Criptomoedas

25% dos brasileiros em idade ativa querem comprar criptos, diz estudo

No entanto, falta de conhecimento sobre blockchain ainda afasta investidores, mostra relatório

25% dos brasileiros em idade ativa querem comprar criptos, diz estudo
Falta de conhecimento ainda afasta investidores das criptomoedas. (Foto: Envato)

A América Latina está prestes a ver um boom de adoção de criptomoedas em 2022, mostra a pesquisa “Relatório Blockchain – Latam 2022” encomendada pela Sherlock Communications. No Brasil, mais de 25% dos entrevistados disseram que esperam comprar criptomoedas nos próximos 12 meses – um aumento de 91% em relação ao pouco mais de 13% da população brasileira que possui uma moeda digital até o momento.

O relatório levou em conta a população estimada de 143 milhões de brasileiros em idade ativa em 2022. Com base nesse número, são cerca de 36 milhões de pessoas planejando entrar no mercado de criptos neste ano.

A pesquisa foi realizada de forma on-line em março de 2022, com mais de 1.200 entrevistados na Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, México e Peru. A Colômbia tem o segundo maior público de criptos na região, com 22,3% dos entrevistados esperando adquirir um token no próximo ano. Um aumento de 208% frente aos atuais 5,2% de colombianos que já investem em criptomoedas.

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Embora o Brasil tenha as maiores taxas de adoção entre os cinco países estudados pela pesquisa, o crescimento do mercado é ainda maior em outras partes da região. No Peru, por exemplo, 12% dos entrevistados vão investir criptomoedas no próximo ano. Em comparação com os 1% de peruanos que já fazem parte do mercado, significa um aumento de 1100%.

Outros dois países se destacam pelo crescimento das intenções de entrada no mercado de criptos. Pelas respostas da pesquisa, o México deve ter um aumento de 345% na adoção dos tokens, saindo de 3,8% para 16,9%; seguido pela Argentina, com um aumento de 235%, de 5,5% para 18,4% investidores.

Enquanto isso, 16% dos chilenos planejam comprar uma moeda digital nos próximos 12 meses – um aumento de 208% em relação aos 5,2% atuais.

“Há claramente um grande interesse em criptomoedas. No entanto, a pesquisa também revela que os entrevistados estão lutando com preocupações sobre segurança cibernética em relação a exchanges e tokens, bem como frustração com a disponibilidade de análises independentes e educação sobre essa área emergente de investimento”, diz em nota Patrick O’Neill, sócio-gerente da Sherlock Communications.

Entre as razões mais apontadas pelos entrevistados como obstáculos na decisão de investir em criptoativos estão a falta de entendimento sobre o funcionamento da tecnologia blockchain e qual a melhor forma de realizar esses investimentos. Em todos os cinco países, metade dos entrevistados deu uma dessas respostas como um motivo que os impediria de comprar criptomoedas nos próximos 12 meses.

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A falta de educação financeira também foi apontada no relatório da Sherlock Communications: parte dos entrevistados afirmou que “nunca tinham ouvido falar de blockchain”, a tecnologia na qual se baseiam as transações de criptomoedas. Na Argentina, 89,2% desconhecia o termo, seguido de 85% no Peru, quase 80% no Chile e México, 77% na Colômbia e 68% no Brasil.

“A falta de conhecimento do blockchain, que cria a capacidade de trocar valor sem intermediários, usando livros digitais imutáveis que são a base de todas as criptomoedas, sugere que o conhecimento de muitos entrevistados nessa área é bastante superficial. Por mais que este relatório mostre que os latino-americanos acreditam que cripto e web3 terão um papel importante em seus futuros financeiros, também mostra que há uma enorme lacuna educacional que está impedindo a população de dar o primeiro passo e de entrar no espaço cripto”, diz no relatório Luiz Hadad, consultor de blockchain da Sherlock Comunicações.