Comportamento

Barsi: “Paciência e disciplina são importantes para montar o portfólio”

Em live do E-Investidor, especialistas discutem estratégias de investimento frente à volatilidade do mercado

Barsi: “Paciência e disciplina são importantes para montar o portfólio”
Louise Barsi (Crédito: Divulgação)
  • Louise Barsi, CEO do Ações Garantem o Futuro (AGF), e Luciana Seabra, CEO da Spiti, participaram de live especial do E-Investidor
  • A conversa faz parte da série de conteúdos pensada para a segunda edição da Semana da Mulher Investidora, dedicada à participação feminina no mercado financeiro

O ano de 2022 é de volatilidade no mercado financeiro. Ainda sofrendo as consequências da pandemia da covid-19, as economias globais seguem na tendência de elevar suas taxas básicas de juros em uma tentativa de conter a inflação. A pressão inflacionária se intensificou ainda mais com a guerra entre Rússia e Ucrânia, grandes produtores e exportadores de commodities como petróleo e trigo. No Brasil, soma-se ainda o temor quanto às instabilidades que a eleição presidencial de outubro pode trazer para a bolsa.

Em momentos como este, o que fazer com os investimentos? Para Luciana Seabra, CEO da Spiti e analista de fundos e previdência, a resposta pode ser um simples “aguarde”. “É muito complicado, no meio do estresse, fazer um monte de coisa nos portfólios. Nesse momento é melhor ficar parado, mas antes é preciso ter construído alguma coisa. Não adianta querer comprar um guarda-chuva depois que começar a chover, o preço sobe”, afirma.

Louise Barsi, CEO do Ações Garantem o Futuro (AGF) e analista CNPI, destaca que “um dos grandes erros dos investidores é começar a montar a carteira pelo que está bombando no momento”, quando o caminho mais seguro é se manter firme em sua estratégia de investimento, independente dos fatores que afetam o mercado.

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Seabra e Barsi foram as convidadas da live “Como aproveitar as oportunidades do mercado em meio à volatilidade”, realizada na quinta-feira (10) no canal do Youtube do E-Investidor, com mediação das editoras Geovana Pagel e Valéria Bretas.

A conversa faz parte da série de conteúdos pensada para a segunda edição da Semana da Mulher Investidora, dedicada à participação feminina no mercado financeiro.

Além da calma na hora de tomar as decisões de investimento, as especialistas concordam que a melhor forma de proteger o patrimônio em momentos de volatilidade no mercado é a diversificação. “São três caixinhas para o curto, o médio e o longo prazo. Sabendo o objetivo de cada uma, você vai diversificando ao longo do tempo. O curto prazo sempre com renda fixa na carteira, e o médio prazo também. No longo prazo entra o investimento em bolsa de valores, mais especificamente a carteira previdenciária”, aconselha Barsi.

Para a CEO do AGF, no início é comum – e aconselhável – que o patrimônio esteja acumulado em poucos produtos. A diversificação precisa ser construída aos poucos, sempre colocando os objetivos de longo prazo. “Paciência e disciplina é muito importante para montar o portfólio, seja renda fixa ou renda variável. A pulverização é o atestado de que você não sabe o que está fazendo”, diz.

Na hora de escolher os ativos, priorizar ativos de empresas sólidas e pagadoras de tributos também pode ser uma boa opção. “Priorizamos papéis que paguem dividendos, mas não dividendos a todo custo. Ativos de empresas com maiores chances de serem longevas, que não queimem caixa à toa”, salienta Barsi.

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O conselho da CEO são as empresas do setor BEST – bancos, energia, saneamento/seguros e telecomunicações –, cujos resultados dependem menos de fatores externos como o varejo, por exemplo.

Luciana Seabra aconselha ainda os investidores que quiserem investir por meio de fundos de investimentos: “Não adianta investir em um monte de ações iguais. Mesmo via fundos, mescle gestores que façam coisas diferentes, no mundo dos investimentos ter bons gestores é o que funciona”.

Mulheres investidoras são conservadoras?

As especialistas discutiram ainda sobre os perfis de mulheres investidoras que encontram como clientes. Embora ainda sejam menos em número que os clientes homens, Seabra, rechaça o senso comum de que elas sejam mais conservadoras na hora de investir. “A gente não é conservadora, somos mais cautelosas para começar. Boas pesquisas lá fora falam que quando as mulheres têm o mesmo conhecimento e preparo ficam muito parecidos com os homens na tomada de risco”, afirma.

A CEO ressalta que, para se manter no mercado, é preciso não se intimidar. “Vejo mulheres que desistiram pelo desconforto. No começo da carreira eu me sentia intimidada, mas peguei aquilo como desafio, com a convicção de que estou em um mercado meritocrático, que o que vai fazer diferença é o resultado”.

Louise Barsi destaca, ainda, um novo perfil de mulheres investidoras que tem chamado atenção: as com mais de 50 anos. “O que me chama mais atenção nas mulheres especificamente é a faixa etária. São mulheres no desafio geracional, de 50 anos, um público que está se interessando demais em vir pra bolsa pensando em renda”, afirma.

 

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