Variações do preço do petróleo podem impactar o preço da gasolna nas bombas dos postos de combustíveis
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Os contratos futuros do petróleo iniciaram as negociações de quinta-feira (23) com fortes altas. Às 10h (de Brasília), o barril da commodity WTI para dezembro subia 5,93%, enquanto o Brent para o mesmo período avançava 5,533%. A disparada dos preços, além de influenciar na cotação de empresas ligadas ao setor, como a Petrobras (PETR3;PETR4), traz dúvidas quanto ao impacto desta alta ao consumidor final, especialmente no que tange ao preço da gasolina.
Como mostramos aqui, o estresse dos investidores em torno da commodity se deve às sanções dos Estados Unidos contra as duas maiores petrolíferas da Rússia, Rosneft e Lukoil. A medida é justificada pela “falta de comprometimento sério da Rússia com um processo de paz para encerrar a guerra na Ucrânia”. As ações causam efeitos para toda a cadeia produtiva do petróleo, mas há dúvidas quanto à sua magnitude.
“O mercado repercute porque há uma preocupação de uma eventual restrição da oferta do petróleo russo ou aumento dessa restrição, o que pode elevar os preços da commodity no curto prazo. Apesar disso, vemos uma continuidade de um ambiente de relativa fraqueza para a indústria como um todo”, diz Ricardo França, analista da Ágora Investimentos.
Para o consumidor final, essa volatilidade não costuma alcançar as bombas dos postos de combustíveis na mesma velocidade. Segundo especialistas, possíveis reajustes só aconteceriam caso o avanço da cotação da commodity no mercado internacional for ainda mais relevante e sustentada por um período maior de tempo.
Além disso, João Abdouni, analista da levante inside corp, explica que o preço da gasolina vendido para as distribuidoras pela Petrobras estava cerca de 8% acima da paridade internacional. Ou seja, por causa dessa diferença, não é esperado novos reajustes.
“Usualmente, a estatal não faz ajustes repentinos a não ser que o petróleo sofra uma variação elevada. Não é o caso atual porque a commodity ainda cotinua na faixa dos US$ 60”, diz Abdouni.
Na terça-feira (21), a Petrobras reduziu o preço da gasolina em 4,9% para as distribuidoras. Com a queda, o preço médio do combustível passou de R$ 2,85 para R$ 2,71.