Um em cada três brasileiros de alta renda já tem conta global, diz pesquisa
Pesquisa encomendada pelo C6 Bank à Ipsos-Ipec mostra que a parcela de brasileiros nas classes A e B com conta em moeda estrangeira passou de 12% para 31% em três anos
Pesquisa mapeou aderência de brasileiros às contas globais. Foto: Adobe Stock
As contas globais ganharam espaço entre os brasileiros nos últimos três anos. A mais recente pesquisa encomendada pelo C6 Bank à Ipsos-Ipec mostra que 31% dos entrevistados das classes A e B mantêm uma conta com saldo em moeda estrangeira, como dólar ou euro. Em 2022, quando o levantamento foi realizado pela primeira vez, o percentual era de 12%. Ao considerar apenas a classe A, o avanço é ainda maior no período – de 21% para 45%.
A pesquisa ouviu, de forma online, 1 mil brasileiros a partir de 16 anos de idade das classes A e B – de um total de 4 classes – de todas as regiões do Brasil, entre os dias 16 e 23 de julho de 2025. A margem de erro é de três pontos porcentuais.
A classificação indica faixas aproximadas de renda mensal domiciliar de cada classe. A renda média da classe A é de R$ 26,8 mil, enquanto a da classe B varia de R$ 12,6 mil a R$ 7 mil.
De acordo com o levantamento, a conta global atrai principalmente pessoas com idade entre 25 e 34 anos. Nessa faixa etária, a adesão à modalidade é de 41%. Os objetivos de uso do serviço são variados: gastar em viagens ao exterior (36%), investir em ativos estrangeiros (33%), juntar dinheiro para viagens futuras (33%) e economizar (30%).
Quando se trata de enviar dinheiro para fora, contas globais, em geral, têm custos mais baixos em comparação a outras opções, como o cartão de crédito. Nesta matéria, explicamos como comparar as melhores alternativas.
Um dos pontos-chave é o chamado spread cambial, que representa a diferença entre a cotação oficial da divisa estrangeira, como o dólar, e o valor efetivamente cobrado por instituições financeiras na conversão da moeda em compras internacionais. Normalmente, contas globais aplicam spreads mais baixos.
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Outro fator importante: a compra de moeda por meio das contas digitais é feita com base no câmbio comercial, mais vantajoso que o câmbio turismo usado pelos cartões de crédito tradicionais.
Para quem deseja adquirir dólar, especialistas recomendam seguir a estratégia do preço médio – isto é, realizar aportes graduais ao longo do tempo, para se proteger das variações cambiais, em vez de tentar prever o movimento da moeda americana. Mostramos os detalhes dessa estratégia aqui.
Mudanças no IOF
Questionados a respeito do aumento recente no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), 79% dos entrevistados da pesquisa disseram estar a par das mudanças. Entre os que sabem da alteração e possuem conta global, metade afirmou que considera mudar os planos de uso da conta por causa do imposto. Outros 36% afirmaram que não mudariam os planos e 14% disseram não ter entendido o impacto da medida sobre a conta com saldo em moeda estrangeira.
Atualmente, existe um IOF unificado de 3,5% para a maioria das operações de câmbio, incluindo as contas globais. Cartões de crédito e débito internacional, assim como cartões pré-pagos internacionais e cheques de viagem para gastos pessoais, também ficaram com essa alíquota, do mesmo modo que compras de moeda em espécie. Veja aqui tudo o que mudou com os novos decretos sobre o imposto.