“Durante uma boa parte da minha carreira, antes de 2015, eu vivi uma vida de privações pessoais, sem ter a minha casa própria ou o meu carro, para pagar grandes videoclipes. A Gloria Groove era um investimento”. Quem ouve Daniel Garcia falar sobre as estratégias para transformar arte em negócios já pode vislumbrar que, por trás do trabalho que o alçou como Gloria Groove ao posto de drag queen mais escutada do mundo, existe também muito planejamento financeiro.
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“Foi assim por muito tempo, inclusive em momentos que eu poderia ter tomado a decisão de resolver tudo. Mas eu sabia que se tivesse feito isso, não teria recursos para fazer meus clipes da forma como queria”, contou.
A cantora de 27 anos viu a carreira decolar em meados de 2021 com o lançamento do álbum “Lady Leste”. Misturando funk e rock, os dois ritmos que cresceu ouvindo na periferia da Zona Leste de São Paulo, onde nasceu, a artista trouxe as referências da cultura pop para suas raízes paulistanas.
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O resultado? Um crescimento de mais de 200% nas redes sociais desde o lançamento do Lady Leste, além de 4,2 milhões de ouvintes mensais no Spotify. No Youtube, os vídeos de seus grandes sucessos “Bonekinha”, “A Queda” e “Leilão” marcam 76, 145, 64 milhões de visualizações – os dois últimos foram lançados no Halloween e na Black Friday, respectivamente, para casar as temáticas dos clipes aos assuntos do momento.
Os números mostram uma situação que a indústria musical já percebeu há tempos: a arte também virou negócio. A trajetória de Gloria Groove foi tema de um dos primeiros painéis no FIRE Festival, promovido pela Unicórnio Hotmart, em Belo Horizonte (MG), nesta quinta-feira (01).
A artista discutiu como a criatividade e a autenticidade, marcas registradas de suas produções, ajudaram a estabelecer seu lugar de destaque no cenário musical brasileiro. E como sua carreira se firma na representatividade para ser também um modelo de negócios de impacto – e lucrativo.
“A riqueza, o apego ao detalhe são coisas que a cultura drag traz para dentro de qualquer cenário. Isso agrega muito ao mercado audiovisual brasileiro. O movimento drag hoje é apenas uma pontinha do que pode ser em 10 anos”, disse.
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