O Brasil é o quinto país do mundo com a maior adoção de criptomoedas, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (3) pela Chainalysis, empresa de análise on-chain (sistema que sustenta os criptoativos). Os brasileiros ficam atrás de Índia, Estados Unidos, Paquistão e Vietnã, que ocupam o topo do ranking.
O Índice Global de Adoção de Criptomoedas, como é denominado o levantamento, mostra que a adoção de ativos digitais permanece em alta em diferentes mercados, desenvolvidos ou emergentes.
A região Ásia-Pacífico (APAC, na sigla em inglês), por exemplo, consolidaram o status de centro global das atividades de criptomoeda em on-chain após registrar uma alta de 69% em comparação ao mesmo período do ano passado.
O volume total de transações com criptomoedas na APAC cresceu de US$ 1,4 trilhão para US$ 2,36 trilhões, impulsionado pelo forte engajamento em grandes mercados como Índia, Vietnã e Paquistão, diz o estudo.
Já a América Latina registrou a segunda maior adoção de criptomoedas, com alta de 63% nas atividades on-chain dos últimos 12 meses. O aumento reflete o uso de criptomoedas tanto nos segmentos de varejo quanto institucional. A África Subsaariana, por sua vez, cresceu 52% com a contínua dependência da região em ativos digitais para remessas e pagamentos diários.
Os números nas duas regiões, segundo a Chainalysis, ressaltam uma ampla mudança no impulso das criptomoedas em direção ao Sul Global.
Apesar dessa tendência, a América do Norte e a Europa ainda dominam em termos absolutos este mercado. As duas regiões, de acordo com o índice, registraram no último ano volumes de transação com cripto de US$ 2,2 trilhões e US$ 2,6 trilhões, respectivamente.
O crescimento da adoção dos ativos digitais foi de 49% para os países norte-americanos, impulsionados pelo crescimento do interesse institucional graças ao lançamento dos ETFs de bitcoin à vista nas bolsas de Nova York, em janeiro de 2024, e à maior clareza regulatória nos Estados Unidos. Na Europa, a alta foi de 42% que, de acordo com o estudo, representa um aumento substancial na região, dada a sua base já elevada.
Stablecoins em expansão
O estudo abordou também o crescimento das stablecoins, criptomoedas atreladas a moedas fiduciárias. Dados da Chainalysis mostram que, entre junho de 2024 e junho de 2025, o USDT, stablecoin atrelada ao dólar, processou mais de US$ 1 trilhão por mês. Já o USDC, também atrelada à moeda americana, variou de US$ 1,24 trilhão para US$ 3,29 trilhões mensais. Para a Chainalysis, as cifras refletem a evolução do cenário regulatório de stablecoins nos últimos 12 meses.
Embora a Lei GENIUS nos EUA ainda não tenha entrado em vigor, sua aprovação gerou forte interesse institucional, enquanto na UE, o regime de stablecoins da MiCA abriu caminho para o lançamento de stablecoins licenciadas e referenciadas em euros, como a EURC, destacou.