- Estelionato amoroso é o nome do crime retratado pelo documentário “O Golpista do Tinder”
- É comum os autores desse tipo de crime sejam estrangeiros e conheçam as vítimas através de aplicativos de relacionamento ou até mesmo através de aplicativos de prática de idiomas
Estelionato amoroso. Esse é o nome do crime retratado pelo documentário “O Golpista do Tinder”, da Netflix, que se tornou a primeira produção do gênero a liderar os filmes mais vistos da plataforma de streaming em todo o mundo, logo após a sua estreia em 2 de fevereiro.
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Também chamado de estelionato sentimental, o golpe acontece quando o autor se vale da confiança conquistada em um relacionamento amoroso para obter uma vantagem financeira às custas da vitima, explica o advogado especialista em Direito Digital, Fernando Barrueco.
O documentário retrata a história de Simon Leviev, identidade usada por um israelense que, através de aplicativos de relacionamento, se relaciona com diversas mulheres, aplicando golpes e extorquindo-as.
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Se passando por um filho de empresário bilionário, ele gastava valores extraordinários para fazer suas vítimas confiarem em sua condição financeira e então pedir altos empréstimos, alegando que o valor seria devolvido em breve.
A delegada da Polícia do Estado de São Paulo, Fernanda Herbella, relata que é comum que os autores desse tipo de crime sejam estrangeiros e conheçam as vítimas através de aplicativos de relacionamento ou até mesmo através de aplicativos de prática de idiomas.
Segundo Herbella, durante a pandemia, houve um aumento de estelionatos amorosos. “Por conta da diminuição dos relacionamentos presenciais, as pessoas acabaram usando muito mais a internet e essas redes de relacionamentos”, afirma.
Ela explica que as vítimas são, na maioria das vezes, mulheres, Mas casos do tipo também acontecem com homens e não apenas em relacionamentos heterossexuais.
Barrueco alerta que, em grande parte dos casos de estelionato amoroso, o criminoso não aparece, diferentemente do caso retratado pelo documentário. Muitas vezes, é uma organização criminosa que está por trás da tela. Por isso, chamadas de vídeo são um dos primeiros passos para evitar ser vítima do crime.
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Pensando nos cuidados financeiros que as pessoas devem ter ao entrar em um novo relacionamento, especialmente conhecendo o(a) parceiro(a) pela internet, o E-Investidor separou cinco lições financeiras que podemos tirar de ‘O Golpista do Tinder’.
1. Pedidos de dinheiro são o alerta principal
Herbella explica que o criminoso monta um “personagem” e que o pedido de dinheiro vem sempre acompanhado de uma história bastante convincente. “Esses golpistas visam dinheiro, eles querem um lucro econômico”, reforça. “É importante ficar sempre ligado com um pedido de dinheiro, seja ele por qual desculpa for. O golpista pede por ajuda, declarando ter um problema financeiro, e geralmente é a história é de que é uma situação momentânea, um problema de saúde ou até mesmo que o dinheiro será usado para liberar outra quantia maior”, acrescenta Barrueco.
2. Não tome empréstimos para outras pessoas
‘O Golpista do Tinder’ retrata a história de mulheres que precisaram pedir empréstimos a bancos para conseguirem entregar o valor solicitado pelo golpista.
Se empréstimos por si só já não são uma boa ideia, uma vez que os juros cobrados são altíssimos, realizá-los para outra pessoa é ainda pior, pois se perde o controle de como e quando a dívida será paga.
As vítimas que aparecem no documentário ainda estão com o nome sujo por não conseguirem pagar pelos empréstimos.
3. Nunca forneça dados pessoais ou documentos
Herbella reforça a importância de não enviar dados pessoas ou documentos para evitar cair nesse tipo de golpe. “Não se deve enviar cópia dos seus documentos, com a promessa de que serão emitidas passagens para uma visita ou para a abertura de uma conta que facilite a viagem, por exemplo”, afirma a delegada.
4. Finanças compartilhadas com o(a) parceiro(a)
É preciso conhecer bem o(a) parceiro(a) e estar em um relacionamento estável e duradouro para dar o passo de compartilhar as finanças, alertam especialistas. Apenas após ter um conhecimento sólido dos hábitos financeiros e da integridade da pessoa, deve-se considerar compartilhar dinheiro, bens e investimentos.
5. Reservas não podem ser usada para qualquer finalidade
O documentário mostra o caso de Pernilla Sjoholm, que deu ao golpista toda a sua reserva, guardada com o intuito de comprar um imóvel próprio. É importante lembrar que reservas de emergência ou para alguma finalidade específica devem ser usadas apenas para o intuito para o qual foi proposta.