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Ethereum deve valorizar após “The Merge”. Veja se é hora de comprar

O "The Merge" inicio na madrugada desta quinta-feira (5) com a atualização dos primeiros blocos do ethereum

Ethereum deve valorizar após “The Merge”. Veja se é hora de comprar
A atualização do Ethereum vai trazer uma série de mudanças na rede. (Foto: Envato Elements)
O que este conteúdo fez por você?
  • O "The Merge" é o processo de transição da rede do Ethereum de proof-of-work (prova de trabalho, em tradução livre) para o proof-of-stake (prova de participação, em tradução livre)
  • A mudança cria uma infraestrutura mais robusta para o desenvolvimento de novas tecnologias e redução de 99% do consumo energia
  • Com a finalização do "The Merge", os analistas acreditam que o Ether, moeda nativa da rede, deve ter uma valorização nos próximos anos

A rede de blockchain do ethereum (ETH) iniciou na madrugada desta quinta-feira (15) o seu processo de atualização tão aguardado pelo mercado. O “The Merge” (“a fusão”, em tradução livre para o português) será o responsável por garantir a transição da plataforma do proof-of-work (prova de trabalho) para o proof-of-stake (prova de participação).

Até o momento, a atualização dos primeiros blocos ocorreu dentro do previsto nas primeiras horas de hoje. Caso a finalização ocorra sem nenhuma surpresa, os analistas acreditam que o ethereum pode interromper o seu ciclo de perdas e atingir novos patamares de preço. Por outro lado, esse movimento de valorização deve acontecer em um período de médio a longo prazo.

Na prática, a mudança deve alterar a dinâmica da emissão de ETH, moeda nativa da rede do ethereum, no mercado de criptomoedas e a forma de validar os blocos (que formam a rede de blockchain e onde são registradas as informações da rede, como as transações de criptomoedas).

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Segundo Rony Szuster, analista de research do Mercado Bitcoin, no proof-of-work há um ambiente competitivo em que o primeiro minerador a validar (avalia se a informação é verdadeira ou não) um bloco é reconhecido e remunerado por esse trabalho.

“Todos os mineradores arcam os custos de hardware para conseguir validar o bloco antes dos outros. Então, todas as máquinas estão tentando resolver esse mesmo bloco”, explica. “A recompensa para os mineradores é de dois ETHs mais as taxas de transação”, acrescenta Szuster.

Por esse motivo, com a alteração, estima-se que o consumo de energia seja reduzido em mais de 99%. Atualmente, por meio do método de proof-of-work, uma transação da segunda maior rede de criptomoedas do mundo consome 259,7 KWH, de acordo com o site Digiconomist. O gasto é semelhante ao de uma família média dos Estados Unidos durante uma semana.

Com a utilização do proof-of-stake após o “The Merge”, a dinâmica será diferente. “No lugar de você liberar o bloco para todos os mineradores, a rede manda esse bloco diretamente para um validador específico. Só ele terá o direito de resolver a validação desse bloco naquele período de tempo”, esclarece. Ao contrário do método de prova de trabalho, a remuneração será feita apenas com o pagamento dos custos da validação sem a necessidade de emitir mais dois ETHs.

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“Por isso que o “Merge” vai diminuir muito a emissão do ETH porque você não vai precisar mais remunerar todos os mineradores com 2 ETHs para cada bloco”, justifica. Com a redução do volume de ativos circulando no mercado, a tendência é que haja uma valorização da moeda ao longo dos anos.

No entanto, esse não deve ser o único efeito na rede. De acordo com Lucas Santana, analista de pesquisa da Hashdex, a finalização do “The Merge” será responsável por criar uma infraestrutura mais robusta para tornar mais eficiente o ambiente de desenvolvimento de tecnologias, como contratos inteligentes e NFTs (tokens não fungíveis), nos próximos anos.

“Na verdade, o proof-of-stake vai permitir que no futuro as tecnologias desenvolvidas em cima do ethereum consigam realizar, no lugar de 15 transações por segundo, milhares de transações por segundo”, ressalta Santana. Essa atualização é de extrema importância para a rede quando se observa a sua participação no mercado de criptomoedas para as novas tecnologias de finanças descentralizadas (Defi).

De acordo com os dados do Defi Lama, um agregador de dados de criptomoedas e de Defi, a rede do ethereum é responsável por mais de 60% dos contratos inteligentes disponíveis no mercado e um dos grandes responsáveis por criar um ambiente capaz de criar os NFTs (tokens não fungíveis).

É hora de comprar?

As projeções apontam para a valorização do ETH nos próximos anos com a atualização da rede. Os rumores com a previsão da conclusão do processo para este mês de setembro já foram responsáveis por parte dos ganhos do ativo ao longo de julho deste ano. No acumulado do período, quando o mercado soube da nova previsão, o ETH teve uma valorização de 60% no acumulado mensal, enquanto o BTC registrou uma alta de 19% durante o mesmo período.

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A valorização também seguiu até o dia 14 de agosto, quando a moeda atingiu a cotação de US$ 2 mil, o que representa uma alta de 17% em relação ao dia primeiro deste mês, segundo dados do Coinmarketcap. No entanto, os ganhos foram devolvidos nos dias seguintes até se estabelecer no patamar de US$ 1,6 mil.

Apesar dos altos e baixos da moeda, Ayron Ferreira, analista chefe da Titanium Asset, acredita que o atual momento pode ser interessante para o investidor que deseja se posicionar no ativo digital caso vise retornos no médio e longo prazo.

“Após a atualização podem acontecer oscilações bruscas no preço do ether, uma vez que bugs na rede podem ocorrer. Então, se a intenção do investidor é obter lucro no curto prazo, as chances acabam jogando contra, pois além deste evento, o ether já é um ativo bem volátil por natureza”, explica Ferreira.

Somado a isso, o cenário macroeconômico com a perspectiva de alta de juros nos principais mercados globais pode interromper os ganhos mesmo com a atualização sendo bem sucedida. Mesmo assim, Szuster recomenda a compra do ativo devido ao seu potencial de valorização a partir de 2024.

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“O mercado macroeconômico funciona em ciclos. No atual momento, estamos em um ciclo ruim, mas em alguma hora iremos voltar para um cenário de juros baixos e de inflação baixa nos Estados Unidos. E com certeza, quando esse cenário estiver mais favorável, iremos ter uma valorização”, afirma.

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