Essa é a razão pela qual a Alpha Aviation está criando um novo centro de treinamento de voo na Índia, com um investimento inicial de US$ 15 milhões, e tem planos de expandir e investir até US$ 100 milhões, disse Choudhrie. Ele não quis antecipar mais detalhes antes de um anúncio formal. /TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA