- A relação do custo-benefício para visitar a Argentina já foi melhor para os brasileiros, mas o destino continua valendo a pena
- O dólar possui o maior poder de compra no câmbio argentino, pois US$ 1,00 equivale a cerca de 900 pesos (R$ 5,00)
- Uma estratégia interessante é utilizar o dinheiro em espécie para pagar custos menores, como comidas e souvenirs
A Argentina é um destino muito buscado pelos brasileiros para viajar durante as férias de julho. O país vizinho atrai os turistas por vários motivos: a distância relativamente curta – o voo de São Paulo até a capital Buenos Aires demora cerca de 3 horas -, tem lindas cidades para visitar e também pelo o câmbio favorável. Na hora de viajar, no entanto, pode surgir a dúvida: é melhor levar real, peso ou dólar para o país?
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Atualmente, 1 real equivale a 169,37 pesos. A moeda se tornou mais cara no mercado após a posse do presidente Javier Milei, em 10 de dezembro de 2023. Até essa data, a divisa latina custava cerca de 73 pesos. Depois do dia 13 do mesmo mês, o preço mais baixo registrado foi de 161 pesos, em 2 de julho de 2024.
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Apesar da relativa recuperação da moeda argentina, o país segue enfrentando a alta inflação. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC, o principal indicador de inflação) subiu 4,6% em junho ante maio, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Na comparação anual, o IPC saltou 271,5%.
Carlos Castro, CEO da SuperRico, explica que, apesar de a relação do custo-benefício para visitar a Argentina já ter sido melhor para os brasileiros, o destino continua valendo a pena.
Na Argentina, é melhor pagar com real, peso ou dólar?
Considerando o atual cenário político e econômico da Argentina, os especialistas consultados pela reportagem são unânimes em dizer que é mais vantajoso levar dólares americanos.
Segundo Guilherme Almeida, especialista em educação financeira da Suno, a divisa americana possui o maior poder de compra no câmbio argentino, pois US$ 1,00 equivale a cerca de 900 pesos (R$ 5,00).
Outro fator que torna a moeda dos Estados Unidos mais atrativa é a sua aceitação no comércio. “Especialmente nas áreas turísticas das grandes cidades, existe a preferência pelo pagamento com o dólar. Os locais oferecem taxas de câmbio mais favoráveis a quem usa a moeda porque estamos falando da divisa mais forte do mundo”.
É recomendável, contudo, que o viajante também conte com um aporte de pesos argentinos, principalmente caso seu percurso passe por cidades menores. Apesar de ser comum o uso do dólar, não existe a garantia de que todos os comércios, como lojas e restaurantes, vão aceitar o pagamento com a moeda estrangeira.
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Outro ponto que deve estar no radar do viajante é onde realizar o câmbio. No país, existe o chamado “dólar blue”, o câmbio nas ruas, que segundo Alexandre Viotto, chefe da Mesa de Câmbio da EQI Investimentos, proporciona uma conversão de moeda mais favorável.
“Ele nada mais é do que a diferença entre o que o governo estabelece como ‘cotação oficial’ e o que é comercializado no mercado paralelo, que não se configura como as casas de câmbio oficiais”, diz Viotto. No entanto, ao utilizar o “dólar blue” o viajante precisa ficar atento para não comprar moedas sem validade.
Além do câmbio da moeda física, o turista também pode avaliar o uso do cartão. Uma estratégia interessante é utilizar o dinheiro em espécie para pagar custos menores, como comidas e souvenirs, e o cartão de débito ou crédito para gastos maiores, como a hospedagem. Essa última opção proporciona ao viajante a melhor administração dos valores que tem à disposição para gastar, uma vez que ele terá o registro de tudo o que foi pago.
Outro ponto é que muitas pessoas optam por pagar os hotéis diretamente em dólar, ou cartão de crédito internacional, pois acabam tendo a isenção do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) que chega a quase 19%.
A educadora financeira Aline Soaper ressalta que, em situações de roubos ou furtos, o turista pode ficar sem recursos caso todo o seu dinheiro esteja em espécie. “Quando o montante está no cartão, é possível bloqueá-lo, de modo a evitar o prejuízo financeiro”, diz ela.
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Para escolher o cartão, é importante que o viajante avalie as taxas cobradas pela instituição, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para economizar com gastos como esse, é possível procurar instituições que ofereçam algum tipo de desconto sobre o tributo.
O Banco do Brasil (BBAS3), por exemplo, reduziu em março deste ano para 1,1% o desconto do IOF em compras internacionais. Vale consultar e avaliar as demais opções disponíveis no mercado antes de viajar para a Argentina.