O bitcoin é a maior criptomoeda em valor de mercado (Foto: Adobe Stock)
Os ETFs (fundos de índice) de bitcoin à vista acumulam uma saída de US$ 1,2 bilhão nos últimos três pregões, segundo os dados mais recentes da SosoValue, plataforma de dados de criptomoedas. O movimento, além de interromper o fluxo positivo de US$ 6 bilhões ao longo de maio, acende uma luz amarela para o mercado. Isso porque os resgates sinalizam uma realização de lucro após o ativo digital romper a barreira dos US$ 111 mil, pressionando as cotações do ativo.
“A liquidação acontece em diversas frentes do mercado, com baleias, hodlers e até investidores de ETFs distribuindo seus tokens. Com isso, a pressão de venda aumenta, e o preço tende a cair”, diz Beto Fernandes, analista da Foxbit. O contexto macroeconômico também contribui para a perda de atratividade do BTC diante das incertezas sobre quando as taxas de importação dos Estados Unidos serão, de fato, implementadas. Desde os seus primeiros anúncios, as medidas protecionistas de Donald Trump, presidente dos EUA, sofreram algumas reviravoltas.
No fim de semana, por exemplo, o republicano anunciou que dobrará as tarifas sobre aço e alumínio, de 25% para 50%, a partir desta quarta-feira (4). Já na manhã de hoje, os mercados estão atentos ao diálogo entre Trump e Xi Jinping, presidente da China, após os dois países acusarem um ao outro de desrespeitarem a trégua tarifária de 90 dias anunciada no mês passado. “A concretização de novos acordos tarifários e novos sinais do Banco Central do Japão sobre possíveis aumentos na taxa de juros podem aumentar a volatilidade no mercado nos próximos dias”, diz André Franco, analista de investimentos cripto e CEO da Boost Research.
Apesar de todos esses eventos, o bitcoin hoje opera com ganhos. Às 9h (de Brasília), a maior criptomoeda em valor de mercado sobe 1,16% no acumulado das últimas 24h, sendo negociada a 105,2 mil. Os dados são da plataforma CoinMarketCap. Para Guilherme Prado, country manager da Bitget, se o atual fôlego persistir, há possibilidade do BTC renovar novos recordesno curto e médio prazo. “Um rompimento consistente acima de US$ 106 mil pode levar o BTC de volta à região de US$ 110 mil–112 mil, enquanto a perda dos US$ 103 mil pode abrir espaço para uma correção até US$ 100 mil ou US$ 97.600”, avalia Prado.