O bitcoin é a maior criptomoeda em valor de mercado. (Foto: Adobe Stock)
Os bombardeios dos Estados Unidos contra as instalações nucleares do Irã no fim de semana derrubaram a cotação do bitcoin hoje com o aumento da aversão a risco entre os investidores. Por volta das 10h (de Brasília), o ativo digital é negociado com a US$ 101,6 mil após sofrer uma depreciação de 1,13% no acumulado das últimas 24 horas.
As perdas refletem as incertezas do mercado sobre os desdobramentos dos conflitos no Oriente Médio que, dependendo das proporções, podem empurrar o BTC para níveis abaixo dos US$ 100 mil. No domingo (22), o bitcoin chegou a ser negociado abaixo dos US$ 99 mil, mas logo ganhou impulso, retornando para a cotação dos US$ 100 mil.
A sustentação dessa faixa de preço, segundo Guilherme Prado, country manager da Bitget, ocorre devido ao fluxo de capital em direção aos ETFs de bitcoin à vista. Apenas em junho, os fundos de índice registram uma captação líquida de US$ 1,3 bilhão. “Apesar do ambiente desafiador no curto prazo, o fluxo positivo de 10% nos ETFs de Bitcoin sinaliza que parte do mercado institucional ainda vê valor no ativo como proteção e oportunidade de longo prazo”, diz Prado.
Contudo, apesar do interesse dos investidores institucionais, a guerra entre o Irã e Israel pode intensificar a pressão vendedora sobre o bitcoin e empurrá-lo para níveis ainda mais baixos. “Se a pressão vendedora persistir, o ativo pode testar suportes na faixa dos US$ 100.000 e até a região de US$ 95.700”, acrescenta o country manager da Bitget.
André Franco, analista de investimentos cripto e CEO da Boost Research, também avalia como provável o bitcoin alcançar o nível das US$ 95 mil. No entanto, ele não considera esse cenário como base para a cotação do ativo digital nas próximas semanas. “Vejo que a escalada das tensões geopolíticas chegou no seu limite. Apesar do Irã ter feito algumas movimentações, não vemos movimentações efetivas contra os Estados Unidos”, diz Franco.