Criptomoedas

Insider trading na Coinbase pode ser mais grave do que parece

Um estudo mostra que há desconfiança de mais casos de uso de informações privilegiadas na exchange de criptos

Insider trading na Coinbase pode ser mais grave do que parece
O app da Coinbase, a bolsa de criptomoedas dos Estados Unidos. Foto: Tiffany Hagler-Geard/Bloomberg
  • O status da Coinbase como a maior exchange de criptomoedas de capital aberto significa que uma listagem pode tornar um token acessível a muito mais compradores
  • Os pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Sydney analisaram como os tokens também disponíveis em exchanges descentralizadas foram negociados durante as 300 horas anteriores ao anúncio da Coinbase
  • O ex-funcionário acusado e seu irmão se declararam inocentes, argumentando que o que eles fizeram não foi insider trading

Justina Lee, da Bloomberg – A acusação dos Estados Unidos contra um ex-funcionário da Coinbase pode não ser o único caso de uso de informações privilegiadas na exchange de criptomoedas, de acordo com um novo estudo.

Alguns traders parecem ter comprado tokens de forma antecipada em 10% a 25% – ou de 15 a 37 – das listagens da Coinbase desde 2018, escreveram três acadêmicos da Universidade de Tecnologia de Sydney. Promotores federais acusaram um ex-funcionário da Coinbase no mês passado por lucrar com pelo menos 14 anúncios de ofertas, em um sinal de zelo regulatório crescente na classe de ativos.

O status da Coinbase como a maior exchange de criptomoedas de capital aberto significa que uma listagem pode tornar um token acessível a muito mais compradores, estimulando um grande aumento de preço que torna lucrativo comprá-lo antes de um anúncio de listagem. Alguns estudos menos formais no passado também constataram o mesmo padrão em outras plataformas importantes, como a Binance.

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“A Coinbase leva as alegações de frontrunning incrivelmente a sério e trabalha de forma árdua para garantir que todos os participantes do mercado tenham acesso às mesmas informações”, disse um porta-voz. “Temos tolerância zero para o comportamento ilícito e monitoramos isso, conduzindo investigações quando indicado.”

Os esforços da exchange incluem reduzir a “relevância dos sinais técnicos durante os testes de ativos e as etapas de integração”, disse o porta-voz. Isso deveria dificultar a detecção de qualquer pista a respeito das próximas listagens no blockchain, disse a empresa em uma postagem para seu blog em maio.

Os pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Sydney analisaram como os tokens também disponíveis em exchanges descentralizadas foram negociados durante as 300 horas anteriores ao anúncio da Coinbase de que eles seriam adicionados à plataforma. Isso se baseia em uma hipótese de que o uso de informações privilegiadas era mais provável de ocorrer em locais como a exchange Uniswap, que não costuma exigir verificações de identidade. Usando análise estatística, os autores calcularam o número de casos em que o rally de preços provavelmente estava ligado a um insider comprando os tokens com base nas informações que tinha sobre as próximas listagens, em vez de simplesmente especulação de alta.

Em média, as moedas negociadas em exchanges descentralizadas subiram 40% em comparação com um benchmark de mercado durante as 300 horas anteriores ao anúncio de oferta da Coinbase. Elas subiram mais 2% nas 100 horas seguintes, descobriu o estudo. Não havia muito um padrão para as moedas que não estivessem na Uniswap. Os pesquisadores – Ester Félez-Viñas, Luke Johnson e Tālis J. Putniņš – escolheram a janela de 300 horas com base em observações de insider trading no blockchain, disse Putniņš.

Embora eles tenham chegado à estimativa de 25% da análise estatística, o limite inferior de 10% vem das transações em blockchain encontradas em quatro carteiras. Elas talvez estejam ligadas aos três homens acusados pelos EUA, mas não há como ter certeza, disse Johnson.

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Entre o anonimato e a percepção de falta de regulamentação, “este é um ambiente em que é provável encontrar crimes financeiros e improbidade”, disse Putniņš, professor de finanças da universidade. “Aqui temos um conjunto de dados único – o blockchain – que não temos no mercado de ações [convencional e] que nos permite obter evidências mais diretas.”

O ex-funcionário acusado e seu irmão se declararam inocentes, argumentando que o que eles fizeram não foi insider trading, pois não envolvia valores mobiliários ou commodities. O advogado do ex-gerente de produto também alegou que as informações não eram confidenciais de qualquer maneira.

Tradução Romina Cácia

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