A relação com o dinheiro pode ser um tópico sensível na vida do casal se não for discutido previamente. Segundo uma pesquisa realizada pela Noh, uma fintech de conta conjunta digital, o dinheiro já foi motivo de briga para 51,5% dos casais em sua base de clientes, sendo que 40% dizem que já foram os responsáveis por pagar as contas de casa e ficavam sobrecarregados(as). Mas existe solução?
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O estudo foi realizado com 513 casais com conta conjunta na Noh, com pessoas na faixa de idade entre 23 e 44 anos. Segundo a fintech, 40% deles destinam todo seu salário para fazer pagamentos e investimentos a dois. Em resumo, a pesquisa mostrou que:
- 51,5% dos clientes dizem que dinheiro já foi motivo de stress em uma relação;
- 40% dizem que já foram os responsáveis por organizar e pagar as contas e despesas da casa e isso os deixava sobrecarregados;
- 14% nunca souberam a renda do parceiro;
- 11% já emprestaram cartão de crédito ou nome para empréstimo e nunca foram pagos.
A orientadora financeira e empresária Nathália Rodrigues, mais conhecida como Nath Finanças, se deparou com essa questão após noivar no início deste mês. “Todo casal em algum momento vai precisar falar sobre dinheiro. É comum que uma das pessoas se sinta sobrecarregada com a organização financeira se a dupla ainda não tem costume de conversar sobre isso”, afirma a também sócia da Noh.
As dificuldades financeiras não se atêm à Nath ou aos clientes da Noh. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), problemas com dinheiro respondem por 57% dos divórcios no Brasil em 2018. Já dados do Serasa deste ano mostram que 3 em cada 10 brasileiros já se endividaram por causa de um parceiro. E um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)/SPC com o Banco Central (BC), em 2019, mostrou que 66% dos casais brasileiros dizem que nunca conversaram sobre dinheiro.
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“Quando nós olhamos esses dados conseguimos entender o tamanho da dor que é lidar com o dinheiro a dois“, afirma Ana Zucato, CEO e cofundadora da Noh. “Ter a organização e transparência das finanças a dois é muito mais do que só uma questão financeira. Existe também uma questão comportamental para estimular conversas sobre dinheiro e fazer com que esse tema deixe de ser motivo de briga e divórcio”, complementa.
Ferramentas úteis para gestão de dinheiro do casal
A conta conjunta, disponível no mercado desde meados dos anos 1950, facilitou o gerenciamento do dinheiro do casal por permitir mais de um CPF como titular da conta corrente. Mesmo assim, o dependente ainda pode ser barrado em algumas atividades como acessar a conta, ver o saldo e acompanhar as transações a depender do tipo da conta conjunta.
No entanto, hoje em dia, já é possível alocar o dinheiro de um casal em uma conta conjunta digital, com uma lógica de saldos compartilhados, de forma que os dois conseguem fazer pagamentos, poupar dinheiro e investir igualmente dentro da mesma conta. É possível, inclusive, criar caixinhas com metas ou pagamentos do dia a dia, como feira e supermercado, sem o peso na hora de dividir as contas.