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Comportamento

O material escolar ficou mais caro em 2025? Veja como economizar

Um a cada três compradores pretende parcelar para conseguir dar conta das despesas para o ano letivo deste ano

O material escolar ficou mais caro em 2025? Veja como economizar
Material escolar. Imagem: Adobe Stock

As famílias brasileiras gastaram R$ 49,3 bilhões com materiais escolares em 2024, o que representou um aumento de 43,7% ao longo dos últimos quatro anos. O valor é uma estimativa divulgada por uma pesquisa inédita do Instituto Locomotiva e QuestionPro. O levantamento mostra que essas compras impactam o orçamento de 85% das famílias brasileiras com filhos em idade escolar e que um a cada três compradores pretende parcelar para conseguir dar conta das despesas para o ano letivo de 2025.

Além disso, a maior parte das famílias precisará comprar materiais escolares solicitados pelas escolas (87%), seguido de uniformes (72%) e livros didáticos (71%).

Segundo outro levantamento, realizado pelo Procon-SP em nove papelarias da cidade, o preço da régua de 30 centímetros, de uma mesma marca, pode variar até 269% entre uma papelaria e outra da capital paulista.

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Se em uma loja essa régua é vendida por R$ 1,60, em outra é encontrada com preço muito mais elevado, a R$ 5,90. Um caderno universitário espiral, em capa dura, de 80 folhas, pode ter o preço variando entre R$ 15,75 e R$ 30,90 entre uma loja e outra. Já uma caixa de tinta para pintura a dedo, de seis cores, pode custar R$ 5,90 em uma papelaria e ser encontrada por até R$ 12,80 em outra.

Realizado entre os dias 16 e 17 de dezembro, o levantamento feito pelo Procon analisou o preço de 132 itens que constam em listas de material escolar, como apontador de lápis, borracha, caderno, caneta esferográfica, caneta hidrográfica, cola, giz de cera, lápis de cor, lápis preto, lapiseira, marca-texto, massa de modelar, papel sulfite, refil para fichário, régua, tesoura e tinta para pintura a dedo.

“Os valores nominais podem ser pequenos, mas, quando o consumidor considera toda a lista, poucos reais em vários artigos resultam em grande economia na conta final”, disse Luiz Orsatti Filho, diretor executivo do Procon-SP, em nota.

Com essa grande variedade de preços e custo elevado de toda a lista, o Procon alerta o consumidor para que faça uma pesquisa. O órgão também recomenda que antes de sair às compras, o consumidor analise os materiais escolares que tem em casa e reaproveite os que estiverem em boas condições. “Isso ajuda a evitar compras desnecessárias”, ressalta o Procon.

Dicas para economizar com materiais escolares em 2025

De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), o aumento dos custos com materiais escolares se dá principalmente por conta de fatores como inflação anual e elevação nos custos de produção, além dos preços de frete marítimo, no caso dos importados, e alta do dólar. Para 2025, a entidade estima um aumento entre 5% e 9% nos preços dos materiais.

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Pensando nisso, o E-Investidor consultou alguns especialistas que revelaram algumas dicas para economizar nos materiais escolares neste ano. Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira (ABEFIN), explica que o primeiro passo é começar o ano com um diagnóstico financeiro da família para entender seus ganhos e despesas mensais, definindo um orçamento específico para a compra dos materiais.

“Ao planejar com antecedência, você evita aquelas compras de última hora, quando os preços tendem a ser mais altos, especialmente devido à alta demanda. Converse com outros pais e veja a possibilidade de comprar em grupo — muitas vezes, o preço unitário diminui em compras em maior volume”, indica Domingos.

Ele ainda frisa a importância de fazer uma lista com o que realmente precisa ser comprado, para evitar compras por impulso, que podem aumentar seu gasto sem necessidade. “Explique à sua família, especialmente aos filhos, qual é o valor que você pode gastar e o que é essencial, evitando que eles sucumbam a desejos impulsivos que aumentariam o gasto”, comenta.

Além disso, pedir sempre por descontos nos pagamentos à vista pode aliviar bastante o seu bolso, pois muitos estabelecimentos oferecem preços mais baixos nesse caso. Carla Beni, Conselheira do Corecon-SP e professora da FGV, ainda alerta que se o parcelamento for inevitável, certifique-se de que as parcelas se encaixam no orçamento mensal e ela ressalta a importância de pagar a fatura à vista, para que o gasto não se acumule ao longo dos meses.

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Na hora de pesquisar os melhores preços, a internet é uma ferramenta poderosa. Sites que ajudam a comparar os preços de materiais escolares são interessantes, mas os especialistas aconselham tomar cuidado, pois nem todas as plataformas fazem uma comparação justa entre os produtos.

“Certifique-se de que os produtos comparados são realmente semelhantes ou, no mínimo, com a mesma finalidade. Muitas vezes, produtos com características diferentes, como o número de páginas de um caderno ou o tipo de lápis, podem ser comparados erroneamente, levando o consumidor a tomar uma decisão equivocada”, comenta o presidente da ABEFIN.

Também é importante ficar atento à procedência dos sites, já que criminosos cibernéticos estão sempre prontos para aproveitar datas sazonais, como o período de compras para o material escolar, para criar sites fraudulentos. Ao entrar em um site para comparar preços, verifique se ele é confiável, buscando sempre informações sobre a reputação da página e os comentários de outros consumidores.

Domingos também explica que ter uma reserva financeira organizada permite aproveitar oportunidades e descontos sem comprometer o orçamento, tornando o processo de compra muito mais calmo e estratégico.

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A conselheira do Corecon-SP ainda comenta que a reutilização de alguns materiais, ou até mesmo a adaptação pode ser interessante para economizar. Afinal, além de economizar nos materiais escolares, você também contribui para a sustentabilidade.