Monge budista e dois cervos em Nara, Japão | Imagem: Adobe Stock.
O iene japonês (JPY), que já tinha ocupado posição de destaque no relatório anterior, voltou a surpreender o mercado de câmbio de varejo em outubro. Enquanto as principais moedas negociadas pelos brasileiros, dólar americano (USD), euro (EUR), libra esterlina (GBP) e dólar canadense (CAD), encolheram no volume de operações, o iene nadou contra a maré e liderou o crescimento no ranking das mais compradas, segundo levantamento da Travelex Confidence. A moeda manteve a quinta posição entre as mais negociadas e foi a única do top 5 a apresentar alta significativa no mês.
TOP 5 de venda de moedas de outubro de 2025 comparado ao mês de setembro de 2025, em relação à média de 2024 e 2023 | Travelex Confidence
O avanço, de 7% no volume em reais e de 11% na quantidade de operações frente a setembro, indica que o interesse pelo Japão têm ido além do fascínio cultural e, de fato, cruzado o Pacífico. O movimento reflete a retomada das viagens de longa distância e o apelo crescente de destinos asiáticos, uma tendência que vem ganhando corpo a medida que mais brasileiros voltam a planejar viagens complexas, que exigem orçamento robusto e uma logística ainda mais trabalhada.
“Essa performance positiva do iene indica que o viajante está disposto a ir além do circuito tradicional e se preparar para experiências mais profundas”, afirma Jorge Arbex, diretor do Grupo Travelex Confidence.
O mês em que só o iene subiu
No ranking geral, a moeda dos Estados Unidos completou o 13º mês consecutivo de liderança, mas perdeu tração: recuou 11% no volume movimentado e 8% no número de operações. Euro, libra esterlina e dólar canadense tiveram quedas ainda dramáticas, reflexo de um período de um câmbio menos convidativo para os tradicionais destinos do Hemisfério Norte.
Transferências internacionais têm nova estrela: o peso mexicano
O relatório também aponta uma mudança no mercado de transferências internacionais. Em outubro, o peso mexicano (MXN) entrou no top 5 da categoria, substituindo o iene, que havia aparecido no ranking no mês anterior. Apesar da novidade, o dólar segue como a moeda mais utilizada nas operações, respondendo por 49% do volume movimentado no período. Ainda assim, registrou queda de 29% frente a setembro.
O movimento mostra que o fluxo de remessas permanece dinâmico, influenciado por diferentes motivações, de estudos e trabalho à migração de brasileiros. Países como México, Holanda e Paraguai vêm ganhando espaço entre os principais destinos, refletindo a diversificação dos corredores de envio.
Câmbio e calendário: como sazonalidade movimenta dólar, iene e peso mexicano
O relatório deixa mais nítido um padrão que sempre existiu, o câmbio de varejo no Brasil responde ao calendário e muda quase como as estações. Durante o outono no Hemisfério Norte o iene que avança. As moedas se revezam conforme variam promoções, roteiros desejados e até o que circula nas redes sociais e nas plataformas de streaming.
A fotografia de outubro confirma essa dinâmica. Enquanto moedas tradicionais recuaram, o iene manteve trajetória de alta, sinal de que a Terra do Sol Nascente continua no radar dos brasileiros. Em setembro o iene começou a cair no gosto de quem gasta em real, e em outubro foi o destaque do mês. Agora, resta observar qual moeda assume o protagonismo na próxima troca de estação.