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- Em janeiro deste ano, a gasolina ultrapassou a marca de R$ 8 por litro em diversos Estados brasileiros
- Mas, afinal, onde a gasolina é mais barata no Brasil? E por que há uma diferença tão significativa entre regiões? Leia mais sobre o assunto e veja qual é a parte do País em que os motoristas sofrem menos para abastecer o carro
Um ano novo é tempo de transformação, mas nem toda mudança vem para o bem: em janeiro deste ano, a gasolina ultrapassou a marca de R$ 8 por litro em diversos Estados brasileiros.
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No fim de março, o combustível ainda flutuava em preços muito elevados. Em Teresina, por exemplo, o litro fechou próximo de R$ 8,15, alta de 40% ao ano.
Mas, afinal, onde a gasolina é mais barata no Brasil? E por que há uma diferença tão significativa entre regiões? Leia mais sobre o assunto e veja qual é a parte do País em que os motoristas sofrem menos para abastecer o carro.
Onde é a gasolina mais barata do Brasil?
Atualmente, o preço da gasolina mais barata do Brasil é no Amapá. Em contrapartida, a gasolina mais cara do país está no Piauí.
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A gasolina mais barata do Brasil fica no extremo norte do País, no Amapá. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Amapá tem o combustível mais barato
Se depender apenas do valor do combustível, é dos amapaenses o título de “motoristas mais felizes do Brasil”. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio de revenda de gasolina no período de 20 a 26 de março foi R$ 6,32.
Mesmo com aumento de 28% nos últimos 12 meses, o montante é menor do que outros locais pagavam antes das últimas elevações.
A principal razão para o Amapá conseguir manter o preço mais baixo do País é a questão tributária.
De todos os impostos que pesam no produto (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico — CIDE, Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público/Programa Integração Social — PIS/PASEP, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social — COFINS e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços — ICMS), o último é o mais salgado.
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No Amapá, o governo trabalha com a alíquota de 25% no ICMS; outros Estados aplicam 34%.
Além disso, o governo do Amapá conseguiu desonerar os impostos federais sobre o etanol por conta de um acordo referente à Área de Livre Comércio de Macapá e Santana (ALCMS), o que impacta a dinâmica total de preço dos combustíveis.
Isso é bom para o motorista e bom para a economia da região, que ganha volume e permite a geração de emprego e renda.
Piauí tem o combustível mais caro
O Piauí ocupa o polo oposto na mensuração do preço da gasolina no mesmo período. A média do litro no estado foi de R$ 8,07. Em relação ao mês anterior, o salto foi de 20%.
Em termos práticos, enquanto um motorista amapaense enche um tanque de 40 litros por R$ 252,80, o piauiense não chega a 32 litros com o mesmo valor.
Estados brasileiros com gasolina mais barata
Entre o Amapá e o Piauí, há 25 estados tentando lidar com a taxa inflacionária, a política tributária e outros elementos que pressionam o preço da gasolina.
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Confira um ranking da ANP com o preço médio da gasolina em cada Estado:
- Amapá: R$ 6,32
- São Paulo: R$ 6,85
- Rio Grande do Sul: R$ 6,90
- Mato Grosso: R$ 6,98
- Mato Grosso do Sul: R$ 7
- Santa Catarina: R$ 7,02
- Paraíba: R$ 7,02
- Roraima: R$ 7,07
- Alagoas: R$ 7,16
- Maranhão: R$ 7,18
- Distrito Federal: R$ 7,22
- Paraná: R$ 7,25
- Pernambuco: R$ 7,25
- Amazonas: R$ 7,31
- Bahia: R$ 7,32
- Espírito Santo: R$ 7,32
- Sergipe: R$ 7,35
- Pará: R$ 7,38
- Goiás: R$ 7,38
- Rondônia: R$ 7,39
- Tocantins: R$ 7,51
- Ceará: R$ 7,52
- Minas Gerais: R$ 7,53
- Acre: R$ 7,53
- Rio de Janeiro: R$ 7,69
- Rio Grande do Norte: R$ 7,85
- Piauí: R$ 8,07
Por que o preço da gasolina varia conforme o Estado?
Existe uma série de razões para que o preço da gasolina varie tanto de acordo com os estados. Confira as principais.
1. Impostos estaduais
Os impostos mais altos na composição do preço da gasolina são estaduais. O principal deles é o ICMS, que impacta de 25% a 34% no valor da gasolina. Assim, quanto maior é a carga tributária, mais caro fica abastecer o carro.
Os impostos federais e a política de preços da Petrobras também são fatores cruciais para a dinâmica de precificação da gasolina, mas elas não interferem na variação dentro do território, já que se aplicam a todos os Estados.
2. Preço do álcool
No Brasil, de 18% a 27% da gasolina são compostos de etanol. Além disso, quanto mais caro estiver o álcool, mais gente vai procurar a gasolina, alimentando a inflação do produto.
São Paulo é um bom exemplo dessa dinâmica. “Pelo fato de a produção do etanol estar concentrada no Estado de São Paulo, a gasolina tende a ser mais barata na região”, comenta Pablo Aurelio Lacerda Pinto, professor de Economia da Universidade de Pernambuco (UPE).
3. Política de distribuição e revenda
Lacerda Pinto lembra também que, no setor de distribuição, três empresas (BR Distribuidora, Ipiranga e Raízen) têm 60% do controle do mercado.
Além disso, na revenda ao consumidor final, existem contratos de exclusividade por bandeira, em que os postos se associam exclusivamente a determinada distribuidora.
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Pesa também nesse ponto o fator logístico. O Brasil tem dimensões continentais, então os locais mais distantes pagam mais caro pelo custo do transporte da gasolina.