O bitcoin (BTC) e as demais criptomoedas do mercado desabaram em bloco neste sábado (13) após o Irã lançar um ataque com mais de 100 drones e dezenas de mísseis de cruzeiro contra Israel. O governo israelense e os Estados Unidos agiram conjuntamente para repelir o ataque. A grande maioria dos drones e mísseis foi interceptada pelos sistemas de defesa de Israel e por jatos das Forças Aéreas americanas.
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Em reflexo, por volta das 20h52min deste sábado (13), o ethereum (ETH) recuava 6,78%, a US$ 3.020,15. O bitcoin (BTC) caía 4,11%, a US$ 64.308,00. Segundo Virgilio Lage, especialista da Valor Investimentos, essa queda acontece por um receio da disparada das commodities. Se isso se concretizar, os dados de inflação americana devem piorar. Vale lembrar que a inflação dos EUA, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), subiu 0,4% em março ante fevereiro, acima da mediana dos analistas consultados nas projeções do Broadcast, que previam alta de 0,3%.
De acordo com Lage, se os dados piorarem, o tão esperado corte de juros pelo Banco Central dos EUA, o Federal Reserve (FED), deve ser prorrogado para além do que o mercado espera. “Isso passa a ser muito ruim para as criptomoedas, visto que as altas recentes desse ativos foram com base nas expectativas da redução de juros pelos EUA. Sem os cortes esperados pelo mercado, devido a uma possível piora da inflação, as criptos tendem a sofrer no mercado”, explica. Atualmente, o mercado precifica um corte de juros do FED entre julho e setembro.
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Já André Vasconcellos, vice-presidente do Conselho do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), relata que, em tempos de crise geopolítica, os governos podem impor regulamentações mais rigorosas sobre criptoativos, visando controlar o fluxo de capital, combater atividades financeiras ilícitas ou que almejam financiar conflitos armados no Oriente Médio.
Isso pode afetar diretamente o mercado de criptomoedas e derrubar o preço dos ativos no mercado. “Durante conflitos armados recentes, observamos um aumento da atividade cibernética maliciosa, incluindo ataques a exchanges de criptomoedas e carteiras digitais. Os investidores devem estar atentos à segurança de suas próprias carteiras e utilizar medidas de segurança robustas”, detalha.
Recomendações para o investidor
Com as incertezas no radar, Beto Fernandes, analista da Foxbit, diz que a cautela é o melhor remédio para os investidores. “Tentar ser racional ajuda a prevenir vendas por pânico ou compras por impulso. Vale rever a história de como o mercado reagiu, por exemplo, diante do início da guerra no oriente médio, assim como na Ucrânia. Depois de uma descida abrupta, os ativos se estabilizaram. Não há garantias de que isso ocorra, mas é pelo menos uma variável que podemos observar”, afirma Fernandes.
Ou seja, o investidor deve vender suas posições com base em sua estratégia de investimentos. Gustavo Blasco, fundador e CEO do Grupo GCB, explica que se a proposta é de investimento de curto prazo, o melhor é o investidor vender os ativos, pois não há como saber o que vai acontecer nas próximas semanas.
“Agora, se o investidor está fazendo um investimento de longo prazo, com foco na tese de valorização do bitcoin ao longo de anos, não compensa desfazer das criptos que ele possui neste momento. Nós já passamos por várias crises, como o início da guerra na Ucrânia, a covid, entre outras. Por isso, se o investimento for de longo prazo, o melhor é não vender o que já está na carteira”, afirma.
Bruno Corano, economista da Corano Capital, também reforça que a aversão ao risco não deve se limitar apenas no mercado cripto e que pode atingir todos os ativos de risco. “As bolsas ainda não foram impactadas porque estão fechadas. A partir da noite de domingo, porém, o investidor verá queda em todos os mercados. O melhor é ter paciência e não se desesperar para não ter prejuízos nesses momentos de tensão”, diz.
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