- O lançamento do contrato futuro de bitcoin deverá ocorrer no próximo dia 17, pela B3
- Especialistas explicam o que muda para o investidor
Cercado por expectativas dos investidores de criptomoedas, o lançamento do contrato futuro de bitcoin deve ocorrer no próximo dia 17, pela B3 (Bolsa de Valores). A moeda utilizará o índice Nasdaq Bitcoin Reference Price (NQBTC) como referência, de modo que, os resultados financeiros das negociações ocorrerão sobre a variação de preço, e não por compra e venda.
A data de lançamento ainda não está 100% confirmada, conforme a Bolsa de Valores informou ao E-Investidor, porque está sujeita à aprovação, pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de um manual operacional da Bolsa com regras relacionadas ao contrato. Foi definido que o valor contratual será o equivalente a 0,1 bitcoin, ou seja, 10% do valor da criptomoeda em reais, e o vencimento dos contratos será mensal.
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Essa é segunda vez que o mesmo modelo de contrato futuro é submetido para aprovação. O pedido inicial foi rejeitado pela área técnica em setembro de 2022, devido à falta de metodologias consistentes de verificação da base de preços. Em nota, a CVM informou ao E-Investidor que está analisando o documento e se manifestará em breve sobre o assunto.
De acordo com a B3, o produto seguirá um modelo semelhante aos contratos tradicionais, proporcionando aos investidores a oportunidade de negociar as flutuações de preço da criptomoeda em um ambiente regulamentado e com liquidez diária. Além disso, a Bolsa já disponibiliza 14 ETFs e BDRs de ETFs vinculados ao mercado, demonstrando seu interesse em expandir suas atividades nesse setor.
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Segundo o superintendente de Produtos de Juros e Moedas da B3, Felipe Gonçalves, a iniciativa faz parte do plano de expansão da atuação do B3 no mercado de criptoativos. A ideia é oferecer formas diferentes de diversificar estratégias aos investidores. “Esse lançamento atende uma demanda por um produto derivativo que permite a proteção da oscilação de preços de bitcoin ou a exposição direcional ao ativo, mantendo a segurança de operar no ambiente da bolsa do Brasil”, diz.
Em seu lançamento, o contrato futuro de bitcoin será apoiado por formadores de mercado, que são especialistas em negociação do produto e devem contribuir para a liquidez e estabilidade na determinação dos preços. Investidores individuais deverão depositar uma quantia mínima de R$ 100 por contrato em suas corretoras, conforme estipulado. O vencimento ocorrerá sempre na última sexta-feira de cada mês.
O que muda para o investidor?
Virgílio Lage, especialista em criptomoedas da Valor Investimentos, credenciada à XP Investimentos, afirma que os principais pontos do contrato futuro são os aumentos de liquidez e alavancagem. “Vai ser um produto de alta volatilidade. Pessoas que têm menos dinheiro vão conseguir operar, e com isso, poder ter ganhos ou prejuízos excessivos”, diz.
Lage refere-se à capacidade dos investidores de ampliar o impacto de seus investimentos, assumindo posições maiores do que seu capital inicialmente permitiria. Além disso, também será afetada a disponibilidade e facilidade de compra e venda da criptomoeda no mercado.
Para quem deseja começar a investir, o grande conselho do especialista é compreender a alavancagem do produto e ter um bom saldo disponível. “De preferência, operar esse mercado futuro somente se tiver ativos ETFs ou bitcoins na conta, para evitar grandes especulações ou alavancagens”, afirma.
De acordo com o sócio da Fuse Capital, José Gabriel Bernardes, espera-se ver uma maior participação institucional no mercado de criptomoedas e um aumento na adoção do bitcoin como uma classe de ativos legítima. “Esse contrato oferecerá aos investidores uma forma regulamentada de negociar a variação de preço do bitcoin, proporcionando maior liquidez e confiabilidade”, explica.
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Bernardes ressalta que esse passo é importante para organizações financeiras de grande porte, como fundos de investimento, bancos e empresas de seguros. Para os traders também, que desejam se expor ao bitcoin de forma mais sofisticada, utilizando estratégias de alavancagem, hedging e arbitragem para maximizar seus retornos.
Já o head de ativos digitais da Empiricus Research, Valter Rebelo, acredita que contrato futuro de bitcoin pode ser utilizado por investidores mais experientes para gerenciar seus riscos e potencializar seus ganhos. “Os contratos de hedging consistem numa posição tomada para diminuir o risco influenciado pelo mercado seja para cima ou para baixo”, afirma.
Rebelo ainda ressalta que a alta volatilidade da criptomoeda é um problema. “Você poderia ter comprado em outubro de 2022 e estar muito satisfeito agora, pois o valor do ativo se multiplicou por cinco desde então. Por outro lado, se tivesse comprado em novembro de 2021, estaria no ponto de equilíbrio, sem ter obtido nenhum lucro ou prejuízo até o momento.”
Ainda de acordo com o especialista, o contrato futuro possui uma data de vencimento e os investidores lucram com a diferença entre o preço de compra e o preço de venda, no momento da expiração. Além disso, também é mencionada a já citada alavancagem, o que significa que os investidores podem negociar uma quantidade maior de bitcoin do que seu capital inicial permitiria.
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