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Criptomoedas

Criptos voltam a atrair holofotes. Vale a pena investir agora?

O BTC encerrou o ano com o título de investimento mais rentável de 2023

Criptos voltam a atrair holofotes. Vale a pena investir agora?
O bitcoin é a criptomoeda com o maior valor de mercado (Foto: Envato Elements)
  • Segundo dados da Economatica, o bitcoin apresentou uma valorização de 153% no acumulado de 2023
  • A rentabilidade é bem distante do Ibovespa, principalmente índice da B3, que encerrou 2023 com uma alta de 22,3%
  • Para 2024, as expectativas dos analistas apontam para uma valorização ainda mais acentuada com a melhora do cenário macroeconômico

O “inverno cripto”, termo utilizado pelo mercado para denominar os períodos de queda dos ativos digitais, parece ter ficado para trás. Ao longo de 2023, o bitcoin, maior criptomoeda em valor de mercado, mostrou força e conseguiu valorizar mais de 150% no acumulado do ano passado. O avanço permitiu que a moeda alcançasse a cotação de US$ 42 mil no fim de dezembro, faixa de preço que não se via desde maio de 2022, além de cravar o título de investimento mais rentável do ano. A boa notícia é que os ventos favoráveis ao mercado de criptos devem continuar em 2024.

Em um levantamento realizado pela Economatica, a pedido do E-Investidor, o ether, segunda maior criptomoeda em valor de mercado, também acompanhou os ganhos e entregou aos investidores um retorno de 91,3% no mesmo período.

A rentabilidade fica bem à frente dos investimentos considerados mais tradicionais pelo mercado. A título de comparação, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores do Brasil, entregou retorno acumulado de 22,28% em 2023. Já o índice imobiliário, que reúne as ações das construtoras listadas na bolsa de valores, registrou uma valorização de 53,27%, o maior retorno entre os ativos de renda variável e o mais próximo do BTC.

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O bom desempenho reflete a construção de um cenário mais favorável para o mercado de criptomoedas. O Federal Reserve (FED), Banco Central dos EUA, elevou sete vezes a taxa de juros em 2022. Em 2023, o último reajuste para controlar a inflação do mercado norte-americano aconteceu na reunião de julho. A pausa sinaliza ao mercado que o fim do ciclo de aperto monetário pode iniciar em 2024, o que favorece os ativos de risco, como o BTC.

A crise bancária nos Estados Unidos com a falência do Signature Bank e Silicon Valley Bank no primeiro semestre do ano passado também ajudou na valorização do BTC. Na época, os analistas de mercado explicaram que a situação da falência dos bancos norte-americanos traz uma desconfiança do sistema financeiro tradicional e reforça a tese de investimento do bitcoin, fundamentada em um sistema descentralizado.

No entanto, o aumento das expectativas de aprovação dos ETFs de bitcoin à vista pela SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) é que tem feito preço nas últimas semanas. No dia 9 de novembro, a maior criptomoeda em valor de mercado apresentou uma alta de 3% e conseguiu ultrapassar o patamar dos US$ 37 mil, a maior faixa de preço desde maio de 2022.

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Os ganhos refletiram o relatório de analistas da Bloomberg de que a SEC poderia aprovar os fundos de índices de bitcoin à vista até o dia 17 de novembro. A janela de oportunidade, citada pelos analistas, não se concretizou, mas as expectativas de uma aprovação até o início de janeiro de 2024 permanecem, o que ajudou o BTC permanecer acima dos US$ 40 mil. Até o momento, 12 pedidos de ETFs de bitcoin à vista aguardam a aprovação da SEC. Desse total, o registro mais importante e aguardado pelo mercado é o da BlackRock, maior gestora de ativos e de investimentos do mundo, feito em junho deste ano.

Se esse movimento se concretizar, os lançamentos dos novos produtos devem atrair o capital do investidor institucional e aumentar ainda mais a cotação do BTC a partir de agora. “A aprovação será muito importante para o aumento da adoção do bitcoin como investimento”, diz Ayron Ferreira, analista de research independente. No entanto, esse não é o único fator que pode puxar para cima o preço do BTC e colocar os holofotes novamente nas criptomoedas.

A realização do halving também deve favorecer o mercado cripto e está previsto para ocorrer no próximo ano. O evento acontece uma vez a cada quatro anos e trata-se de uma redução planejada nas recompensas que os mineradores recebem. Na prática, os halvings costumam elevar a cotação dos bitcoins por limitar a oferta do criptoativo no mercado. A melhora no cenário macroeconômico com o possível início do corte de juros nos Estados Unidos deve reforçar ainda o movimento de alta.

“O halving é um elemento-chave nos ciclos do bitcoin e se alinha bem com o ciclo de liquidez global (e a queda de juros nos EUA), mas entendo que a adição dos ETFs pode ser o catalisador para um bull market mais vigoroso do que o esperado”, diz Vinícius Bazan, head de criptoativos da Empiricus Research.

Um bom ativo para se ter na carteira em 2024?

As perspectivas positivas para 2024 tornam o BTC e outras criptomoedas boas alternativas de investimentos para manter no portfólio. Segundo Bazan, se todos esses eventos ocorrerem nos próximos meses, como apontam as estimativas do mercado, há espaço do bitcoin ultrapassar a faixa de preço de US$ 100 mil ao longo dos próximos dois anos.

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“Há uma assimetria bastante positiva no mercado de criptoativos agora, sendo favorável aos investidores se exporem. Neste momento, concentraria as posições em BTC, ETH e ativos “big cap” (ativos com maior valor de mercado)”, orienta o head da Empiricus.

No entanto, o caminho até alcançar esses patamares elevados não deve ser “linear”. O investidor precisa ter em mente as volatilidades típicas do mercado de criptoativos que podem jogar os preços dos ativos para baixo das estimativas. “Não temos certeza da aprovação do ETF, mesmo com as expectativas elevadas. O FED também não deu uma sinalização clara de queda dos juros”, alertou André Franco, Head da Research MB. Mesmo com esses riscos, o analista acredita no potencial do BTC de superar a sua máxima histórica de US$ 69 mil em 2024.

 

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