

O bitcoin (BTC) acima do patamar dos US$ 100 mil é um ponto de virada na jornada da criptomoeda, que deixa de ser um ativo de nicho para se tornar um instrumento financeiro convencional, disse Guilherme Nazar, vice-presidente regional da Binance para a América Latina, em nota enviada ao E-Investidor nesta quinta-feira (5).
“Com esse novo patamar, o bitcoin tende a atrair mais investidores institucionais e de varejo, uma narrativa poderosa e um impulsionador de sentimento que reforça a posição das criptomoedas no cenário financeiro e incentiva uma adoção mais ampla”, diz o executivo da maior corretora de criptoativos do mundo.
Por volta das 10h, o bitcoin subia 7,31%, a US$ 103.100,00. A alta do dia acontece após o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, indicar o empresário Paul Atking para a presidência da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão americano equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) brasileira. Atking é visto pelo mercado como favorável aos criptoativos.
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Segundo Guilherme Nazar, outros fatores estão influenciando a alta do bitcoin no mundo. Ele lembra que a adoção de Exchange Traded Funds (ETFs) de bitcoin e a implementação de regras por diversos países ao mesmo tempo, protegem os usuários e permitem que tanto os investidores de varejo quanto institucionais acessem esse mercado.
Queda de juros pelo Fed também impulsiona o bitcoin
Nazar lembra também que a recente mudança nas condições macroeconômicas desempenhou um papel considerável no rali do bitcoin. Segundo o executivo, os cortes de juros do banco central americano, o Federal Reserve (Fed), após um período prolongado de aperto e a liquidez global em ascensão, fizeram o capital fluir para ativos percebidos como resistentes à inflação e escassos.
“O bitcoin, com sua oferta fixa de 21 milhões de moedas, se destacou como uma proteção natural contra a desvalorização da moeda fiduciária, impulsionando o aumento da demanda. A expectativa de um governo Trump amigável às criptomoedas injetou otimismo no mercado, com promessas de transformar os EUA em um hub global de criptomoedas feitas durante a campanha”, explica Nazar.
Por fim, ele lembra que as compras de bitcoins por empresas também foram cruciais para a disparada da criptomoeda recentemente. Segundo ele, as aquisições agressivas de bitcoin da Microstrategy destacam uma tendência crescente de tesourarias corporativas adotando ativos digitais, com a empresa agora detendo perto de 2% da oferta total de bitcoin.
“Outras empresas, como a Marathon Digital e potencialmente a Microsoft, estão seguindo o exemplo, indicando uma mudança mais ampla em direção ao bitcoin como um ativo estratégico”, salienta Guilherme Nazar.
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